Conhecimento - Linguagem: Linguagem - Conhecimento



Conhecimento - Linguagem: Linguagem - Conhecimento

Professor Bruno Henrique Marinelli
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É de comum atenção dos filósofos (séculos XIX e XX), ocuparem-se do problema da linguagem. A questão hermenêutica desta ocupação se deve ao fato de que; Estaria a linguagem atendendo perfeitamente à aquilo que é pensado? Estaria o receptor compreendendo perfeitamente a mensagem que é emitida pelo receptor?
Essas questões correspondem perfeitamente a necessidade do pensar filosófico. Ora, se a mensagem não é transmitida em conformidade com o que é pensado, se a mensagem não devidamente codificada por que, então, pensar a filosofia? De antemão, o que significa, ou melhor, qual é o próprio sentido da palavra ou do ato de filosofar?
Diante desta problemática é que estes pensadores (séc. XIX e XX) se atreverão desbravar. Trata-se na verdade de querer encontrar piso seguro para a reflexão e para o diálogo filosófico.
Um exemplo característico e contemporâneo desta problemática refere-se ao próprio termo "Cadeira". Basta agrupar-se em três indivíduos e referir-se ao termo. Logo, posto em cheque, lance outra pergunta, a saber, qual era a forma, a qualidade da cadeira que os indivíduos imaginaram? Será fatal a divergência e abrangência de objetos referidos. De antemão, pode-se concluir-se que, estaríamos referindo ao mesmo objeto?
Obviamente se pensarmos a matéria do objeto, estaríamos muito longe de pensar a mesma substância, mas, quando se trata do sentido, do seu significado, algo nos direciona para um ponto em comum, a saber, a funcionalidade do objeto, a sua essência, a sua vocação, no caso exemplificado, ao ato de sentar.
Então nos parece que a linguagem têm uma salvação, mas para que a comunicação esteja salva, faz-se necessário um profundo acabamento reflexivo, dentre a realidade simbólica e a realidade aparente.
Preocupar-se com a linguagem é preocupar-se com a própria estrutura do pensamento. Por isso, é a linguagem um problema do conhecimento. E é o conhecimento um problema da linguagem. Tanto que conhecemos certas categorias que não são capazes de serem exprimidas por palavras. Em grau puramente reflexivo denota-se aqui a palavra "Amor" tantas vezes proseadas pelos poetas e nunca etimologicamente decifrada.
Em via de regra, preocupa muito quando o assunto da linguagem, da semiótica, não é discutido em vias públicas, em universidades, e, até mesmo em escolas de ensino médio. O fato de aceitar conceitos prontos e acabados compromete com toda a capacidade produtiva dos indivíduos, além, de massacrar todo o conhecimento que uma mesma oração pode representar para a história do conhecimento.
Ironicamente, utilizamos do pensamento e da linguagem a todo o momento de nossa vida, mas pouco nos preocupamos em pensar se realmente estamos com concordância com a própria epistemologia dos conceitos pensados.
Renunciar a esta preposição é poluir todo o processo auto-criativo da filosofia, do pensamento e da própria comunicação.




Autor: Bruno Marinelli


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