Panorama da tecnologia a serviço da educação a distância



Panorama da tecnologia a serviço da educação a distância ¹

Elenita de Oliveira²

Resumo
Na educação a distância, o domínio de algumas tecnologias ligadas à educação se faz necessário, pois os envolvidos nesta modalidade de ensino obterão informações cruciais para a aprendizagem. Desta forma, as ferramentas utilizadas para o acompanhamento, bem como para o desenvolvimento das atividades que promovem o aprendizado são de extrema importância para a educação. A internet estimula a participação do aluno devido a sua possibilidade de pesquisa, criando situações de aprendizagem, e os ambientes de aprendizagem são um conjunto de ferramentas, ações, conceitos, entre outras habilidades. Seus integrantes trazem suas competências, conhecimentos, experiências, interesses, hábitos, expectativas, estilos de aprendizagem, inerentes aos processos educacionais à distância. Portanto, para que um projeto tenha sucesso, é necessário ajustar a ação e a prática docente, discente e institucional, não sendo diferente para a mediação tecnológica. No entanto, quando um projeto tem propósito tecnológico educacional, é aconselhável que os alunos envolvidos sejam submetidos a um processo de inclusão digital, que amplia as suas possibilidades futuras.

Palavras chave: Educação a distancia, tecnologias, aprendizagem.

Abstract:


In the distance education, the mastery of certain technologies related to education is needed, as involved in this type of education obtain crucial information for learning. The tools used for monitoring and for the development of activities that promote learning These are very important, for education. The Internet encourages the participation of the student due to its ability to search, creating situations of learning. The learning environment and a set of tools, actions, concepts, among other skills. Its members bring their skills, knowledge, experience, interests, habits, expectations, learning styles, educational processes inherent in the distance. For a project is successful, it is necessary to adjust the action and teaching practice, discente and institutional, not being different to mediation technology. When a project has technological educational purpose, it is advisable that the students involved are undergoing a process of digital inclusion, which extends its future possibilities.

Key words: Distance education, technology, learning


Introdução

Este artigo contempla pesquisa bibliográfica sobre os aspectos referentes à tecnologia e à educação a distância, além de enfatizar a necessidade da comunicação no processo de aprendizagem.
Será abordada a importância das tecnologias na educação dando enfoque, principalmente, nas atividades desenvolvidas na educação a distância, bem como a necessidade de domínio das diversas ferramentas para o maior aproveitamento nesta modalidade de ensino.
A comunicação vai se aprimorando, evoluindo com o passar do tempo. E na educação a distancia, essa comunicação é extremamente necessária, pois deverá ser clara, facilitando assim o processo de aprendizagem.
Outro ponto importante é a disposição em que o aluno irá receber todos os materiais, como agirá e reagirá aos materiais e ferramentas a ele disponibilizados.

Panorama da tecnologia a serviço da educação a distância

Conforme Kenski (2004, p.19), muitos produtos são empregados em nosso dia-a-dia, que não são entendidos como tecnologia, porém reconhece-se que são indispensáveis para as atividades mais simples, como por exemplo, utilizar o apagador para apagar o quadro negro. Estas tecnologias estão tão acopladas ao cotidiano que parecem naturais, mesmo sem serem avaliadas quanto estudo, criação e construção foram empreendidas para que este produto pudesse ser utilizado.
Nesta perspectiva entende-se que para cada objeto, produto e ou equipamento utilizado foi empregado tempo de estudo e tentativas práticas para que os mesmos ficassem no formato adequado para execução das ações que foram projetadas. Pode-se acrescentar que há ajustes para adequação de determinados produtos a cada época.
Para Kenski (2004, p.19), a tecnologia deve ser analisadas desde o inicio da civilização, pois podem ser verificados os avanços de cada era, cada qual com suas peculiaridades até chegarmos ao momento tecnológico atual.
A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a banalização do uso de determinada tecnologia impõem-se à cultura existente e transformam não apenas o comportamento individual, mas o de todo grupo social. A descoberta da roda, por exemplo transformou radicalmente as formas de deslocamento entre os grupos (KENSKI,2004, p.21).

Segundo Chaves (acesso em 25jun 2008), podem-se verificar várias formas de compreender a tecnologia. Então, é necessário observar de forma mais clara, como qualquer ferramenta, técnica ou método criado pelo homem para facilitar a execução de seu trabalho, tornando sua locomoção mais rápida e sua comunicação mais fácil, ou simplesmente sua vida mais satisfatória, agradável e divertida. Neste sentido amplo, a tecnologia não é algo novo, é quase tão velha quanto a vida humana.

Nem todas as tecnologias inventadas pelo homem são relevantes para a educação. Algumas apenas estendem sua força física, seus músculos. Outras apenas lhe permitem mover-se pelo espaço mais rapidamente e/ou com menor esforço. Nenhuma dessas tecnologias é altamente relevante para a educação. No entanto, as tecnologias que amplificam os poderes sensoriais do homem, sem dúvida, o são. O mesmo é verdade das tecnologias que estendem a sua capacidade de se comunicar com outras pessoas. Mas, acima de tudo, isto é verdade das tecnologias, disponíveis hoje, que aumentam os seus poderes mentais: sua capacidade de adquirir, organizar, armazenar, analisar, relacionar, integrar, aplicar e transmitir informações (CHAVES, acesso em 25jun 2008).

As ferramentas utilizadas para o acompanhamento, bem como para o desenvolvimento das atividades que promovem ensino e aprendizagem, são de extrema importância para a educação.
Para Kenski (2004, p.19) "quando falamos da maneira como utilizamos cada ferramenta para realizar determinada ação, referimo-nos a técnica."
Na educação a distância, o domínio de algumas tecnologias ligadas à educação se faz necessário, pois os envolvidos nesta modalidade de ensino obterão informações cruciais para a aprendizagem, visto que sabendo utilizar as ferramentas como a Internet e ambientes virtuais de aprendizagem, entre outras, poderá obter muito mais autonomia nesse processo.
Para Belloni (1999, p.75), referindo-se às novas tecnologias, enfatiza que essas não são necessariamente as relevantes ou mais eficazes do que as mídias tradicionais em qualquer situação, envolvendo a aprendizagem. Porém, é importante lembrar que estas estão bastante presentes no universo dos jovens.
Segundo Moran; Masseto e Behrens (2001, p.53) a internet incita à participação do aluno, devido a sua inesgotável possibilidade de pesquisa, criando situações de aprendizagem. Na internet são criadas formas mais abertas de escrita, hipertextual, conectada, multilinguística, aproximando texto e imagem.
Usando desta tecnologia e um planejamento condizente pode-se estimular o aluno à construção de novas situações gerando novos conhecimentos. O computador e seus recursos auxiliam nas comunicações mediadas por esta ferramenta, pois permite adequá-las às necessidades de cada grupo, o que é imprescindível na educação a distancia e permite destacar algumas características:

dar suporte à comunicação e conseqüentemente à interação dos seus usuários; permitir interações espaço-temporais mais livres;
possibilitar que indivíduos semelhantes, fisicamente distantes possam se comunicar;
possibilitar maior liberdade de expressão a distância; alterar o conceito de presencialidade2;
respeitar e adaptar-se ao ritmo na prática e o domínio de cada indivíduo na comunidade (diversidade cultural); possibilitar a "construção" de uma linguagem comum aos membros da comunidade;
permitir responsabilidade e auxílio mútuo, incentivando a colaboração; possibilitar o arquivamento das atividades e diálogos desenvolvidos pelo grupo. A construção da memória do grupo;
adequar o grupo para solucionar as dificuldades e necessidades de cada membro, promovendo, com isso, condições e estímulos para permitir uma interação entre todos. Essas interações podem ser informais e formais, coletivas e individuais, síncronas e assíncronas ; e alterar o conceito de curso e aula (BARÃO, 2005).

Segundo Barão (2005), os e-mail, listas de discussão, chats, videoconferências, entre outros se transformam em excelentes meios de interação e colaboração, o que permite, através destes portais, trocar idéias e agregar conhecimento.
Conforme Barão (2005), os ambientes de aprendizagem são um conjunto de ferramentas, ações, conceitos, entre outras habilidades, seus integrantes trazem suas competências, conhecimentos, experiências, interesses, hábitos, expectativas, estilos de aprendizagem, inerentes aos processos educacionais a distância. A internet oferece muitas possibilidades na área de Educação, pois proporciona um mecanismo poderoso de interação entre alunos e professores. Além disso, disponibiliza recursos multimídia, tais como sons, imagens, gráficos e vídeo, o que pode tornar o aprendizado mais interessante e atraente ao aluno.

define seis elementos principais no processo de EaD:
separação física entre professor e aluno, o que a distingue do ensino presencial;
influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto,
organização dirigida etc), que a diferencia da educação individual;
utilização dos meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;
previsão de uma comunicação de dupla via, onde o estudante se beneficia de um
diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via;
possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização; e
participação de uma forma industrializada da educação, a qual, se aceita, contém o
gérmen de uma distinção radical dos outros modos de desenvolvimento da função educacional (KEEGAN , 1992, apud BARÃO, 2005).

Para Munhoz (2003), algumas atividades podem ser desenvolvidas nos ambientes virtuais como:
? A Comunicação multidirecional permite aos participantes, envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, como tutores, professores e alunos utilizarem e-mail, listas e grupos para comunicação assíncrona, além das facilidades de montagem de salas de conversação para comunicação síncrona. Alguns sistemas permitem utilização de videoconferência.
? Auto-avaliações individuais e somativas, com retorno imediato ou assíncrono.
? O compartilhamento, envio e o recebimento de materiais necessários para o processo de ensino aprendizagem.
? Registro da participação e o desenvolvimento do aluno nas diversas atividades disponibilizadas no ambiente virtual.
Conforme Munhoz (2003), para que um projeto tenha sucesso, é necessário ajustar a ação e prática docente, discente e institucional, não sendo diferente para a mediação tecnológica. Quando um projeto tem propósito tecnológico educacional, é aconselhável que os alunos envolvidos sejam submetidos a um processo de inclusão digital, que amplia as suas possibilidades futuras. Esta perspectiva, quando comparada com o ambiente tradicional, traz para professores, alunos e para a própria instituição de ensino, novos e significantes papéis no processo de ensino e aprendizagem. O aluno torna-se mais autônomo nesse processo, é considerado de forma individual, com sua forma própria de aprender e adquirir novos conhecimentos a partir de informações pedagogicamente colocadas à sua disposição e é orientado a solucionar problemas de forma colaborativa, em grupos. Neste processo, ele é considerado como um sujeito coletivo, responsável pelo sucesso do grupo, influenciado e influenciador que reconhece e trabalha com reconhecimento ao outro.

Para que a tecnologia, quando usada na educação, possa ser um instrumento de transferência de poder ("empowerment") para o aprendente, que permita que ele, de posse das potentes ferramentas de aprendizagem que a tecnologia coloca à sua disposição, possa gradativamente se tornar autônomo em sua aprendizagem, é necessário que, junto com a introdução da tecnologia na educação, sejam repensadas as práticas educacionais da escola - de modo a se rever, especialmente, a função dos conteúdos curriculares e o papel do professor no desenvolvimento das competências e habilidades que farão do aprendente alguém capaz de aprender sempre à medida que constrói seus projetos de vida no plano pessoal e social (CHAVES, acesso em 25jun2008).


Para Munhoz (2003), é necessário citar a importância dos ambientes virtuais de aprendizagem e destacar que a liberação de materiais que poderá ser efetuada de forma simples e rápida, possibilitando a pesquisa e o acesso a rotinas de simulação, sendo tutoriais inteligentes ou não. Apresenta também os problemas quando estes materiais não foram projetados para o ambiente on-line, sem integração com as apresentações, presenciais ou a distância, e com relação aos direitos autorais.
Quanto à facilidade de uso, acrescenta Munhoz (2003), que se a adequabilidade e navegabilidade estão de acordo com as técnicas e práticas de desenvolvimento ergonômico de interfaces com o usuário, o acesso é extremamente facilitado para o aluno. O autor cita que há problemas quando o aluno fica frustrado pelas limitações do material apresentado, estando a tecnologia em desenvolvimento de materiais didáticos em hipermídia ainda em seus passos iniciais.
Conforme Peters (2001, p.122), os alunos devem ter em mente a construção de estruturas próprias e o desenvolvimento e a diferenciação do próprio pensamento científico e, ao mesmo tempo, esforçar-se pela aquisição de competências sociais correspondentes.
Para Moran (Acesso em 28 set de 2008), é necessário que as instituições invistam em infra-estrutura, oferecendo para o aluno acessibilidade às tecnologias, bem como espaços físicos de encontro, argumentando que estes espaços propiciam também a aprendizagem.
Munhoz (2003), ressalta que as facilidades de acesso à educação é um dos mitos da educação a distância, reforça que o que se facilita é o acesso de pessoas que, já estando no mercado de trabalho, necessitam de requalificação, e desta forma, as instituições dessa modalidade de ensino podem atingir mais alunos, mas ainda pertencentes às camadas privilegiadas e que tem acesso às tecnologias envolvidas com a educação a distância.
Ambientes colaborativos podem ser excelentes espaços para o desenvolvimento de novas formas de condução de processos de aprendizagem, em especial, para o desenvolvimento de competências sociais, bastante valorizadas na sociedade e, particularmente, por empresas e instituições.
É importante salientar que os ambientes de aprendizagem, por mais que ofereçam ferramentas que propiciem a colaboração e interação, não irão conseguir sozinhos que os alunos construam seus conhecimentos se não tiverem um acompanhamento, um guia do processo de aprendizagem. Precisamos citar a importância do tutor quando se trata da educação a distancia, o termo tutoria é utilizado nos conceitos de EaD, indicando o indivíduo que atua como "facilitador" da aprendizagem do aluno a distância e que, na relação do aluno com a instituição, é o mediador. A relação das diversas funções e papéis desse profissional é variada e complexa, adequando-se de instituição para instituição, ao modelo organizacional e estratégia pedagógica que adotam.
Conforme Peters (2001, p.58), o termo tutor também tem como significado proteção. O docente (tutor) tem a função de assessorar estudantes individualmente em questões gerais relacionadas com o estudo, de integrá-los no grupo de alunos e de dar assistência. O tutor divide a responsabilidade com outros profissionais, formando um grupo intitulado Equipe Transdisciplinar.
Segundo Munhoz (2003), com a orientação aos alunos nos ambientes virtuais, há possibilidade de participar de projetos colaborativos, abordagens inovadoras do processo educacional, contato com tecnologias emergentes e aprender de forma autônoma, dividindo a responsabilidade da aprendizagem com os professores. Porém, enfatiza o autor, mesmo na aprendizagem independente deve-se considerar que são necessários serviços complementares de acompanhamento tutorial e uma situação que promova a comunicação eficaz entre os agentes envolvidos.

Considerações Finais

Pode-se observar que a educação a distância está ligada diretamente com as ferramentas tecnológicas que possibilitam a integração de todos envolvidos no processo ensino aprendizagem.
Partindo dessa análise, pode-se dizer que a relação entre os envolvidos na educação a distância existe e ocorre por diversas maneiras e com o apoio de ferramentas variadas: pelas interações via telefone, chats, fóruns. Recursos diversos que possibilitam a comunicação, o esclarecimento e a interação.
Observa-se a necessidade de entendimento de como funciona o trabalho colaborativo e as comunidades de aprendizagem que facilitam a comunicação de seus membros ampliando situações e auxiliam na construção do conhecimento.
No entanto, para que isto ocorra, faz-se necessário um planejamento bem elaborado, para prever todas as ações a serem desenvolvidas, bem como especificar em que lugar se pretende chegar, evitando, dessa forma, imprevistos que podem culminar em desagradáveis resultados.
É possível dizer que na educação a distância, o recurso das comunidades de aprendizagem e as facilidades estabelecidas pelo uso dos suportes tecnológicos, podem fazer toda a diferença neste processo.

REFERÊNCIAS
BARÃO, C. L.. Explicitação gráfica de habilidades de tutoria em cursos mediados por tecnologias de informação e comunicação. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) ? Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, Curitiba, 2005.
BELLONI, M.L. A Educação a distância. Campinas: Editora Autores associados,1999.
CHAVES, E.O.C. A Tecnologia e a Educação. Disponível em: http://www.escola2000.org.br/pesquisa. Acesso em 25 de junho de 2008

Educação à distância: Características e procedimentos pedagógicos. Disponível em: http://www.eps.ufsc.br/disserta98/ribeiro/cap3.html Acesso em 26 de junho de 2008.

KENSKI,V.M. Prática Pedagógica Tecnologias e ensino presencial e a distancia. 2ª ed. São Paulo: Papirus, 2004.

MORAN, J.M; MASETTO,M.T; BEHRENS M.A Novas tecnologias e mediações pedagógicas. 3ª ed. Campinas: Papirus, 2001

MORAN, J. M. O que é um bom curso a distância? Programa Salto para o Futuro da TV Escola, 2002 disponível em:
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/ead/eadtxt1c.htm Acesso em 28 setembro de 2008.

MUNHOZ, A. S. A educação a distância em buscado tutor ideal. Colabor@ - Revista Digital. Santos, v.2, n.5, agosto 2003.

PETERS, O. Didática do ensino a distância. São Leopoldo: Unisinos, 2001.

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Autor: Elenita Oliveira


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