Fobia de gente
Para onde vai à hora do recreio?
Para o cemitério.
O que faz por lá?
Nada.
No recreio todos riem
Todos se divertem
Brigam, xingam, correm
Parecem tão felizes.
Sento-me no banco frio do cemitério
Fico ouvindo as gritarias na escola
Não choro, não quero pensar
Tenho só pena, pena de mim mesmo.
Não consigo andar no recreio
Não consigo caminhar entre todos
Tenho uma doença esquisita
Uma doença que me aproxima de Deus.
No outro dia, a sirene toca
Meu coração acelera, é o recreio!
Tenho medo, fujo rapidamente
Fico lá fora, no banco do cemitério.
Tenho fobia de gente
Não consigo ficar entre elas
Não gosto da solidão
Mas é o único remédio.
Autor: Oswaldo Dourado
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