Educação Física Escolar



INTRODUÇÃO
Atualmente, em todos os componentes curriculares, se torna necessário pensar nas experiências vivenciadas pelo aluno. Sendo assim na disciplina de Educação Física encontra-se uma situação de verdadeiro questionamento sobre qual é o papel da Educação Física Escolar. Estaria realmente contribuindo para que o aluno se desenvolvesse e com isso contribuindo para que esse aluno tenha uma vida saudável no futuro?
Partindo desse ponto de vista nos remetemos aos dias atuais, onde tudo é automatizado, e segundo pesquisas realizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), grande parte da população mundial é sedentária. Ao perguntarmos a uma criança: Qual é sua brincadeira preferida? Sua resposta a alguns anos seria: Andar de bicicleta, jogar futebol entre outras. Nos tempos modernos essa resposta seria facilmente trocada por um jogo de computador, ou até mesmo por assistir um filme na televisão.
Assim acredita-se poder, através do estabelecimento da relação existente entre atividades físicas e da promoção da saúde no âmbito escolar, tornar nossos alunos capazes de organizarem suas vidas e acrescentar a ela mais anos, ou, a esses anos, mais vida.











A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE DO ALUNO
No mundo atual se observa a presença de uma realidade estimuladora da competitividade entre homens e, infelizmente, a Educação Física também se enquadra neste contexto visto que hoje em dia parece muitas vezes assumir um caráter de treinamento ou adestramento do movimento corporal (SANTIN, 1987). Em algumas instituições de ensino isso não é diferente, e desse modo nessas instituições a aula de Educação Física, que deveria estar proporcionando as vivências necessárias para o desenvolvimento do aluno, se transformou em um treinamento desportivo que visa somente os melhores resultados nos esportes e nas competições desenvolvidas pela instituição.
Ao contrário do que muitos pensam a Educação Física escolar não deve ser totalmente dissociada do esporte, mas também deve estar voltada para o desenvolvimento da saúde do aluno, pois a Educação Física e a saúde sempre tiveram uma relação histórica, influenciada ora por tendência militar, ora por tendência médica ou desportiva, mas a influencia médica é a que mais se destaca dessas citadas, pois através de práticas saudáveis de atividades diárias se obtém benefícios que serão levados para a vida. Foi através do desenvolvimento da Fisiologia e suas importantes descobertas, principalmente em relação aos benefícios dos exercícios físicos para a saúde, que a Educação Física se tornou alvo dos interesses da Medicina e das instituições educacionais, devido sua importância para toda a sociedade, em particular a da norte ? americana que fomentou grande parte da pesquisa científica nesta área (GUEDES, 2000).
No início dos anos 80, surgiu nos países como Grã-Bretanha, Canadá, Estados Unidos e Austrália um movimento chamado "Aptidão Física Relacionada à Saúde ? AFRS", que tinha como proposta principal contribuir na formulação das Diretrizes Curriculares Nacionais desses países, definindo que o currículo nacional da Educação Física objetivasse principalmente a aptidão física relacionada à saúde. A ideia era oferecer aos alunos conhecimentos dos benefícios da prática regular do exercício físico, além de como os mesmos benefícios podem ser alcançados e mantidos (FERREIRA, 2001). Tal proposta tinha como intenção que a educação física escolar criasse nos alunos "o prazer e o gosto pelo exercício e pelo desporto de forma a levá-los a adotar um estilo de vida saudável e ativo, como meio de garantir a saúde e a qualidade de vida das pessoas" (FERREIRA, 2001).
Sobre essa visão a Saúde Pública considera, além do individual, o coletivo. Quanto ao individual, prega-se que as pessoas devem buscar as atividades que elas mais gostam, e com isso resolvam seus problemas com aptidão, espera-se assim que o indivíduo seja capaz de adquirir uma autonomia quanto a prática de atividades físicas. Está aí o grande problema, pois quando pensamos assim saímos de nossa realidade, por que se supõe que todos os indivíduos são iguais, e, assim, possam adotar os mesmos comportamentos, isso desconsidera toda a verdadeira realidade.
Não se pode também homogeneizar o físico, o biológico e o fisiológico, se há cargas hereditárias variadas, pessoas que vivem nos mais variados ambientes, que se alimentam de forma variada (alguns bem, outros mal), que têm dificuldades em encontrar tempo para a prática de atividade física, de realidades econômicas e histórias de vida variadas, enfim, condições de vida que podem determinar mudanças de natureza biológica (CARVALHO, 2001).
A proposta de Educação Física escolar que trabalha com a promoção da saúde utiliza os mesmos métodos utilizados nos países de origem dessa proposta, se atribui a Educação Física um compromisso com a promoção da saúde, educando os alunos para que eles adquiram a prática regular de exercícios em suas atividades diárias, os tornando pessoas com estilo de vida ativo e hábitos de vida saudáveis. Isso também não significa, conforme as bases da proposta, que deva ser concretizada através da prática de desportos, nem que os mesmos devam ser excluídos deste processo, apenas redimensioná-los na esfera da educação física escolar (FERREIRA, 2001). Com isso se pode considerar um avanço que é oferecido na Educação Física escolar brasileira, que utilizou dos esportes, principalmente os coletivos, como um simples conteúdo a ser dado, dando a eles o verdadeiro significado para sua prática.
A tarefa da Educação Física escolar, então, é unir os conhecimentos da sociedade aos seus conteúdos, com o objetivo de as tornarem autônomas na práticas de atividades físicas regulares. Ela também deve aproveitar esse momento histórico para rever seu papel perante a sociedade, sem esquecer de informar as pessoas que a "melhoria da qualidade de vida depende também das condições básicas de saúde, habitação, renda, trabalho, alimentação, educação." (DEVIDE, 1950).
Segundo Guedes e Guedes, 1994:
O tempo livre de nossas crianças e adolescentes, após essas considerações, tudo indica que, a Educação Física nas Instituições de Ensino relacionado a saúde é um grande passo para a busca de uma vida saudável, pois assim a prática dessas atividades já serão incorporadas nos educandos desde scentes resume-se a brincadeiras passivas, sem nenhum envolvimento motor, ou ainda, que não é recomendável viver em sociedades onde mais que 40% das causas de mortes são provocadas por um estilo de vida pouco saudável em termos de hábitos de atividades motora e alimentação. Por isso, é preciso que a escola assuma sua função educacional, intervindo decisivamente na tentativa de procurar modificar a atual realidade.
Como mencionado acima, Guedes e Guedes (1994), se entende que a Educação Física escolar no ensino fundamental e médio, deverão ter elementos que darão base para os professores acompanharem e diagnosticarem a presença de uma realidade estimuladora para os diversos níveis de crescimentos, composição corporal e desempenho motor dos educandos, alertando também para que o aluno venha a praticar atividades físicas regularmente para melhor aptidão física e, com isso, atribua a sua rotina práticas saudáveis, que podem ser quaisquer práticas desportivas.
Contudo, após essas considerações, tudo indica que, a Educação Física nas Instituições de Ensino relacionado a saúde é um grande passo para a busca de uma vida saudável, pois assim a prática dessas atividades já serão incorporadas nos educandos desde já, o que certamente os fará ter uma visão ampla sobre a importância destas práticas em suas vidas. Outra consideração importante é que, não basta estar em dia com a práticas de exercícios regulares, temos também que conscientizar nossos alunos para uma alimentação saudável, evitar fumo, o álcool, as drogas e o estresse, fatores tão importantes quanto a atividade física para manutenção e a busca pela saúde.








REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Yara Maria de. Atividade física e saúde: onde está e quem é o "sujeito" da relação? Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.22, n.2, p. 9-21, janeiro de 2001.
DEVIDE, Fabiano Pries. Educação física e saúde: em busca de uma reorientação para a sua práxis. Revista Movimento, ano 3, n.5, p. 44-45, 1996.
FERREIRA, Marcos Santos. Aptidão Física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.22, n.2, p. 41-54, janeiro de 2001.
GUEDES, Claudia Maria. A educação física e os mistérios do seu tempo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.21, n.2/3, jan./maio 2000.
GUEDES, Dartagnam Pinto; GUEDES, Joana E. R. Pinto. Sugestões do conteúdo programático para programas de Educação Física Escolar direcionados à promoção da saúde. Revista da Associação dos professores de Educação Física de Londrina, Londrina, v. 9, n. 16, p. 3-14, 1994.

Autor: Altieres De Oliveira Carvalho


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