PROCEDIMENTO DE LEITURA



PROCEDIMENTO DE LEITURA: Um estudo com professores de Ensino Fundamental.


Elza Maria de Freitas Jacarandá
Maria Ildenê Lisboa dos Santos Reis



RESUMO: A pesquisa sobre o procedimento de leitura trabalhado pelos professores de 2º ao 4º ano do ensino fundamental, tem por objetivo apresentar um estudo reflexivo sobre a maneira que os professores desenvolvem a leitura no contexto de sala de aula. Este artigo está fundamentado nas Obras Literárias dos autores: Abramovich, Ferreiro, Martins, Piaget, Penteados,e os PCN?s. Para coleta dos dados, a pesquisa constou da participação dos professores que constituem a resposta dos questionários de quatro professores de uma escola no município de Porto Velho, representando uma amostra da escola em estudo que embasou a analise dos resultados aqui apresentados.


Palavras-chaves: Leitura ? Escola ? Professor.



INTRODUÇÃO

A Educação escolar é imprescindível na mudança de atitudes e comportamentos dos seres humanos. Neste sentido a leitura deve ser instigada nos alunos desde o principio escolar, possibilitando a formação de leitores reflexivos, participativos, críticos e que passem a ler o mundo com seus próprios olhos. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, "leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe sobre a língua", (PCN?s da língua portuguesa, p. 41). Sendo, assim a leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e está intimamente ligada ao sucesso do ser que aprende e permite ao homem situar-se com os outros, através do hábito da leitura, o homem pode tomar consciência das suas necessidades, promovendo a sua transformação e a do mundo.
É na escola, pela mediação do professor e com a ajuda do livro didático que os alunos aprenderão a ler, a escrever e a enxergar sua própria realidade e a realidade do outro à medida que um bom leitor descobre o significado literal de uma passagem, ele se envolve em vários passos, faz referência, compara os pontos de vista de autores diferentes aplica as idéias adquiridas às novas situações, soluciona problemas. Quando a criança ingressa na escola, o professor deve continuar incentivando a leitura, lembrando que ele conta com diversas possibilidades didáticas ainda que encontre dificuldades no processo, sendo assim, Silva (2004, p- 9) diz que "não há livros, não há espaço para ler, e as crianças detestam cada vez mais a leitura".
O exercício da leitura transcende a utilização de materiais, muitas vezes empregados como modismo em sala de aula. A formação do leitor impõe-se como prioridade a ser seguida, pressupondo a figura do professor, como interlocutor ativo no diálogo da leitura, a fim de investigar e promover leitores que estejam à procura de respostas às suas próprias indagações.
Este artigo surgiu da necessidade de verificar com é realizado o processo de leitura no ensino fundamental por isso foram entrevistados quatro professores do segundo ao quarto ano do ensino fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental Jorge Vicente Salazar dos Santos no Município de Porto Velho.

1- BREVE HISTÓRICO DA LEITURA

A história da leitura se inicia com muita descriminação, só senhores era assegurado esse direito e aos outros era usurpado, em nome da superioridade da raça com descobridores e benfeitores, permanecendo assim por longo período.
Praticamente não existiam livros afirma Bastos,(1982) até meados do século XIX. E o que servia como manuais de leitura nas escolas era texto escritos manualmente como cartas, em 1827 a Constituição do Império especifica sobre a instrução pública, o código criminal e a bíblia serviam também como manuais de leitura nas raras escolas que existiam.
Durante a colonização, as práticas escolares eram feitas nos engenhos e nos núcleos das fazendas por capelães, padres e mestres-escolas que eram contratados com este fim. Afirmação de Bastos (1982, p.92) "através da leitura o homem consegue estreitar os laços de afetividade com seus semelhantes, resolver conflitos e se organizar politicamente". Sendo assim, ele passa a interagir com o meio em que vive. E com esta mesma visão encontramos respaldo nos PCN?s que: "Ler e escrever são atividades que se completam, os bons leitores têm grandes chances de escrever bem, já que a leitura fornece a matéria-prima para a escrita". (PCN?s Fáceis de Entender, p.5).
A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe sobre a linguagem.
No Brasil, a literatura infantil tem início com obras pedagógicas e sobre tudo adaptadas de produções portuguesas, demonstrando a dependência típica das colônias. A literatura brasileira tem seu inicio marcado pelas obras de Monteiro Lobato é centralizada em alguns personagens que percorrem e unificam seu universo ficcional. No sítio do pica-pau-amarelo vivem D.Benta e Tia Nastácia, as personagens adultas que orientam crianças (Pedrinho e Narizinho), outras criaturas (Emília e Visconde de Sabugosa) e animais como Quindim e Rabicó (CUNHA, 1991, p.24)
A criação literária de Monteiro Lobato contribuiu para a educação, inspirando as novas gerações para o hábito da leitura, num mundo cheio de fantasia e beleza, fazendo com que sua presença fique viva nos lares, nas escolas e nos corações das crianças. Observa-se que tais relações revelam-se, assim imprescindível e vital de modo a transformá-las eventualmente no ponto de partida para um novo e saudável diálogo entre o livro e seu destinatário mirim. Hoje a dimensão de literatura infantil é muito mais ampla e importante, ela proporciona à criança um desenvolvimento emocional, e cognitivo indiscutível. Segundo Abramovich, (1997, p.17),quando as crianças ouvem histórias passam a visualizar de forma clara, sentimentos que têm em relação ao mundo.
Sendo assim quanto mais à criança tiver contato com os livros e perceber o prazer que a leitura produz maior, maior será a probabilidade dela torna-se um adulto leitor.

2- A LEITURA NA VIDA DA CRIANÇA

A criança aprende primeira a falar, depois ler e escrever e então expressar idéias através de escrita, para que a criança se desenvolva na escola ela deve ser ensinada e estimulada no mesmo ambiente para que seu organismo responda e seja capaz de produzir a escrita através dos estímulos recebidos. Com a maturação e instruções adequadas à criança adquire a palavra escrita.
De acordo com Amaral (2000 p. 69) a melhor contribuição que se pode trazer a educação do estudo é transformá-lo em leitor, num leitor consciente, reflexivo e crítico; Pois à medida que se descobre à leitura, a partir daí pode-se perguntar, pensar, duvidar, e querer saber cada vez mais e melhor. "A leitura é um processo que está presente desde a alfabetização como também nas disciplinas acadêmicas, isto é, a escola se constitui com o instrumento de construção da cidadania" (PCN v.1p. 45). Ler, portanto, é básico para o progresso da aprendizagem de qualquer assunto, saber ler e compreender um texto é importante para o desenvolvimento escolar e social.
Segundo Soares (2001 p.36), a partir da década de 1980, ocorreram mudanças nas concepções de aprendizagem e ensino da língua, fazendo com que a imagem do sujeito aprendiz passasse a ser concebida, não mais como um indivíduo que aprende a escrever por imitação, mas como aquele que aprende a escrever, agindo e interagindo com a língua escrita, ousando escrever e considerando os seus erros como uma forma de construção do seu sistema de escrita.
Pois os alunos continuam sendo ensinados a escrever redações para cumprir uma tarefa, não havendo seu crescimento e desenvolvimento como leitor e produtor de textos. Sendo assim, o aluno não entende claramente a escrita e a leitura, que é reconstrução interna e externadas idéias que produziu.
Hernandez (apud Penteado, 2001 p. 77), entende a leitura infantil como sendo o conjunto de obras nas qual a linguagem seja o essencial e não o instrumento para levar os alunos a algo diferente do que exige no seu mundo interior. Ou seja, a leitura é um dos fatores básico para o aluno e sua realização como pessoa humana, incumbindo suas novas gerações uma grande responsabilidade quanto a mudança de concepção ideológica, de maneira que o habito da leitura seja impulsionado para o seu crescimento literário.
Conforme coloca Hernandes: gostar de ler não é um dom, mas um hábito que se adquirem através da leitura as crianças começa a desenvolver o poder da imaginação, reflexão e argumentação. Diversos instrumentos de desenvolvimentos da criança podem ser utilizados pelo educador no ensino da leitura como atividades lúdicas (jogos, histórias, dramatização, música, artes plástica) ser leitor, porem não é resultado de um processo natural. E preciso, alem da interferência educacional e cultural, contato permanente com o material escrito, variado, e de qualidade desde fruto de uma ação consciente da sua importância e função social. Sendo assim a educação infantil nos anos iniciais pode-se constatar que na maioria das escolas não existem critérios para incentivos a leitura e que os livros considerados didáticos são muitas vezes materiais de leitura que os alunos dispõem para ler.
Tal fato faz-se com que as aulas terminem em apenas mais umas das atividades de rotina em sala de aula, unicamente por textos fragmentados e insignificantes. Com as inovações propostas a práticas da leitura se fará constante, buscando o auxilio pelo emprego de livros, jornais, revistas, quadrinhos, rótulos, listas, tabelas, etc., que fornecem subsídios aos professores nas tarefas de tornarem seus alunos, verdadeiros leitores.
Assim, cabe ao professor não ficar apenas em espaço fechado da sala de aula, mas encarar o trabalho de leitura com seriedade, que lhe dará auxilio no direcionamento da sua prática, ele deverá ser capaz de escolher livros de acordo com o interesse do leitor, disponibilizar várias leituras, conhecer o interesse e o nível de desenvolvimento e contexto social da criança com a qual trabalha: Segundo Braga (1985) a falta de adequação entre a obra e o interesse do aluno poderá acabar com a motivação do pequeno leitor O professor deverá utilizar vários recursos metodológicos para despertar a satisfação de ler: pois, para Braga (1985, p.39) "a leitura é um grande desafio ao educador da atualidade".
Considerando a caracterização do processo de leitura como um processo no qual, para obter significado o leitor recorre à fonte de informações visuais e não visuais. O processo da construção interna do individuo ocorre pelas ações interativas entre o sujeito e o ambiente.


2.1 LUGARES DA LEITURA

A leitura necessita ter um espaço mais amplamente aberto e investir em bons livros, a escola representa a única oportunidade a ler que muitas crianças têm. É importante criar salas de aula, cantinho da leitura, que representa forma de pensar e desenvolver a criatividade e imaginação da criança.
Considerando a escola o lugar de aprender e a gostar de ler, nesse lugar desempenha papel fundamental o professor, ele como texto foi parceiro, mediador, articulador de muitas e diferentes leituras de muitos e diferentes textos.
É o que sugere Silva (1985 p. 45), depois de afirmar que o professor é o melhor trabalho a ser lido pelos alunos, o autor mostra que agindo assim o professor é responsável pela interdisciplinaridade, na medida em que faz incursões pelos diferentes campos de conhecimentos, é de grande importância para o desempenho do professor que atua em sala de aula ter conhecimento sobre o comportamento dos alunos, diante da leitura e da linguagem escrita,considerando os conhecimentos que cada um já traz consigo e trabalhando na adequação desses conhecimentos interferindo positivamente na aprendizagem.
Essa é uma perspectiva que concebe a leitura como um processo de compreensão amplo, envolvendo aspectos sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos.
Segundo Martins (2006, p. 17), o ato de ler é considerado um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, por meio de qualquer linguagem Segundo Freire (1989, p.10) a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela. Ou seja, a compreensão do texto se dá a partir de uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto, sendo assim a escola deve colocar à disposição dos alunos de cada ano livros adequados a sua idade e depois estimulá-las a falar sobre o conteúdo com toda liberdade.

2.2 A LEITURA INFANTIL

Uma das formas de recreação mais importante para a criança, principalmente no que se refere ao seu desenvolvimento e crescimento intelectual, psicológico, afetivo e espiritual é a leitura, portanto, deve-se estimular e proporcionar ao alcance da criança os livros dos contos, poesias, mitos e fábulas, Hernandez apud Penteado (2001, p.77) diz que para levar à criança algo diferente do que exige do seu mundo interior, um mundo no qual sua fantasia é mágica e faz de cada realidade uma imagem, de cada imagem uma realidade na qual a criança constitui-se o rei da natureza e impulsionado por seu imaginário, de um pau faz um cavalo ou outra criança a quem contar história.
Segundo Coelho apud de Penteado (2001, p. 78) falar da natureza da leitura infantil é essencialmente arte, fenômeno de criatividade que apresenta o mundo, a vida, através da palavra funde os sonhos e a vida pratica o imaginário e o real, os ideais e suas possível/impossível realização, sendo assim a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, no sentido de compreensão do mundo é condição básica do ser humano.
A leitura infantil é arte, ela vem participar desta mesma irredutibilidade no âmbito da linguagem, uma leitura de qualidade é aquela capaz de fascinar o leitor e torná-lo cativo, a criança que desde cedo inicia o contato com leitura tem uma compreensão muito maior de si e do outro, tem ainda uma visão melhor do mundo e da realidade que a cerca tem a oportunidade de desenvolver seu potencial criativo e seus horizontes.

A leitura é necessariamente uma descoberta de mundo, procedida a segunda a imaginação individual; cumpre tão somente que esse processo se viabiliza na sua plenitude. Além disso, sendo toda interpretação em princípio válida, ela impede a fixação de uma verdade anterior e acabada o que ratifica a expressão do aluno. (ZILBERMAM apud PENTEADO, 2001, p. 79)

O simples contato do aluno com uma historia seja por meio da leitura ou da audição, já constitui uma forma de interação com seus aspectos formativos e informativos desde que ela tenha significado para o aluno como a realizar, participar com a criança o despertar e o prazer de ler.
O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de entender o mundo a partir de uma característica particular da criança: sua capacidade de interação com o outro através das palavras, que por sua vez estão sempre submetidas a um contexto. Desta forma as autoras afirmam que a recepção de um texto nunca poderá ser entendida como um ato passivo, pois quem escreve o faz pressupondo o outro. Desta forma, a interação leitor-texto se faz presente desde o início de sua construção. (MARTINS, 2006p. 26).
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentro dos trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua.

3 O EDUCADOR E SUA PRÁTICA
O educador mantém um papel ativo no desenvolvimento das aprendizagens a serem repassadas para os seus alunos, procurando estar sempre intermediando as ações dos alunos, incentivando, organizando situações de aprendizagem e adequando as realidades dos alunos sendo assim o docente passa a ser a principal peça desse jogo tão envolvente. Para Vigostsky (1998, p. 45) "as informações são sempre intermediadas diretamente do meio são sempre explicitas ou explicitamente, pelas pessoas que rodeiam a criança carregando significados sociais e históricos".
A função do professor que se faz mediador do conhecimento é aquele que possibilita ao aluno a construir seu próprio conhecimento através das orientações e estímulos oferecidos, pois à medida que o professor planeja e media suas aulas, às necessidades de seus alunos, intermediando os conhecimentos repassando a observação dos ensinos adquiridos pelos alunos e a duvidas manifestadas, o educador da qualidade a sua aula, pois a aprendizagem significativa é aquela que inclui o aluno no contexto trabalhado, e não apenas esta inserida na sala de aula, neste sentido Ferreiro ressalta que:
Muito antes de serem capazes de ler, no sentido convencional do termo, as crianças tentam interpretar os diversos textos que encontram ao seu redor (livros, embalagens comerciais, cartazes de rua), títulos (anúncios de televisão, historias em quadrinhos, etc. ( FERREIROS, 2005, p. 65).

E isso implica sempre alguma ousadia por parte do professor, pois, precisa remeter o aluno diante situações cotidianas onde ele possa elaborar hipóteses e experimentá-la para buscar a solução.
Portanto compreende que os professores estejam buscando perceber o impacto que cada atividade causará nos alunos, procurando assimilar as características contidas nas mesmas, sendo absorvidas pelas crianças, conduzidos os alunos de acordo com as regras, podendo ainda possibilitar aos alunos que criem novas regras de leitura:
Os educadores muitas vezes se perdem e não conseguem mais atrair a atenção ou motivar seu aluno, pois se o educador mudou, o educando também precisa mudar os métodos tradicionais ensinos estão cada vez menos atraentes para a criança, ela que participar questionar, atuar e não consegue identificar hora afio sentada ouvindo uma aula expositiva. (LOPES, 2000, p. 36).
Entende-se que nesta concepção a seleção e organização de conteúdos devem-se levar em consideração a sua contribuição para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, num processo constante de construção, compreendendo e interagindo com o mundo real.
O educador precisa estar atento às necessidades educacionais de seus educando, para que possa propor meios para supri-las, procurando sempre estar inovando e se preocupando mais sobre como a criança aprende, para que possa estar trabalhando atividades que despertem o interesse dos educados, valorizando conhecimento do novo ensinado de forma dinâmica. Podemos dizer que esta prática é uma prática inclusiva, pois busca auxiliar seu aluno de forma inovadora auxiliando-os individualmente e assim, remetendo todos ao sucesso.
O processo de conhecimento nas crianças contribui e enriquece o seu desenvolvimento intelectual. Através da prática pedagógica, as crianças desenvolvem suas técnicas intelectuais (concentração), para aguçar o seu raciocínio lógico.
Percebe-se que a criança testa a autoridade do adulto para confiar nele, sendo imprescindível que o professor cumpra seu papel de forma responsável e sensata. Para se educar um cidadão crítico e autônomo, precisa-se repensar a nossa postura enquanto professores a postura do aluno, o ambiente de sala de aula a maneira de avaliar estratégias didáticas. Na concepção de Lopes (2002, p. 40), "a criança precisa que lhe mostrem, e oriente e ensine até onde pode ir, o que pode ou não fazer, o que é bom ou ruim. Ela confia no adulto, porém se este for supermissivo, a criança perde a confiança".
De acordo com Borin (1995, p. 21) "o, contudo deve estar de acordo com o grau de desenvolvimento e, ao mesmo tempo de resoluções possíveis". Assim convém ao professor estabelecer critérios para a seleção do livro a ser trabalhado em sala de aula. Ele deve estar atento à escolha do texto e sua adequação ao leitor considerando sua qualidade estética e não veiculando ela apenas ao ensino de regras gramaticais e normas de obediências.

6 PERFIL DA ESCOLA PESQUISADA

A pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental Jorge Vicente Salazar dos Santos, no Município de Porto Velho ? Rondônia foi criado através do decreto n. 10388 de 21 de fevereiro de 2003, pelo governador Ivo Narciso Caso, esta situada a Rua Jerônimo Santana nº. 3103, no bairro Cohab Floresta. Recebeu este nome em homenagem ao professor Jorge Vicente Salazar dos Santos.
A escola atende aproximadamente um total de 1.100 alunos matriculados no geral. A escola possui 11 salas de aula, para cada turno atendendo alunos do 1º ao 9º ano. Contando o corpo docente 43 professores, com um diretor, um vice-diretor, um psicólogo, dois supervisores, dois orientadores, e uma equipe técnica de 28 funcionários, que colaboram para o bom andamento da unidade escolar.
Este estabelecimento respalda o seu trabalho numa linha pedagógica onde a sociedade seja passível de transformações a partir de um nível de relações do homem com a natureza, objetivando obter uma visão aberta e crítica dos problemas sociais.

6- APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Esta pesquisa de campo teve envolvimento do corpo docente da primeira etapa do Ensino Fundamental, correspondente ao segundo semestre do ano letivo de 2010. Para atingir o objetivo propostos foi utilizado princípios da pesquisa bibliográfica com estudo de campo qualitativo. Para Ludke e André (1986, p.18), "o estudo qualitativo é o que se desenvolve numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível focalizando a realidade de forma complexa e contextualizada".
Nessa perspectiva, podemos dizer que a pesquisa qualitativa permite a interação do pesquisador com o objeto pesquisado, pois o pesquisador é o próprio instrumento e a principal fonte de dados. A pesquisa qualitativa tem suas raízes teóricas na fenomenologia, que segundo André (2000, p. 18) "enfatiza os aspectos subjetivos do comportamento humano e preconiza que é preciso penetrar no universo conceitual dos sujeitos para poder entender como e que tipo de sentido eles são aos acontecimentos e às interações sociais que ocorrem em sua vida diária". Na visão de Bogdan e Biklen (apud LUDKE; ANDRÉ 1986, p. 11).

A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural com sua fonte direta de dados e o pesquisador como o seu principal instrumento; os dados coletados são predominantemente descritivos; a preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; o significado que as pessoas dão as coisas e a sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador e a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo e a analise dos dados tende a seguir um processo indutivo.

Neste sentido, as características das abordagens qualitativas enfatizam o envolvimento dos seres humanos na obtenção de dados descritivos, a partir dos quais o pesquisador retrata mais o processo do que o produto.
O ambiente da sala de aula, seu cotidiano, as brincadeiras, dinâmicas e os alunos, a interação entre eles, a relação do professor com os alunos, os conteúdos a ser ensinados fazem parte da realidade natural pesquisada.
Procurou-se aprender um pouco sobre esta realidade, levando em conta as ações, as percepções, o comportamento e a interação daqueles que fazem parte do corpo da escola e que estavam relacionados diretamente ao fato pesquisado.
A abordagem da pesquisa foi do tipo qualitativo de cunho exploratório descritivo. A população pesquisada foi de quatro professores, no período matutino, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Jorge Vicente Salazar dos Santos na cidade de Porto Velho, Estado de Rondônia.
Os dados foram coletados com utilização de questionários com perguntas abertas plicadas diretamente aos professores com o objetivo de verificar como seda o processo de leitura nas turmas segundo ao quarto ano do ensino fundamental e através das informações obtidas, buscou-se respaldo teórico e para estabelecer relações às respostas analisadas.
A pesquisa de campo foi realizada durante os meses de agosto a outubro de 2010 e em seguida, os dados foram analisados e os resultados alcançados foram apresentados no item abaixo. Para o anonimato dos entrevistados na hora da análise será utilizada a letra (P).

6.1-Questionários aplicados aos professores
Questão 01- Qual a importância da leitura na formação do leitor?
P1: É de suma importância para o conhecimento e o desenvolvimento e hábitos permanentes, é um processo constante que começa em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida a fora.
P2: A leitura é fundamental na formação do leitor, se não acontece leitura, não se forma leitor.
P3: A leitura é fundamental na formação do leitor, se não acontece leitura, não se forma leitor.
P4: É a principal base, sem ela se torna difícil.
Fonte: Professores entrevistados

Constatou-se que os professores são conscientes da importância da leitura na formação do leitor. A concepção dada pelos informantes vem de acordo com Freire apud Martins (2006, p. 10) a leitura de mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. Sendo assim, a leitura é o caminho que desperta a vontade de estar sempre buscando a aprender cada vez mais, com o conhecimento da leitura a pessoa torna-se, reflexivo, crítico e com opiniões próprias.

Questão 2 - Para um leitor iniciante que método você considera mais importante para trabalhar?
P1- O método lúdico que se trabalha com jogos de forma prazerosa, participativa aprimorando novas descobertas, para o desenvolvimento deste método a criança deve estar em um ambiente alegre, repleto de letreiros, revistas e jogos.
P2- A partir dos conhecimentos prévios dos alunos, das variedades de textos que circular ao seu redor como por exemplo ex: jornais, receitas, listas de compras, rótulos e outros.
P3- Com textos diversificados principalmente os mais conhecidos por eles (músicas e brincadeiras)
P4- Com fichas e cartazes
Fonte: Professores entrevistados

De acordo com os dados coletados cada professor demonstrou que trabalha o método lúdico, tendo como atividade mais importante conhecer em que grau de leitura que cada aluno se encontra, sabendo disso, trabalhar de forma que todos possam acompanhar uns aos outros com atividades de cartazes, jogos, leituras de jornais. Concordando com Ferreiro (2005, p. 65), que as crianças: "Muito antes de serem capazes de ler, no sentido convencional do termo, as crianças tentam interpretar os diversos textos que encontram ao seu redor".

Questão 3 Como professor você é de acordo que a leitura seja trabalhada de forma interdisciplinar? Justifique.
P1-Sim, oferecendo leituras diárias e agradáveis, sem forçar, mas com naturalidade, desenvolvendo hábitos que poderá acompanhar por toda a sua vida.
P2- Sim, pois quando o aluno ler ele interpreta.
P3- Sim, dessa forma há mais interação e o aluno tem mais possibilidades de aprender.
P4- Sim, acho bem melhor.
Fonte: Professores entrevistados.
Nesta questão a resposta de que todos os professores estão de acordo com o trabalho interdisciplinar é unânime, pois todos acreditam na melhora do aprendizado da leitura. De acordo com Abramovich, 1987, p. 17 ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, etc., sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula.

Questão 4 Como você envolve a família nas atividades de leitura de seus filhos?
P1- Pedindo para que eles leiam uma historinhas, ajude nas tarefas
P2- Através das tarefas de casa dos alunos que envolvem pesquisas e entrevistas sobre a cultura e saberes familiares
P3- Com atividades de colagens e produções de pequenos textos e frases.
P4- Procuro mostrar para eles que a leitura e de grande importância
Fonte: Professores entrevistados.

Verificou-se que nos dados da questão, todos os professores envolvem os pais nas atividades de leitura, enviando atividade para casa para que os pais possam ajudar os filhos e assim compartilhar conhecendo o trabalho que o professor está fazendo em sala de aula, pois nesse sentido a família é um componente essencial na tarefa para o despertar do aprendizado, como diz Morais (1996, p.171) que: O incentivo da família é essencial, pois o habito da leitura de livros pode ser iniciado desde berço com histórias contadas para dormir e deve ir até a fase adulta.


Questão 5 Quais as dificuldades mais comuns que você encontra ao realizar atividades de leitura?
P1-As dificuldades mais comuns estão ligadas no desenvolvimento das habilidades na escrita
P2- A falta de concentração dos alunos, a inquietação, pela falta do costume de envolvimento com a leitura no meio em que vive.
P3- A falta de interesse dos alunos.
P4- A falta de bons livros e textos.
Fonte: Professores entrevistados.

Referente às respostas, nota-se que foram muito diversificadas, pois, cada professor expôs suas dificuldades, pode-se observar que os professores estão tendo grandes desafios para superar diante de suas limitações, estando em consonância com Braga que ressalta que "a falta de adequação entre a obra e o interesse do aluno poderá acabar com a motivação do pequeno leitor", o professor deverá utilizar vários recursos metodológicos para despertar a satisfação de ler: pois, para Braga (1985, p.39) ?a leitura é um grande desafio ao educador da atualidade?



7- CONSIDERAÇÕES

Ao longo desta pesquisa procurou-se inspiração, na firme convicção de futura educadora, de que o futuro está na educação escolar, primordialmente na Educação Infantil e Séries Iniciais, sendo ela a base da educação, o alicerce para toda vida escolar e acadêmica, que se bem preparado nesta fase o aluno desenvolverá seu potencial de aprendizagem.
O presente artigo aborda a questão do trabalho educacional, a prática docente voltada para os procedimentos de leitura, como o professor direciona seu conteúdo para auxiliar e estimular seus alunos mediante o ato de ler, nos dados coletados observou-se que o desempenho e o esforço da equipe docente, onde que apesar de todas as dificuldades ressaltadas nas análises, buscou fazer o melhor pelos seus alunos, pois, acreditam que a leitura é e sempre será a maior inclusão social que o aluno galgara.
Acredita-se que este trabalho foi de suma importância para o desempenho acadêmico, onde só podemos atuar naquilo que conhecemos, unindo teorias aprendidas na academia com a prática de sala de aula, sendo assim nos remete a pensar e repensar na nossa postura, conceito, atitudes e como futuros professores, para estarmos refletindo e buscando meios de trabalhos que possibilitem desenvolver em nossos alunos senso de responsabilidade, cooperatividade e respeito mútuo para sua formação cidadã.



8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosura e Bobices. São Paulo: Spicione, 1997.
AMARAL, N.F.G. Leitura e Cidadania: a busca do prazer através da escola. Práxis Pedagógicas. Porto Velho ? RO/vI, p.69-74/ jul. - dez, 2000.
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CUNHA, Maria Antonieta Antunes. A arte de ler. São Paulo: Unesp, 1996.
FERREIRO, Emília.Alfabetização em processo.16ºed.São Paulo;Cortez,2005
FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Cientificam: Normas técnicas para o trabalho cientificam da ABNT. 15ª ed. Porto Alegre: s.n., 2009.
LOPES, M.G. Jogos na Educação: Criar, fazer, jogar, 3 ed. São Paulo, Cortez, 2002.
LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. da. Pesquisa em educação: Abordagem Qualitativa. São Paulo: EPU, 1986.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2006 (Coleção Primeiros Passo).
MORAIS, José. A arte de ler. São Paulo: Unesco, 1996.
PIAGET, J. O Julgamento Moral na Criança. São Paulo: Editora Summus, 1994.
PENTEADO, Heloísa Dupas. (Org.). Pedagogia da comunicação: teorias e práticas. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.
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VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação Social da Mente. 6ª.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.


Autor: Elza Maria De Freitas Jacarandá


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