Do Tejo ao Prata - 13 - Um Passeio Pela História



A FAMÍLIA REAL NO BRASIL
Napoleão Bonaparte pretendia dominar a Europa, mas a Inglaterra além de estar numa ilha possuía a maior esquadra da época e monopolizava o comércio mundial. Napoleão atacou Portugal em 1807, a Espanha em 1808, e nomeou José Bonaparte, seu irmão, rei da Espanha. Na sequência, proibiu as nações européias de manter relações comerciais com a Inglaterra, que foi chamado de Bloqueio Continental. Portugal tinha vínculo com a Inglaterra pelo Tratado de Methuen, de 27 de Dezembro de 1703, que rezava: ("de sorte que em tempo algum (haja paz ou guerra entre os reis de Inglaterra e de França) não se poderá exigir de direitos de alfândega nestes vinhos, ou debaixo de qualquer outro título"), no qual a Inglaterra se comprometia em consumir o vinho português e Portugal consumir "os panos de lã e mais fábricas de lanifícios ingleses". Pelo tanto, não poderia obedecer ao Bloqueio Continental e Napoleão decidiu invadir Portugal. D. João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança assumiu o trono pela insanidade mental da Rainha D. Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança, A Louca, obedeceu ao Tratado e fugiu para o Brasil como única salvação da dinastia de Bragança, deixando o povo português à mercê das tropas de Napoleão. A esquadra de 16 embarcações de nobres, num total aproximado de 50, comandada pelo vice-almirante Manuel da Cunha Souto Maior saiu do porto de Lisboa em 29 de novembro de 1807 e chegou a Salvador na tarde de 22 de janeiro de 1808. No dia 28, o Príncipe Regente assinou o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas e partiu em 26 de fevereiro rumo ao Rio de Janeiro, tendo chegado em 8 de março, e utilizou os recursos da colônia, principalmente minerais, para amortizar a dívida que Portugal mantinha com a Inglaterra.
A Marinha Inglesa proibiu os espanhóis de chegarem às suas colônias, mas os ibéricos revoltaram-se e as tropas britânicas desembarcaram em Portugal, tendo sido forçadas por Napoleão a uma retirada para o norte da Espanha. As forças de guerrilha obrigaram Napoleão a manter um enorme exército na Espanha e o exército português aliado aos britânicos conduziu à vitória em 10 de abril de 1813. O projeto de Napoleão era estabelecer na Península Ibérica a sua real família, como tentou na Espanha, colocando seu irmão José Bonaparte.
A derrota de Napoleão teve como consequência a Revolução de 1820, em Portugal, que exigiu o retorno da Família Real. Pressionado, D. João VI voltou para Portugal em abril de 1821, deixando em seu lugar o filho D. Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, como príncipe regente.
Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro deu o grito de Independência ou Morte às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, e foi proclamado D. Pedro I, Imperador do Brasil.


Autor: Raul Santos


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