DIREITO À DIFERENÇA



Durante muito tempo as relações homossexuais foram sinônimo de exclusão, porém de pouco a pouco estão tomando seu espaço na sociedade.
Quanto ao reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar, tal assunto é de grande divergência pois mexe com o que é considerado, pela sociedade, como certo ou errado.
Assim, tais opiniões se dividem em duas vertentes. Em uma, os indivíduos, criados no seio da igreja, conservadores, repudiam tais relações, por considerarem como perversão. E por outra visão, querendo acabar com esta linha de discriminação e repressão, existem aqueles que querem o reconhecimento da união homossexual.
E devem sim aceitá-las como entidade familiar, se até mesmo a Carta Magna, coloca como um dos seus fundamentos a igualdade e direito de escolha entre todos os cidadãos. E, sendo o contrário, estará indo contra a Lei Maior que rege o país.
Desde que se tem conhecimento do instituto família, também há relatos de que existia a homossexualidade. Porém, o que se vê atualmente é um mundo evoluído, onde não cabe mais conceitos ultrapassados como a discriminação, precisando que as leis que regem a sociedade sejam adequadas as novas situações existentes.
Ir a favor das relações homoafetivas é travar um combate com a igreja Católica, que possui a maioria dos seguidores por todo mundo. Tal igreja repudia a homossexualidade, e como sendo grande influenciadora de grande parte da sociedade, acaba por colocar uma sociedade preconceituosa e cheia de tabus.
As relações homoafetivas são formadas por pessoas que como qualquer cidadão, quer seus direitos, que são inerentes a qualquer indivíduo.
Muitos têm receio que, com o reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar, haveria a diminuição da espécie, visto que a procriação não seria mais a finalidade buscada por todos os casais. Porém a comunidade homossexual ainda é uma minoria, e há de se convir que aumentaria a procura pela adoção, recebendo as crianças, antes abandonadas, carinho, atenção e oportunidade de ter um lar.
Porém, há de se preparar a sociedade para tal feito, fazendo com que encarem, primeiramente, com naturalidade a homossexualidade, visto que não haveria uma mudança para pior, mas tão somente uma adequação do que é de direito a essa classe menos favorecida, como a qualquer outro cidadão.
A homossexualidade ainda é vista, por algumas pessoas como doença, apesar de já ter sido excluída da lista da Classificação Internacional das Doenças - CID pela Organização Mundial de Saúde - OMS há algum tempo.
A Igreja, seja qual que for, tem o direito de, dentro de sua instituição, estabelecer o que lhe é conveniente, porém não pode interferir nas leis regentes do Estado.

Existem muitas diferenças entre os brasileiros, e que maravilha, porque existem muitas culturas, muitas cidades, muitas gírias e muitos rios, mas não é porque temos diferenças que precisamos ser adversários. Não! Pelo contrário: a aventura da vida torna-se cada vez mais empolgante quando há respeito pelo que nos diferencia. [...] Todos precisam ser respeitados nas suas diferenças. Condenar alguém ou excluí-lo porque tem raça, religião ou cultura diferente da nossa é grande prejuízo. Literalmente: pré-juízo! Julga-se previamente sem conhecer, sem averiguar, sem ouvir o outro só porque não é desse ou daquele grupo.

Portanto, o Estado Democrático de Direito tem o dever de defender as diferenças das minorias, qual seja, levando em consideração, mais uma vez, o princípio da igualdade inerente a qualquer indivíduo.

Autor: Vânia Peixoto Guerino


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