RESENHA CRÍTICA-PEDAGOGIA DA AUTONOMIA



RESENHA CRÍTICA
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Aline Aparecida Barbosa
Jackeline Gomes Barbosa Soares
FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia ? Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 ? São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
Paulo Freire divide o seu livro Pedagogia da Autonomia em três capítulos, capítulos esses que se subdividem em nove itens onde ele trata de forma simples, porém veemente sobre a questão da prática educativa tanto em sala de aula quanto fora dela. Ele fala no capítulo primeiro sobre a necessidade do indivíduo apreender de forma de se torne capaz de recriar ou refazer algo para que tenha competência para ensinar criticamente e não somente transferir conhecimentos, não deixa de ressaltar o dever do educador na sua prática docente de despertar o senso-crítico no educando de forma que ele se torne critico, pesquisador, curioso, instigador, sem, sobretudo perder a humildade e a persistência para que assim tenham a capacidade de pensar certo, o que implica tanto o respeito ao senso comum quanto o respeito e o estimulo à capacidade criadora do educando. Por essa razão pensar certo leva não só ao professor, mas a toda escola o dever de respeitar os saberes dos educandos, a sua realidade que muitas das vezes diverge de tudo que ele presencia na escola e quem sabe está fazendo uma correlação dessa realidade com os saberes curriculares. Deixa claro que a prática docente tem que está ombreada com a ética e a estética, pois como agente de transformação o educador não deve deixar-se levar pelas tentações de estar numa sala de aula simplesmente para cumprir o seu dever suprimindo assim o direito do educando de ter uma formação moral, o "verdadeiro" educador vive o que ensina, não trata com os seus alunos com ar de superioridade como se fosse detentor do saber, mas está pronto a retirar algum aprendizado dos saberes que seus alunos trazem na ?bagagem?. Uma reflexão crítica sobre a prática pedagógica e/ou educativa torna-se de fato, uma exigência da relação teoria/prática para o docente, o autor deixa clara a necessidade de oportunizar para o formando desde o começo da sua vida acadêmica, o direito de assumir-se como sujeito da produção do saber. E, enfatiza de que ensinar, não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou a sua construção, ressalta ainda que a construção da capacidade crítica no educando,assim como conduzi-lo a pensar certo constitui-se uma atividade docente;não deixando jamais para isso de levar em consideração o conhecimento prévio do educando.
Paulo Freire começa o capítulo dois lembrando que numa perspectiva progressista ensinar não é transferir conhecimentos, mas sim criar as possibilidades para a sua própria produção ou construção, chama a atenção para o fato de que isso não precisa apenas ser apreendido pelo educador e pelos educandos, mas que precisa ser testemunhado e vivido todos os dias, educador e educandos não podem apenas discursar sobre praticas corretas da pratica educativa eles precisam vive-las. Seguindo essa linha de pensamento Paulo Freire trata da questão da consciência do inacabado, do reconhecimento de ser condicionado, respeito à autonomia do ser do educando lembrando nesse momento que esse respeito à autonomia e à dignidade de cada um faz parte da ética do educador e não um favor que o mesmo pode ou não conceder aos educandos, trata da questão do bom-senso como um "aliado" do professor para que este tenha a virtude de compreender que o comportamento do Pedrinho, quieto, calado tenta mostrar algo, um descontentamento, uma necessidade talvez que próprio Pedrinho não é capaz de dizer ou fazer, não deixa de ressaltar a importância da humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores, luta essa que deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto pratica ética, outro saber que pra o autor é fundamental à experiência educativa é o que diz respeito à sua natureza,o professor precisa se mover com clareza na sua pratica,precisa conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da pratica o que pode o tornar mais seguro no próprio desempenho, ou seja, o mesmo precisa ter apreensão da realidade, fala ainda no capitulo dois da alegria e esperança, convicção de embora diante da realidade pareça difícil mudar é possível e ainda da curiosidade como exigências na pratica educativa.
Freire no capitulo três diz crer que uma das qualidades essenciais que a autoridade docente democrática deve revelar em suas relações com as liberdades dos alunos é a segurança em si mesma, dentro desse pensamento o autor trata de princípios como segurança, competência e generosidade como atributos indispensáveis a um "verdadeiro educador" que se preocupa em prepara-se para repassar o conhecimento com segurança e autoridade como ambas se completam, mas sem jamais perder a generosidade para com os seus educandos, lembra mais à frente da necessidade do comprometimento, ou seja, deve haver uma aproximação cada vez maior entre o dizer e o fazer, entre o que se parece ser e o que realmente se é para ele outro saber que não se poder colocar em duvida em momento algum é o de que, como experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo, trata da questão da liberdade e autoridade exigida na pratica docente lembrando que ninguém é sujeito da autonomia de ninguém, fala ainda no mesmo capitulo que ensinar exige tomada consciente de decisões o que se à educadora ou ao educador democrático, consciente da impossibilidade da neutralidade da educação é forjar em si mesmo um saber especial que jamais deve abandonar, saber que motiva e sustenta sem luta:se a educação não pode tudo ,alguma coisa fundamental a educação pode,deixa claro ainda que o professor tem que saber escutar,pois o mesmo não é detentor de todo o conhecimento o mesmo ainda precisa reconhecer que a educação é ideológica,o educador precisa estar disposto ao dialogo com os educandos pois não é vergonhoso desconhecer algo ,precisa testemunhar a abertura aos outros,a disponibilidade curiosa à vida,a seus desafios,pois esses são saberes necessários à pratica educativa e acima de tudo o professor precisa querer bem aos alunos,o autor diz que precisa ser descartada como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade.
O livro em estudo tem princípios uteis aos educadores, mas para que estes princípios sejam praticados é necessário que muitos professores estejam conscientes de que estes princípios só surtirão efeitos positivos se aplicados corretamente e primeiramente sejam aplicados a eles "os educadores" que na maioria das vezes aplicam aos alunos idéias totalmente retrógadas e querem obter resultados positivos.
Resenhado por Aline Aparecida Barbosa e Jackeline Gomes Barbosa Soares. Estudantes do 4º Período de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, na Faculdade do Médio Parnaíba-FAMEP.


Autor: Jackeline Gomes Barbosa Soares


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