Compreensão do Cotidiano Escolar Apartir da noção de Violência



A COMPREENSÃO DO COTIDIANO ESCOLAR A PARTIR DA NOÇÃO DE VIOLÊNCIA
POR: FERNANDA KELLY DIAS DA CUNHA


RESUMO


Este trabalho tem como objetivo mostrar o que é a violência e como ela tem aumentado de forma rápida chegando aos ambientes aos quais jamais pensávamos que ela pudesse alcançar. mostrar suas possíveis razões, consequências e possíveis soluções as quais poderíamos chegar, veremos o também o impacto causado em uma sociedade onde a mesma na maioria das vezes tem se ausentado de suas responsabilidades, qual é o real papel da escola e de que forma a mesma pode contribuir para transformar o ambiente escolar, tornando-o não em um deposito de pessoas, mas um lugar de transformação. Veremos o quanto a mobilização da sociedade pode influenciar no comportamento desses alunos que muitas vivem em ambientes sem nenhuma perspectiva, passando por dificuldades financeira, violência e exclusão da sociedade, sendo assim veremos que a possível solução da violência precisa bem mais de ações do que discursos os relatórios é preciso pôr em prática.

Palavras-chave: educação; sociedade; participação; escola; transformação.



















ABSTRACT


This paper aims to show what violence is and how it has increased rapidly reaching the environments to which we ever thought she could achieve. show their possible reasons, consequences and possible solutions which could arrive, we will see also the impact in a society where it has mostly been absent from his responsibilities, what is the real role of the school and how it can help to transform the school environment, making it not a deposit of person but a place of transformation. We'll see how the mobilization of society can influence the behavior of many students who live in environments without any perspective, going through financial difficulties, violence and exclusion from society, so we'll see what the possible solutions to violence and need more actions than speeches reports is to put into practice.

Keywords: education, society, participation, school; transformation






















1 A COMPREENSÃO DO COTIDIANO ESCOLAR APARTIR DA NOÇÃO DE VIOLÊNCIA


Segundo Aurélio violência é o ato de agredir, usar a força ou intimidar vendo a forma como a violência tem aumentado nas ultimas décadas, neste trabalho iremos mostrar as proporções gigantescas que ela tem tomado, suas consequências, suas causas e suas possíveis soluções. Vendo que a violência tem acontecido das mais variadas formas nos mais diferentes ambientes nós teremos a violência física e verbal que tem tomado conta dos mais variados ambientes chegando também as escolas, sendo este um tema o qual tem chamado a atenção das pessoas sobre como solucionar tal problema.
A autora Áurea Maria Guimarães em seu livro intitulado "A dinâmica da violência escolar: Conflitos e ambiguidade" ela procura entender como acontece estes atos, por quais motivos, o que leva uma criança ou adolescente, cometer atos de violência ou vandalismo contra seus próprios colegas, sua própria instituição, pais e professores.
Quando falamos em violência escolar isto nos leva a lembrar todo o processo pelo qual passou a escola onde a principio escola era sinônimo de respeito e tranquilidade onde estes alunos não tem o direitos sequer de questionar ou discordar do professor, onde os professores eram os "senhores" e ditavam qual o rumo que as aulas tomariam: em seguida percebe-se a necessidade de fazer com que esses alunos passassem a participar cada vez mais das aulas. Uma vez que a sociedade se transformava a escola também acompanhou este processo, enquanto crianças e adolescentes tinham cada vez falta de estabilidade fora isto acabava se refletindo também na escola.
Ao longo de seu livro fala sobre sua pesquisa realizada nos anos de 1982 à 1984 na cidade de Campinas em uma escola publica da periferia onde a desigualdade social a falta de compreensão entre outros motivos já haviam se encarregado de fazer com que a maioria das pessoas vissem aquela escola como um problema sem solução.
Ao longo de sua pesquisa ela percebe que escola vem se tornando um lugar cada vez mais violento onde a maioria das pessoas tem se acostumado com a violência, chegando ao ponto onde muitas vezes os atos de violência ficam sem punição ou são vistas apenas como brincadeiras que com o passar do tempo tornou-se agressões cada vez mais violentas.
Segundo Valery (1901, p. 25), "Dois perigos, mortais ameaçam a humanidade a ordem e a desordem." Ou seja, ordenar não significa ter respeito, impor não quer dizer que detemos o poder e que tudo será realizado de acordo com a nossa vontade.
A ordem em sala de aula ultrapassa as barreiras do respeito obrigatória percebendo-se que a ordem será adquirido junto com o respeito e que a ordem não é sinônimo de uma sala silenciosa de corredores vazios, pode-se perfeitamente existir ordem durante uma discussão ou debate em sala de aula onde os alunos respeite a vez de cada um falar e respeite a opinião do outro mesmo que não concordando.
No entanto essa transformação na escola não tem acontecido por acaso, existe todo um histórico onde vem se percebendo a perca de valores sociedade desestruturada juntamente com a família refletindo em cada individuo. Porem a agressividade está presente não apenas nos alunos mas também nos professores, diretores, supervisores e todos que juntos formam o ambiente escolar, contribuindo para que a escola se transforme em uma arena de disputas, ou então simplesmente ignoram fingindo que o problema não existe.
Sendo assim não resolve fingir que não estamos vendo o problema, que não é conosco ou que simplesmente não há soluções é necessário buscá-las, construí-las ou criá-las dia-a-dia.
Segundo Guimarães (1988, p. 18), "A escola pode conseguir a "paz dos cemitérios" quando os alunos fazem suas cópias, mas não pode se iludir pensando que ao mascarar os conflitos ela os elimina."
Assim percebemos de forma clara que a escola ao promover atividades que silencie os alunos está apenas fantasiando uma disciplina, distraindo-os e ocupando-os para que haja tempo disponível para discussões, brincadeiras e possíveis desentendimentos dificultando também a oportunidade de criar participar e aprender. É necessário perceber que muitas vezes os alunos conseguem fazer barulho e produzir ao mesmo tempo deste que este barulho e esta discussão esteja acontecendo com um objetivo.
A violência que antes era vista apenas em escolas da periferia tem tomado maiores proporções chegando aos grandes centros e a grandes escolas particulares deixando claro que o problema não é apenas uma questão financeira, mas social, famílias violentas que acabam educando seus filhos ou simplesmente o ignoram causando revolta onde a escola torna-se o melhor ambiente para mostrar aos colegas e professores quem pode mais marcar território e adquirir a atenção de todos de todos.
Crianças e adolescentes que pela ausência de atenção e de convivência familiar acabam refletindo sinais de violência que na maioria das vezes são muito difíceis de torná-los conscientes de suas atas uma vez que não há a atuação por parte da sociedade em conjunto.
Segundo Guimarães (1986, p. 28), "apontar os pais, a estrutura familiar, a estrutura econômica como responsáveis pela crueldade entre as crianças é um dos aspectos da questão."



Assim percebemos que para reduzir este enorme aumento da violência escolar não basta apenas procurar conscientizar o aluno, mostrar a ele quais as consequências dos atos ou ter como foco apenas a família, é uma ação em conjunto onde todos trabalham juntos como o mesmo objetivo mesmo que cada um seguindo caminhos diferentes.
A escola não é apenas o lugar onde se aprende o que está na grade curricular é necessário ir mais além ensinar pra vida, tornando o ambiente escolar algo agradável e a as aulas prazerosas em vez de amedrontar os alunos tornando cada dia de aula um momento de tortura, levando pra sala de aula a realidade de cada um tornando cada experiência única e válida é necessário fazer com que cada um adquira sua liberdade de consciência e que cada seja capaz de se questionar sobre suas atitudes.
Segundo Guimarães (1986, p. 97)

Os alunos ficavam confinados em um espaço pequeno, rodeados de grades. O barulho era ensurdecedor gritos, tapas choros, risos, merenda que frequentemente caia no chão em consequência dos empurrões.

Esta infelizmente acaba sendo a realidade da maioria das escolas onde nada anda bem onde as grades e os muros vão além do físico, porém faz-se necessário uma vez que as escolas não estão sendo vistas com o devido respeito e acabamos vendo fatos monstruosos em escolas às vezes causadas por pessoas que não fazem parte deste ambiente simplesmente adentram essas escolas fazendo dos alunos mais uma vitima deste sistema onde se caminha sem saber que direção tomar.
O ambiente acima citado não faz parte dos sonhos de nenhum professor porém para alguns alunos este é um dos poucos momentos de diversão que elas conseguem ter ao longo do dia.
Segundo Guimarães (1989, p. 102):

É preciso que os educadores reconheçam os elementos que compõe este fenômeno para além do econômico do político do social e do psicológico avaliando os jogos das duplicidades percebendo como as diferenças e os antagonismos apontam o aparecimento de uma rede de comunicação não-explicativa.

Ou seja, é preciso conhecer, compreender, aceitar para a partir daí procurar mudar. É preciso que cada educador enxergue em cada um de seus alunos o cidadão, o futuro ser que ele pode se tornar, sendo esta um dever não apenas do educador, mas de toda a sociedade que possa compreender e contribuir para a melhoria da sociedade.
Procurar culpados não resolve nem tão pouco os motivos pela qual esta violência acontece pouco importa saber a causa do problema quando não se busca soluções.
Sendo assim percebemos que a possível solução para este problema do crescimento da violência no ambiente escolar seria mobilizar a sociedade conscientizando-a que é um dever de todos para uma sociedade melhor.



























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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GUIMARÃES, Áurea Maria. A dinâmica da violência escolar: Conflitos e Ambiguidade. Campinas: Editora Autores Associados, 2005.

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Autor: Fernanda Kelly


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