Cotidiano



Cotidiano

Um tocar estridente anuncia as horas e eu acordo
Roboticamente escovo os dentes, me sento à mesa e tomo um café oleoso
Roboticamente trabalho
As doze, almoço uma comida de cinzas e anilina
Não sinto gostos, não sinto cheiros... Só desejos
Roboticamente amo uma máquina de consumir
Outros seres me procuram, mas ignoro sua programação, não os entendo!
Desintegro-me, enferrujo e busco vida extra na sala de outros seres robôs... Falho!
Volto ao resto de vida alienada à qual estou condenado.
Quanto ferro! Quanto frio!...Silêncio!...
Deleto-me.
Simone Fiorito / 2010
http://letraslivres.no.comunidades.net/

Autor: Simone Fiorito


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