Resenha do filme: o outro lado da nobreza



Resenha do filme: O outro lado da nobreza

O filme "O outro lado da nobreza" relata a trajetória da um médico, Merivel, recém formado do Colégio Real dos Cirurgiões, que acaba por se destacar dos demais médicos diante da visão rei Carlos II, quando tem a coragem de tocar o coração palpitante de um paciente. Nenhum de seus outros companheiros tivera essa coragem. Merivel não tinha nenhum tipo de superstição e acreditava na naturalidade da medicina. Quando o rei Carlos observa a atitude de Merivel diante do paciente do coração exposto, manda chama?lo ao palácio e na conversa que tem com o médico diz: "Alguém muito próximo a mim, sem quem não consigo viver, está morrendo, nenhum médico conseguiu curá - lá".
Após a conversa o rei lhe disse que se conseguisse curar este "alguém", se tornaria o médico da corte. Confiante em sua capacidade Merivel aceita a missão, e ao ser apresentado a paciente, que tinha por nome "Lulu", o médico se espanta ao ver que sua sorte dependia, portanto de conseguir, com a arte médica, curar uma cadela.
Seu futuro como médico de confiança do rei dependia exclusivamente da vida da cadela e contou com sorte para salvar sua vida, a ciência que conhecia não era suficiente para curar a vida de um cão. Quando achou que "Lulu" estava morta, acontece uma surpresa, a cadela começa a gemer e latir. Desse dia em diante a vida de Merivel muda completamente, de um médico de vocação por aquilo que fazia, se torna ambicioso e quer a todo custo mudar de vida e sua profissão que era salvar vidas por acreditar na ciência que havia estudado, deu lugar a ambição por dinheiro e mulheres, que era sua "perdição".
Merivel abandona seu amigo, John Pearce, também médico, e se muda para o palácio, e se torna veterinário das dúzias de cães que o Rei Carlos II possuía. De grande reconhecimento em ser médicos de homens. Merivel se tornou uma espécie de veterinário, e cuidava apenas dos cachorros do rei. Com o passar do tempo, e como estava recebendo mais dinheiro do que o de costume acaba por se tornar uma espécie de "palhaço" da corte, porque fazia de tudo para agradar o rei. Sua vida resumia-se então a mulheres, bebidas, cães e palhaçadas que fazia para o rei se divertir.
Porém, essas "regalias" que Merivel recebia lhe custaria um alto preço, e não demorou para que o Rei viesse lhe pedir ou melhor lhe dar uma ordem para que se casasse com Célia Clemence, uma das amantes de Carlos II, que sua esposa não aceitava. A ordem do Rei era que Merivel não se apaixonasse por Célia. O casamento aconteceu os dois deixaram Londres. No entanto, o médico foi "obrigado" a abandonar sua profissão. Quando conheceu Célia, Merivel se encantou com sua beleza. Os dois foram morar num castelo a corte de Carlos II havia confiscado que se localizava ? se às margens do Tâmisa, em Kew. Quando foram morar no castelo Merivel presenteia Célia com um rouxinol, que o rei lhe havia presenteado há algum tempo atrás. Foi ai que teve seu primeiro fracasso como médico, pois o pequeno pássaro adoece e morre, sem que pudesse fazer nada para salvá ? lo nem mesmo a sorte pode ajudá - lo.
Como Célia vivia cobrando do Rei Carlos II que queria voltar para Londres e como este não poderia levá ? lá de volta tão cedo, pois antes precisava que sua esposa não mais o perturbasse com relação ao assunto. Mandou para o castelo um pintor que deveria pintar um retrato da amante, mas que deveria demorar um longo temp. Como Merivel sabia dessa vontade do rei e também era sua vontade que Célia não fosse embora, pois queria conquistar seu amor sempre dava um jeito de atrasar ainda mais o término do retrato. No entanto, o pintor era ambicioso e contou ao rei o que Merivel estava fazendo. O rei tomou tudo que havia dado para o médico e o expulsou do palácio.
Merivel teve que voltar sua vida de médico, reencontra seu amigo John Pierce, que agora trabalhava no sanatório cuidando de pessoas com problemas mentais. Nesse momento teve que resgatar toda sua vocação que havia ficado perdida em meio à luxúria do palácio. Aos poucos recupera toda autoridade e competência em assuntos médicos. No sanatório conhece Katharine. Os acontecimentos seguintes definem de maneira definitiva seu destino: primeiro, seu envolvimento amoroso com Katharine, que o seduz e o torna seu amante; o segundo, o adoecimento de seu amigo Pearce de uma forte e fatal tuberculose. Este morre; aquela engravida.
Com a morte de John, Merivel decide voltar a Londres, com Katharine, quando chegam à cidade percebem que esta estava tomada pela peste. A vocação superou o resto de luxúria que ainda pudesse existir em Merivel, este dedica sua vida a cuidar dos doentes. Katharine morre ao dar a luz a sua filha Margaret. Se sentindo culpado por não ter conseguido salvar a vida da mãe de sua filha e também se seu amigo John Pearce. Resolve voltar para o hospital e cuidar dos doentes. Antes de ir deixa uma carta para sua filha, contado toda sua história e também dizia que se ficasse doente não mais voltaria. O cenário trágico da peste não o assusta e começa a trabalhar com toda sua dedicação.
Algum tempo depois o rei Carlos II manda chamar o médico para ver Célia que estava doente, Merivel vai mais se desfaça de John Pearce e também usa uma máscara, para não ser reconhecido. Ao examinar a paciente percebe que esta na estava com a peste, mas sim esta doente do coração, se mal era apenas melancolia, por não receber do rei todo o afeto que queria. Merivel conta ao rei seu diagnóstico e também que esta estava grávida.
Com isso sua história mudaria novamente, após ter ficado perdido no mar e voltar para o antigo palácio onde havia morado, Merivel recebe o reconhecimento do rei, que agora o reconhecera como um verdadeiro médio, não só do corpo mais também da alma.
Enfim, o que se percebeu ao longo do filme foi que verdadeira vocação do médico sempre esteve com ele. E foi graças a esta vocação que foi chamado pelo rei para cuidar de seus cachorros, depois cuidar dos doentes no sanatório, cuidar de sua filha, tratar dos doentes que estavam com peste e no final ir cuidar da mulher do rei. Sua competência nunca o deixou, quando perdeu tudo que tinha e voltou a conseguir outra vez deixa claro que realmente era uma pessoa útil ao próximo e que era competente naquilo que fazia. A verdadeira vocação de uma pessoa é um bem que nunca se acaba. E quando se faz algo por amor sempre será recompensado no final como foi o caso de Robert Merivel.

Autor: Simone Valentim


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