Transdisciplinaridade E Construção Do Conhecimento: O Desafio De Uma Nova Acção Pedagógica



Transdisciplinaridade e Construção do Conhecimento: O Desafio de Uma Nova Acção Pedagógica.

Mayane Carvalho Lima

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Universidade do Estado da Bahia

As perspectivas de mudanças na sociedade são desafios que professores e pesquisadores têm de compreender e assimilar como pressuposto básico do compromisso social inerente a sua função. Sabe-se, e, é notório que estamos vivendo em um século marcado pelo reducionismo e a fragmentação em toda a esfera social onde as universidades em seu dia-a-dia nos mostram que a predominância nas salas de aula é a imposição do conhecimento especializado.Com base nessas perspectivas é que emerge a necessidade de desenvolver um projeto que busque critérios para restabelecer a unidade do conhecimento, das práticas sociais, através de princípios de interação que possibilitem a eliminação de fronteiras e com isso comuniquem- se entre si. Este projeto tem como objetivos geral investigar como a pratica transdisciplinar pode influenciar na construção do conhecimento, tendo como procedimentos metodológicos a abordagem qualitativa fazendo uso de um estudo de caso, e como instrumentos de coleta de dados a entrevista e a observação. A pesquisa está sendo desenvolvida na Universidade do Estado da Bahia localizada na cidade de Serrinha na Bahia, onde os sujeitos observados são alunos e professores envolvidos em ações transdisciplinar, avaliando assim de que forma essas ações possibilitam mudanças na vida acadêmica dos sujeitos envolvidos, qual sua importância e como essa pratica inovadora pode possibilitar novos horizontes a educandos e educadores.

Palavras chaves: Construção do conhecimento; reducionismo; fragmentação; pratica transdisciplinar.

Introdução

As Constantes mudanças na sociedade são desafios que professores e pesquisadores têm de compreender e assimilar como pressuposto básico do compromisso social inerente a sua função.Sabe-se, e, é notório que estamos vivendo em um século marcado pelo reducionismo e a fragmentação em toda a esfera social. Nas Universidades não é diferente, e são visíveis características que se privilegia as mentes, bombardeando informações, deixando de lado muitas vezes as dimensões físicas, sociais e emocionais de alguns alunos e professores. Outra questão premente a ser avaliada na educação é a constituição de campos de disciplinas isoladas, fragmentadas, deixando de lado o conjunto em que se encaixa, dissociando assim a cultura, a economia, a política, os valores.

Faz-se necessário a busca de critérios para restabelecer a unidade do conhecimento, das práticas sociais, através de princípios de interação que possibilitem a eliminação de fronteiras e com isso comuniquem- se entre si, onde possam dar conta das articulações entre domínios disciplinares, ou seja religar o que está dividido pelo pensamento disjuntivo.

Partindo desse principio é que emerge a necessidade de escrever sobre a Transdisciplinaridade e a construção da aprendizagem, um tema que para muitos ainda se faz desconhecido, mas quevem a ser um desafio para uma nova ação pedagógica de educação transdisciplinar que valoriza o papel da intuição, da sensibilidade e do corpo na transmissão do conhecimento, contextualizando, concretizando e globalizando, onde a problemática principal a se investigar será: como a pratica transdisciplinar pode influenciar na construção do conhecimento? O objetivo geral que norteará esta pesquisa será, investigar como a pratica transdisciplinar pode influenciar na construção do conhecimento e os objetivos específicos a serem abordados serão: entender como se deu a trajetória da teoria do conhecimento, conceituar a ótica do pensamento complexo, analisar a cerca da importância da pratica transdisciplinar no processo de aprendizado e por fim observar experiências de praticas docentes que desenvolva ações transdisciplinar.

No entanto para fundamentar essa pesquisa foram selecionados alguns autores que trazem aspectos relevantes para enriquecer o trabalho,onde é importante destacar José Carlos Libâneo,Edgar Morin, Roberto Crema,Pierre Weil, Basarab Nicolescu entre outros que com suas produções podem contribuir na construção e efetivação dessa pesquisa.

Os procedimentos metodológicos para a construção de conhecimento científico exigem a utilização de elementos provenientes do ato de pesquisar. A pesquisa neste trabalho será entendida como processo racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos, através uma abordagem qualitativa fazendo uso de um estudo de caso, utilizando como instrumentos de coleta de dados a entrevista e a observação, sendo realizada na Universidade do Estado da Bahia e tendo como sujeitos alunos e professores.

Entendendo o conceito de conhecimento.

Sabe-se que ao longo do processo evolutivo, muitas influências sobre a teoria do conhecimento surgiram no decorrer dos anos. Nosso entorno atual corresponde a um mundo novo, quando comparado ao século passado; apresenta-se de maneira original, transformado pela revolução científica queatinge a sociedade direta e indiretamente através da televisão, telefone, remédios, computadores, inúmeros elementos que há alguns anos ainda eram desconhecidos.

Falar de conhecimento não se remete apenas aos dias atuais, esse conceito vem desde os filósofos da Antiguidade que deixaram valiosas contribuições para a construção da noção de conhecimento, pois foram eles que estabeleceram a diferença entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual, entre aparência e essência, opinião e saber e por fim estabeleceram algumas lógicas para se chegar a verdade.

A idéia de que todos os conhecimentos vem a partir das experiências aparece pela primeira vez, através dos filósofos sofistas, que acreditavam na visão relativa do mundo, contudo a filosofia socrática combateu o empirismo dos sofistas pois Platão e Sócrates viam os sentidos como incapazes de apreender a realidade como verdadeiramente era.

Já Aristóteles considerou a observação como base para indução, paraele a parti da observação empírica se poderia tirar conhecimentos de verdades mais absolutas. Ainda na antiguidade o Ceticismo trouxe contribuições valiosas e seu principal representante foi Sexto que via os sentidos como base do conhecimento.

Já na idade média Tomás de Aquino, vê o conhecimento em duas fases: sensível e intelectual porém ele não é puramente intelectual, nem puramente sensível, mas sim uma união de ambos.

Na idade moderna, o conhecimento se torna o centro das atenções do pensamento filosófico, com alguns autores como Descartes, Melabranche, Loocke dentre outros, que junto com Kant e sua critica razão trás a tona o conhecimento como eixo do problema central. Onde para Kant, conhecemos as coisas, não como são, mas apenas como nos aparecem.

Com a primeira revolução cientifica ficou visível duas teorias: o racionalismo e o empirismo. O racionalismo propõe que a origem do conhecimento encontra-se na razão, visto como único instrumento capaz de conhecer verdades absolutas, como afirma (DESCARTES,2006,p.23.) "uma vez que a razão ou senso é a única coisa que nos torna homens e nos distingue dos animais quero acreditar que se encontra integralmente em cada um."

Decartes propunha a construção do conhecimento através da matemática, a qual remeteria uma ciência que tudo se explicaria em termos de quantidade.

Já o empirismo, fundamenta o conhecimento na experiência, valorizando os sentidos, ou seja, a experiência sensorial onde para essa teoria a mente humana é como uma folha de papel em branco, preenchida por informações providas através da experiência, onde essa doutrina do empirismo foi definida explicitamente pela primeira vez pelo filósofo inglês John Locke no século XVII. Locke argumentou que todas as pessoas, ao nascer, o fazem sem saber de absolutamente nada, sem impressão nenhuma, sem conhecimento algum. Todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.

Segundo (OLIVEIRA ,2003, p.25) "a pós-modernidade atem a conceitos e definições, aliás, desde a crise da razão (Kujawski, 1988; Novaes, 1996) em finais do século XIX e início do século XX não se desenvolve mais conhecimento com a idéia de um começo e um fim em si".

O contexto pós-moderno trás junto com ele uma gama muito grandede informações porém o principal problema nesse contexto não seja o de se saber como apresentar estas informações, mas como transformá-la em conhecimento. O pós-modernismo adentra nas fragmentárias e caóticas correntes de mudança, como se isso tudo fosse o que existisse. Os problemas que afetam as pessoas, nesta realidade, não são isolados, mas sim,estão intimamente relacionados perpassando aspectos políticos, educacionais, sociais e religiosos.

Contudo, faz-se necessário o estimulo ao conhecimento, ou seja, ensinar-se a pensar, a conhecer o próprio conhecimento, para com isso o individuo está pronto a refletir o que lhe é oferecido.

Fragmentação do ensino

O século XX introduziu na sociedade transformações, que vive hoje de forma que a visão global parece inatingível. Acredita-se que essa nova era trás consigo as marcas da fragmentação e universidade, a exemplo da sociedade, fragmentou-senegando as dimensões físicas, emocionais e sociais de seus alunos e professores, onde se privilegia a mente bombardeando informações e dividindo os saberes em áreas especificas. Essa divisão, no casa especificamente da Universidade é disjuntiva pois separa o sujeito do objeto quando nega a inter-relação entre os processos de aquisição de conhecimento.

(BOHN,1992, p.20) relata que: "de certa forma a criação de matérias especificas de estudos e a divisão do trabalho fora importante".

De certa forma essa divisão trás contribuições quando se trata do entendimento das individualidades, mas quando esquecem a visão do todo ou seja a complexidade das coisas tratando-as de maneira isolada perde absolutamente o sentido.

A disjunção do saber gerada pela aceitação do pensamento reducionista é refletida de forma clara entre os homens que convivem numa sociedade de contradições que colaboram para sermos o que somos.

Cada ser humano é um cosmo, cada indivíduo é uma efervescência de personalidades virtuais, cada psiquismo secreta uma proliferação de fantasmas, sonhos, idéias...Reconhecer isso é reconhecer também a identidade humana O principio da identidade humana é unitas multiplex, a unidade múltipla, tanto do ponto de vista biológico, cultural e individual. (MORIN, 1985, p. 102)

Portanto reconhecer nossa identidadeé buscaruma comunicação com o novo, com o separado, com o diverso.

Com abordagem reducionista se conhece componente cada vez menor que não leva a compreensão da totalidade, toda via o mais importante não sejaexclusivamente conhecer elementos menores, mas sim compreender todo um contexto e conjunto em que se encaixam. E como já pontuou (WIEL,1985) "Não há duvida de que o conhecimento especializado é mais profundo e oferece maior segurança, mas há sempre o risco do especialista esquecer da visão global e de variáveis importantes fora da sua especialidade".Entretanto as universidades em seu dia-a-dia nos mostram que a predominância nas salas de aula é a imposição co conhecimento especializado.

Com base nessas perspectivas é que o pensador Edgar Morin propôs uma reforma de pensamento e em sua teoria da complexidade defende a interligação dos saberes, combatendo o reducionismo que já se acomodou na sociedade num geral. Morin ainda vê a sala de aula como fenômeno complexo, cheio de diversidades culturais, sociais, ou seja um ambiente heterogêneo onde (MORIN, 2003) pontua: "A complexidade é um progresso de conhecimento que traz o desconhecido e o mistério. O mistério não é somente privativo; ele nos libera de toda racionalização delirante que pretende reduzir o real à idéia. Ele nos traz, sob forma de poesia, a mensagem do inconcebível".

O pensamento complexo e suas influencias na educação.

"Há uma inadequação mais ampla, profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados, compartimentados entre disciplinas e, por outro lado, realidades e problemas cada vez mais polidisciplinares, transversais, multimendionais,transnacionais globais, planetários[...] A hiperespecialização impede de ver o global(que ela fragmenta em parcelas), bem como o essencial(que ela dilui),[...] o retalhamento das disciplinas(no ensino) torna impossivem apreender " o que é tecido junto", isto é, o complexo, segundo o sentido original do termo". (MORIN 2000, p.52)

A complexidade surgiu para questionar a fragmentação e o esfacelamento do conhecimento. Para (MORIN,2000) há um paradigma de disjunção que herdamos do ocidente que dificulta a compreensão da nossa condição humana e terrena; o individuo encontra dificuldades de compreender-se na sua totalidade antropológica e social.

Morin critica de forma clara a fragmentação do conhecimento e se refere constantemente a complexidade que para ele distingue - mas não disjunta - e reuni, ou seja, dar conta das articulações despedaçadas pelos cortes entre as disciplinas e entre os vários tipos de conhecimento. è um pensamento capaz de contextualizar, globalizar e ao mesmo tempo reconhecer as individualidades. Uma das mais fortes propostas da complexidade é renovar, reformar o pensamento,sobre as questões que envolvem o campo educacional, visando reconhecer o conjunto de saber que a todo o momento é criado e recriado. Segundo (MORIN,2001), estes saberes promovem uma necessidade de se aliar a razão e a emoção no processo de construção do conhecimento, "humanizando" os indivíduos, considerando as criações educativas que se desenvolvem em todos os espaços, dos populares aos eruditos.

Não só Morin mas também outros autores defendema idéia de complexidade e de acordo com (MARIOTTI,2007) a complexidade configura uma nova visão de mundo, que aceita e procura compreender as mudanças constantes e não pretende negar a multiplicidade, aleatoriedade e a incerteza, e sim conviver com elas.Portanto, não podemos assim negar que as mudanças existem e são constantes. Mas temos que aprender conviver com todas as múltiplas mudanças e delas tecer a rede do conhecimento.

A complexidade educacional está em aceitar o do fato de que os valores sociais, morais e éticos,devem sobreviver às constantes mudanças, mas deve-se haver adaptação às modificações e um auxilio aos educandos nesse caminho de equilíbrio entre tais valores e o mundo que se vive.

A complexidade do mundo em que vivemos transparece nas expressões cotidiana que usamos: o mundo das artes, o mundo da política, o mundo da ciência, o mundo

acadêmico, o mundo do comércio entre outros. Como se fosse de fato mundos diferentes, porém sabe-se que só existe um mundo onde todos os outro mundos citados a cima se inter-relacionam. Ao falar de complexidade no âmbito educacional logo surge a necessidade de tratar também a questão da transdisciplinaridade. É difícil separar a idéia de pensamento complexo da de transdisciplinaridade, pois, segundo diz Morin, o pensamento complexo se elabora nos interstícios entre as disciplinas, a partir do pensamento de matemáticos, físicos, biólogos e filósofos.

Transdisciplinaridade e Educação

üO conhecimento como rede de relações.

A totalidade dos saberes, resgatada pelos paradigmas atuais e, em especial, pela Teoria da Complexidade, é um dos pilares para a construção de uma nova abordagem das ciências. A transdisciplinaridade é uma nova abordagem cientifica e cultural, uma nova forma de ver e entender a vida, uma formade superação da mentalidade fragmentaria. Segundo Basarab Nicolescu foi Jean Piaget o primeiro a introduzir o termo transdisciplinar.

"Enfim, no estagio das relações interdisciplinares, podemos esperar o aparecimento de um estagio superior que seria" transdisciplinar ", que nãose contentaria em atingir as interações ou reprocidades entre pesquisas especializadas, mas situaria essas ligações no interior de um sistema total sem fronteiras estáveis entre as disciplinas". (PIAGET,1970apud NICOLESCU, 1992, p. 83,)

A diminuição das distancias entre as disciplinas é uma premissa para a construção do conhecimento nos dias atuais, pois não basta receber apenas informações, é preciso saber adequá-las ao nosso contexto. Partindo dessas idéias é que(SANTOS, 2005) coloca que "a disciplinaridade retirou o sentido da vida preenchendo-o com valores de adaptação ao sistema em voga. A educação moderna não se ocupa de desenvolvimento integral dos jovens. Simplesmente prioriza a dimensão racional tratando de dotá-los do necessário para integrar-se e dar continuidade ao sistema"

A Teoria da Complexidade, enfatizada no capítulo anterior, é a base da transdisciplinaridade que sustenta a religação dos saberes, a união do todo, uma teia dinâmica tecida por diferentes fenômenos, onde cada parte que compõe a realidade tem sua especificidade, mas não vista de forma isolada do todo.

Sabe-se e é notório que apenas os avanços tecnológicos e a simplificação de tudo devido a esse grande acumulo de informações advindas da sociedade capitalista não é unicamente suficiente pra superar a crise que a educação vem passando. Faz necessário o reconhecimento da importância da superação das fronteiras, principalmente quando se trata das fronteiras educacionais. Eliminar as fronteiras existentes entre as diversas disciplinas é fator premente para se começar uma mudança de forma significativa na educação, mas para que isso aconteça é preciso um trabalho coletivo, a abertura dos profissionais de educação em dialogar com os diversos saberes para que assim possa reencantar de maneira significativa a educação. Considerando que, segundo (KUENZER, 2000): "A transdisciplinaridade só será possível se for planejada em nível institucional, sendo parte integrante do projeto político pedagógico". Ou seja elabora com a participação dos diversos segmentos.

Mesmo tendo consciência da dificuldade de se alcançar uma efetivação da prática transdisciplinar no seio das universidades, ela precisa ser permanentemente almejada, para se chegar à autêntica razão de ser da instituição no sentido de preparar cidadãos e cidadãs para compreender, julgar e intervir em sua realidade, de formas responsáveis, justas, solidárias e democráticas. A educação transdisciplinar lança uma luz nova sobre uma necessidade que se faz sentir cada vez mais intensamente em nossos dias: a necessidade de uma educação permanente não se restringindo apenas em instituições de ensino, mas também ao longo de toda a vida e em todos os lugares em que vivemos.

Aporte Metodológico.

Os procedimentos metodológicos para a construção de conhecimento científico exigem a utilização de elementos provenientes do ato de pesquisar. O conhecimento cientifico é segundo (BARROS e LEHFELD, 1990) o produto de uma investigação cujo objetivo é resolver problemas e solucionar duvidas, mediante a utilização de procedimentos científicos.

Para a realização e efetivação deste trabalho será imprescindível o uso da pesquisa que para (GIL,2007) é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados. (GIL, 2007,p.17)

Desenvolver uma pesquisa requer qualidades intelectuais e sociais do pesquisador entras as quais (GIL, 2007) pontua: conhecimento do assunto, curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, sensibilidade social, imaginação disciplinada, perseverança e paciência e confiança na experiência.

Na verdade todo projeto de pesquisa é um esquema e analise de coletas de dados além de estabelecer uma abordagem mais focalizadasobre determinado problema, além desugerir procedimentosmetodológicos para efetivação da metas que se desejam alcançar. (DEMO,2002) relata que pesquisa passa a ser, ao mesmo tempo, método de comunicação, pois é mister construir de modo conveniente a comunicação cabível e adequada, e conteúdo da comunicação, se for produtiva. Quem pesquisa tem o que comunicar.

Sendo assim para a abordagem dessa temática será utilizada uma pesquisa de cunho qualitativa que para (MAANEN, 1979) tem por objetivo traduzir o sentido dos fenômenos do mundo social; traduzir a distância entre indicado e indicador, entre teoria e dados, entre contexto e ação. (COODY, 1995) trás ainda reflexões importantes a cerca desse tipo de pesquisa a qual define: "a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural  como fonte direta de dados e o pesquisador   como instrumento fundamental.

A escolha desse tipo de pesquisa se deu pelo fato de buscar dados condizentes para descrever o estudo qualitativo, pois é por meio deles que os dados serão coletados. Onde se fará uso de um estudo de caso que segundo (HARTLEY, 1994) consiste em uma investigação detalhada de uma ou mais organizações, ou grupos dentro de uma organização.

O estudo de caso passa a exigir do pesquisador habilidade superior requerida nos demais tipos de delineamento. Como não existe limite inerente ou intrínseco ao objeto de estudo e os dados que se podem obter a seu respeito são infinitos, exige-se do pesquisador certa dose de intuição para perceber quais dados são suficientes para se chegar à compreensão do objeto como um todo (GIL, 2003, p. 122).

Os instrumentos para coleta de dados utilizados na pesquisa serão as entrevistas e a observação, onde é indispensável é a preocupaçãoconstantedo pesquisador como afirma (BARROS ELEHFELD, 1990) "o pesquisador deve ter uma preocupação constante quando a maneirapela qual as questões dos questionários serão dirigidas. Da redaçãoda formatação das perguntas dependem em grande parte o sucesso da pesquisa". A escolha desses instrumentos de pesquisa é no intuito de analisar e identificar os problemas e dificuldades existentes na educação transdisciplinar. Sendo realizada na Universidade do Estado da Bahia na cidade de Serrinha, onde os principais sujeitos a ser observado são alunos e professores.

Referências:

BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento: de Gutemberg a Diderot.

Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003

D'AMBROSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas Athena, 2001.

DEMO, Pedro. Complexidade e Aprendizagem: A dinâmica não linear do conhecimento. São Paulo : Atlas. 2002

DOMINGUES, Ivan (Org.). Conhecimento e transdisciplinaridade. Belo Horizonte: UFMG, 2001

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. - 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2007

LIBÂNEO, José Carlos; SANTOS, Akiko (Orgs.). Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplinaridade. Campinas: Alínea, 2005

MARIOTTI, Humberto. Pensamento Complexo. 1.ed. São Paulo. Atlas. 2007

MENDES, Candido. (Org.). Representação e complexidade. Rio de Janeiro: Garamond, 2003.

MORIN, Edgar. A religação dos Saberes. O desafio do século XXI. Rio de janeiro, Bertrand Brasil, 2002

________,________. Complexidade e transdisciplinaridade. Belo Horizonte: UFMG, 2001

________,________. A inteligência da Complexidade. São Paulo: Petrópolis, 2000

NICOLESCU, Basarab. O Manifesto da Transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 2001


Autor: Mayane Carvalho Lima


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