Matutando sobre o ofício de ensinar



Matutando sobre o ofício de ensinar

Iza Aparecida Saliés

As discussões no campo educacional estão centradas nos questionamentos quanto à atuação do professor, o que ensina, portanto, precisamos falar sobre as políticas de formação de professor que os Sistemas de Ensino oferecem, tanto a formação inicial como a continuada.

Apesar dos avanços na formação inicial e continuada dos professores, a formação de professor ainda encontra-se em período de estágio, havendo necessidade de uma discussão mais profunda, podendo ser até mesmo conceitual da formação continuada, seja ela reflexiva pesquisadora da ação ou teórica.

Considerando as diferentes concepções que pairam no movimento pedagógico dos intelectuais da educação, sabemos que são fortes as indagações sobre a qualidade da prática pedagógica do professor no ato de ensinar e aprender, o que acontece na sala de aula.

Ao falamos de qualidade do ato de ensinar na educação deparamos com inúmeras demandas que são necessárias, só para citar algumas, tais como; a estrutura física, a de gestão, a pedagógica de investimento, equipamentos tecnológicos e outros que contribuem com o desempenho do professor nas suas atividades pedagógicas na escola, são necessários sim para uma melhor atuação na sala de aula.

A qualidade na educação passou a ser o jargão que atribui ao professor o ônus da educação, como também, faz sérias indagações sobre a forma de ensinar a forma de aprender que consequentemente está afetando a prática e o ofício de dar aula. A prática do professor é uma das mais significativas que permeiam as questões pedagógicas.

A escola está ocupando um espaço social muito relevante, mais que nos tempos passados, além de cuidar das questões pedagógicas a escola precisa agir em momentos de conflito, indisciplina e violência ocasionando contraponto com o ato de ensinar, função precípua da educação.

A função do professor mudou, não é mais o de apenas dar aula, vai mais além, há momentos em que o professor precisa agir como conciliador orientador e amigo fraterno dos alunos. Os pais deixaram do orientar seus filhos e atribuiu à escola essa tarefa.

A escola precisa de professores que estejam preparados para enfrentar a escola que a sociedade quer e precisa uma escola que age com rapidez, que seja moderna atual e de qualidade. Com as transformações ocorridas na sociedade a escola passa a ser o lócus de conciliação das ocorrências que surgem no período de aula durante o tempo de escolarização do jovem, ou seja, o tempo que ele está na escola.

As escolas passaram a preocupar com o acolhimento, o apoio e a compreensão dos problemas dos alunos, o que passou a ser rotina no cotidiano escolar, que sem dúvida está interferindo no processo ensino e aprendizagem. Surgem os conflitos, a violência, a rebeldia, a indisciplina, provocando nos alunos desinteresse, apatia, eles estão muito desmotivados, desinteressados, dificultando a ação pedagógica.

Agora os professores precisam, além de ministrar suas aulas, precisa ainda trabalhar as questões humanitárias, sociais e de assistência aos jovens considerando que a grande maioria não dispõe de uma convivência amistosa com seus familiares.

O professor em muitos casos é a pessoa indicada para ser o mediador de situações conflituosas entre os alunos, fatos que ocorrem na sala de aula sedentos por explicações básicas, formativas que um simples diálogo pode aparar as arestas.

O papel social da escola modificou na medida em que as famílias passaram a preocupar com a sobrevivência, ou seja, com o trabalho e deixando em segundo plano a formação dos filhos, logo, quando surgem as dificuldades, dúvidas sobre suas necessidades íntimas, próprias da idade e dos jovens em formação, é na escola que surge fomenta essa preocupação.


Autor: Iza Aparecida Saliés


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