O coronel em (QUEM ACREDITA EM FANTASMA.)



O coronel estava sentado no degrau da escada da varanda picando seu fumo sossegado
Quando alguém o chamou.
__Bão dia, coronel. estou atrapaiando?
__vamo chegando homem, olha que eu tava falando quase a agora de você. O MARIA Olha QUEM CHEGÔ.
__Gerardão, como vai à cumadre Zica, ela num veio por quê?Perguntou a Maria procurando a comadre.
__Ta na casa do nho lao .a coisa ta feia lá.adespois ela vem.
Coroné, que mar Le pergunte, mais pensei ter visto vois mecê fazendo um cigarrim.
Que se lembro o medico proibiu.
__O medico disse preu não fumar, não proibiu de picar fumo.
Então cumpadre o que ta acontecendo na casa do nho lao?
__Nho Lao, deu pra ver arma penada. Há um mês que num dorme. Ta só o esqueleto, parece um graveto. o padre Giglio foi La benze a casa mais num deu resultado.então ele chamou a pastor zaqueu mais também num a resolveu.chamou mãe nina do terreiro da Lá capitar mais o tar do fantasmas num arreda o pé.o homem perdeu a fé. cumadre santinha foi morar com a mãe e levou as crianças.nho lao ta arrasado,mais diz que se a arma num redá o pé ele também não.
__Cabra macho esse nho lao, esses é dos meus. disse o coronel
__Pois é coroné, o trem num dá trégua. Da dó de ver, nho lao de carabina na mão pra acerta o fantasma.
_Oras, onde já se viu matar um morto. Disse o coronel rindo.
_O home ta desesperado coroné. num sabe o que fazer ,e se fosse vóis mece?O senhor ta ai assim por que num é na sua casa. o coroné num acridita em fantasma?
_Eu?É claro que não!Maria acredita. eu, não. eles são muito mentirosos.
Pois saiba coroné que o senhor não devia brincá ansim.
-Oras acreditar eu acreditava mais num acredito mais. depois que a gente os conhecem de perto ,perde a confiança.
_ O coronel já viu um fantasma?
-Um não dois.
-Ai, meu Jesuizinho. conta como foi.
_Bobagera, coisa atoua. num vale nem comenta.
_Por favor, coroné, conta.
_Só um minuto. O MARIA PASSA UM CAFEZINHO.
Bem foi mais ou menos nos anos 50 assim que eu mais Maria nos casamos, eu soube que tinha uma fazenda pra vender. e resolvi compra .usei toda minha lábia de negociante pra fechar o negocio o dono da fazenda apenas perguntou quanto eu tinha.assim que eu disse o quanto eu tinha.ele fechou negocio e se mandou mais que rápido possivel.
Voltei pra cidade e contei a Maria que tinha fechado o negocio. ela ficou toda prosa num sabe.
Pegamos então nossas coisas coloquemos num caminhão e fomos de mudança pra fazenda nova. no caminho paramos num vilarejo pra comprar mantimentos ,assim que cheguei todos me olharam.alguns cochichavam preu num ouvir.foi quando um sujeito se aproximou e disse;
_O senhor é o novo otário da fazenda Viva Flor.
_Desculpe cidadão acho que o senhor quis dizer novo proprietário não.
_Não é novo otário mesmo. disse rindo com um couro risos.
O senhor foi enganado.
_Enganado?A fazenda não existe?
_Oh, sim existe. mais não há vivo que more lá ,ela é assombrada.
_E eu sou homem que teme o que já morreu.
_Isso é bom, pois nos já fizemos aposta pra saber quanto tempo tu fica lá.
Eu acho que num fica dois dias.
Sai de La cuspindo fogo num sabe. No caminho encontrei o safado que me vendeu a fazenda. Ele disse que teria o maior prazer de comprala de volta. Pela metade do que paguei. ia dar lhe uns safanões mais Maria num deixou.mais logo que chegamos a fazenda e vimos aquela belezura nosso coração se acalmou.
mais a noite foi difícil, um barulho dos infernos.gritos ,uivos,gemidos. num preguei o olho.Maria acendeu velas ,rezou terço.depois de tanto barulho achei que tinham destruído a fazenda toda.mais não,tava tudo igual o dia passou tranqüilo ,mais na hora do jantar Maria tinha assado um frango.mais assim que ela o colocou na mesa ele começou a ciscar e a bicar o milho cozido._Acho que ficou mal passado. Disse eu enquanto segurava o frango que pulava jogando farofa pra todo lado. a noite tudo se repetiu novamente uma barulheira só.Maria acordava toda madrugada pra fazer café.e aquela madrugada não seria diferente se não fosse pelo que se deu.ela estava na cozinha coando o café quando ouve um assovio e todo telhado da cozinha foi embora telha por telha.
_Nossa coroné, Deus me livre. O que foi que o senhor fez?
Quando Maria me gritou soltei um assovio mais alto ainda e o telhado voltou.
Logo clareou e tudo voltou ao normal. Então fui à cidade e todos novamente me olharam.
_O senhor já esta pronto pra partir? Disse-me um homem debruçado no balcão.
_Não por quê?
_É que assim aumentam as apostas, sabe ninguém durou tanto ali. A maioria ficou só dois dias. Nem o padre tem coragem de ficar por ali. aquelas terras foram doadas a igreja mais o padre não quis e a vendeu ao homem que lhe vendeu .e ele faz isso a 20 anos .
_Pois é, pois eu aposto que eu fico. e dobro a aposta de todos.fiquem sabendo que eu não arredo o pé.
Naquele dia fiquei na vila ate tarde cuidando dos negócios da fazenda. E quando percebi já era noite. Nem o cavalo queria voltar empacou feito uma mula. e não foi de jeito nenhum .todos insistiram que eu passasse a noite na vila.voltar seria burrice já que ate o cavalo sabia o que a noite escondia._E a Maria disse eu?Não posso a deixar sozinha. E La me fui. ao olhar para trás ainda vi alguns deles se benzendo.
Quando cheguei a cede tudo estava calmo, diferente dos outros dias. fiquei preocupado ate rezei.entrei pé ante pé.a respiração estava mais rápida,meu coração batia tão alto que se ouvia ao longe._Cadê Maria.pensei eu .fui ate o quarto e nada.a respiração aumentou ,uma lagrima escorreu.
Então ouvi um barulho na cozinha e corri pra lá, antes peguei minha carabina. ao abrir a porta eu vi.
_Ai, meu deus coroné. Vou ter um treco, me diga o que você viu?
_Vi a Maria e ela esta, sim ela estava.
_Tava o que home!
_Tava assando um bolo, e de fubá. Coisa que ela nunca conseguiu fazer. E pior cumpadre do lado dela esta uma fantasma de avental toda suja de farinha. ao me ver Maria disse _Oi amor,demorou .a fantasma me cumprimentou com a cabeça.eu chamei a Maria num canto e tampando a boca falando entre os dentes perguntei.que ta acontecendo?-ah essa é Zulmira respondeu a Maria apontando para a fantasma. Ela e o marido é que assombram a fazenda. Senta ai come um pedaço de bolo de fubá que ela me ensinou a fazer. Nesse instante chegou o fantasma homem vendo a esposa conversando conosco ficou irado. Mais a esposa deu um olhar tão meigo ao marido que ele se derreteu todo e disse._negocio que mulher se mete tudo acontece. ai eu já o chamei pra tomar uma ele disse que num bebia ._Isso é um veneno disse ele.eu então perguntei ._que mal lhe pergunte.por mode que, tão assombrando a nossa fazenda?_oras quem disse que é sua!
Mostrei a escritura._bem mais estou aqui há mais tempo disse ele. -isso não se discute disse eu. mais agora ela é minha ,que podemos fazer?Eu tive uma idéia. então contei a ele sobre o homem que me vendeu a fazenda e como ele vinha a vinte anos vivendo as suas custas.
-Se a coisa é assim como o senhor diz, tudo que ele tem pertence a mim, não é?
Então o melhor a fazer é tomar posse do que é meu.
Hoje mesmo vamos embora, fique com a fazenda. E seja feliz.
Nisso pegou a mulher despediu-se da gente e foi assombrar a fazenda do sujeito que havia me vendido aquela fazenda. Nunca mais os vimos.
_NOSSA, CORONÈ! Que causo. mais tem algo que eu não entendi.
_ O Que cumpadre?
_Vós mecê disse que num acreditava em fantasma.
_ E num acredito, homem! Pois num é que a Maria quando fez amizade com a fantasma, comentou pra ela que nos não podíamos ter filhos. e ela prometeu a Maria que o primeiro filho que ela tivesse daria pra gente batizar.e até hoje nada.por isso disse que num acredito em fantasma.Maria acredita e ainda espera o afilhado.VIU COMO SÃO MENTIROSOS?QUEM ACREDITA EM FANTASMA.


Autor: Beto Rami


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