Escolas Públicas X Escolas Particulares um universo de ilusão ou pura realidade.



Do ponto de vista mais prático, os pais devem primeiro, visitar a escola e questionar amplamente a sua proposta pedagógica. Depois, é preciso analisar se a linha da escola é adequada aos valores da família. A linha principal que as escolas devem seguir é preparar o aluno para a vida, e não para o mercado de trabalho. As escolas são muito preocupadas com o conteúdo e acabam estressando e sufocando os alunos com excesso de informação e tarefas só para que os pais sintam que sentam sendo preparados para o mercado de trabalho. E isso não faz sentido. O aprendizado tem de ser lento feito por etapas, não é necessário ter pressa. É melhor que a criança saiba pouco, mas bem, do que saiba muito, mas mal. E assim vem a grande divergência entre as escolas públicas e escolas particulares. De longe ou até mesmo na sua estrutura parecem iguais, mais quando comparadas ambas deixam a desejar. História da Escola Pública e Particular no Brasil A escola inicialmente era destinada somente as elites. No final do Período Imperial, veio privilegiar os ricos e poderosos. Acompanhou o discurso em torno da reforma constitucional, que se concretiza com a Lei Saraiva. Lei essa que vinha introduzir as eleições diretas, o que pela primeira vez no país, fez com que a leitura e a escrita fossem condição para o alistamento eleitoral, o que afasta a possibilidade de participação política de frações ascendentes das camadas medias, particularmente as urbanas. Alguns intelectuais e homens públicos admitiam o caráter restritivo da definição de alfabetização como condição para o alistamento eleitoral. Outros já procuravam ver e insistiam em apresentar o novo dispositivo como uma hábil estratégia para a valorização social da instrução elementar e para forçar o omisso poder público a expandi-la em todo o território nacional, e assim foi como Rui Barbosa, que propagava os princípios pedagógicos modernos, baseados na experiência e na ação, que em poucas décadas encontrariam a sua versão. A partir 1945 com a industrialização torna-se a impulsão ao desenvolvimento e a educação escolar na padronização da mão de obra composta por um contingente de pessoas vindas do campo e consideradas despreparadas para o trabalho na indústria. Com o fim da Segunda Guerra e a criação da UNESCO ganha força o tema de alfabetizar e crescer a preocupação com a expansão quantitativa da educação. Segundo Maria Elizabete Xavier (1994) tornou-se um tempo de renovação cultural e educacional com o envolvimento de setores da sociedade civil nos projetos de educação popular. Em 1967 o campo educacional era necessário realizar reformas institucionais (escolarização e qualificação da força do trabalho) para tornar eficiente em relação ao modelo de desenvolvimento. O objetivo era formar o operário eficiente e disciplinado. Com a política de recuperação econômica para viabilizar internacionalmente a economia que com isso cresceu o ritmo de demanda educacional. Assim esse fato gerou uma crise no sistema educacional brasileiro que já era precário. Mesmo com as tentativas de valorização da educação escolar pública acabou em partes privatizando algumas instituições de ensino. Escolas Públicas Sabemos que hoje a educação é precária em nosso país. Alunos estão passando de ano sem aprender nada, só através da famosa "Aprovação Automática". Os alunos da rede pública têm muita dificuldade de entrar numa universidade, isto pode estar relacionado a vários fatores: falta de apoio do governo, aos alunos, professores e a escola. A uma grande desigualdade entre escolas publicas e particulares que afetam a todos. As modificações que aconteceram na educação ao longo do tempo parecem que não adiantaram muito. A situação da escola pública atualmente é lamentável. Nas escolas públicas há uma grande evasão escolar, sem falar nas violências que só tem aumentado e outros agravantes. Já o ensino médio, este, continua sendo palco de desigualdade social, apesar do número de matrículas está aumentado inclusive no período noturno. Além disso, aonde deveria formar cidadãos com um bom senso ? crítico, que saibam pensar, raciocinar, não o está fazendo, talvez por falta de capacitação de alguns profissionais e recursos nas escolas. Há uma grande insatisfação dos pais, ou pais que não têm uma preocupação com seus filhos, professores que faltam às aulas e não sofrem punições, tampouco são responsabilizados por suas falhas, greves sistemáticas etc. Os pais, embora considere aceitável o ensino a qualidade do ensino público médio e fundamental está conscientes de que está qualidade é insuficiente para assegurar o sucesso na caminhada. O ensino público precisa cultivar orientar e estimular vocações profissionais. Além do que, o ensino tem um grande papel a desempenhar a função de consolidação dos conhecimentos e a preparação para o trabalho e a cidadania para continuar aprendendo cada vez mais. As características marcantes são: as carteiras empilhadas até o teto da sala, mais de 40 alunos por classe, paredes e muros pinchados, professores desmotivados e ameaçados pelos próprios alunos, sem biblioteca, laboratórios, classes abafadas, sem quadra ou algum lugar descente para o lazer e atividades físicas, escolas sem segurança nas entradas e saídas, alunos com agressividade excessiva ou depressivos, com problemas familiares e etc. E o primordial o professor vai além das suas funções na verdade, tornam psicólogos, assistentes sociais, ou melhor, pais e mães. O que é um sonho que deve ser cumprido com maior rapidez é a valorização profissional, um financiamento que seja realmente capaz de superar as dificuldades econômicas da educação pública, e uma gestão democrática não esquecendo parte da responsabilidade da família que a própria deve arcar. Educação é algo caro, realmente, mas o Estado precisa garantir esse investimento, que é um direito de todos que está escrita na LDB 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Art.2º. A educação, é dever da família e do Estado inspirado nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Claro que não devemos generalizar todas as instituições escolares, pois existem várias escolas públicas que são grandes exemplos de organizações e qualidade de ensino. A educação deve ser um objeto de estudo da escola,ela é um instrumento primordial que viabiliza a prática da gestão democrática,pois seu papel é dirimir a filosofia,o pensamento,o comportamento e as relações humanas que os alunos necessitam para viver numa sociedade,pois dessa forma estarão aptos a construir uma visão sólida e crítica da realidade educativa,buscando alternativas coletivas para os problemas no âmbito social e escolar. A qualidade da educação não depende apenas de uma gestão democrática,mas de um planejamento participativo e de um projeto pedagógico eficiente e contextualizado com a realidade da escola.A escola pública produz e reproduz diferenças sociais e cabe a organização pedagógica reconhecer essa problemática e tentar tomar medidas que possam superar esses entraves,construindo uma gestão escolar que ofereça reciprocidade,mudança de mentalidade e atitude,sem a qual essa organização não poderia ser efetiva em seu papel social.A gestão democrática,pressupõe a idéia de participação,isto é, do trabalho associado de pessoas,analisando situações,decidindo sobre o seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. Contudo,é fundamental elaborar propostas de inclusão de atividades que elucidem maior contato com a realidade de nossas escolas estimulando o pensamento crítico na direção de um relacionamento social mais cooperativo e democrático,sem uma práxis não há sociedade que se transforme como um todo. È verdade que as escolas públicas se diferenciam pela qualidade de ensino e qualidade quem faz é quem organiza o trabalho pedagógico, ou seja é importante que a gestão esteja embasada numa concepção democrática e participativa,pois os novos tempos exigiram um padrão educacional voltado para o desenvolvimento de um conjunto de competências e de habilidades essenciais,a fim de que os alunos possam fundamentalmente compreender e refletir sobre a realidade, participando e agindo no contexto de uma sociedade comprometida com o futuro. Essa mudança só acontecerá quando houver uma organização do trabalho pedagógico manada por um corpo técnico alçado diretor e coordenador pedagógico trabalhando em conjunto com o corpo docente,funcionários e demais membros da equipe escolar avaliando e reconstruindo seus projetos,planejamentos e planos. Escolas particulares As escolas Particulares sob esta denominação têm no nosso país diversas instituições. Começaram ainda no tempo do Brasil Colônia, com as "escolas de ler e escrever" dos padres jesuítas e, através das várias etapas da nossa história, contribuíram para a formação do povo brasileiro, de suas lideranças políticas e sociais, buscando sempre a excelência pedagógica. A criatividade e a constante inovação do ensino particular influíram decisivamente na melhoria do ensino e da educação em nosso país. Segundo Marlene Fagundes apesar de mal interpretada e muitas vezes criticada tem a sua existência garantida pela constituição brasileira, que, no capítulo da educação, prevê a liberdade de aprender e ensinar, bem como "o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino." A principal missão da escola privada é a de, efetivamente, oferecer a melhor educação - sem apelo de marketing de dizer que está formando "o melhor aluno". O educador que atua junto aos jovens de classe média e média alta tem de fazer deles cidadãos responsáveis. Acho que as instituições privadas estão passando por um processo de depuração, e as que não mostrarem um bom desempenho, tanto no ensino quanto em responsabilidade social, podem falir. E os pais estão cobrando esses resultados. Contudo o perfil dos pais de alunos de escolas particulares hoje em dia também se tornou mais exigente no que se refere a qualidade do ensino, pois estão seriamente preocupados com a competição que os filhos enfrentarão por uma boa vaga nas universidades e também depois no mercado de trabalho. Com uma maior facilidade de acesso a informações sobre projetos pedagógicos, os pais se preocupam em dar aos filhos uma educação ampla e humanística, mas não abrem mão de bons resultados no vestibular, eles querem filhos criativos e dinâmicos, mas que sejam disciplinados e atendam aos limites. O resultado disto é que a enorme diferença que existia entre escolas de ensino conservador e escolas de ensino liberal está cada vez menor. O colégio que deseja conquistar os pais tem de ser capaz de apresentar algum diferencial a mais, além do projeto pedagógico, tem de ser capaz de mostrar aos pais que é capaz de atender a expectativas tão variadas. Obviamente, não há neste tipo de ensino dessas grandes redes preocupação com a formação da cidadania comparável a de outras escolas, o foco está concentrado na necessidade de aprovação no vestibular. Contudo, buscando suprir essa defasagem, estas redes têm investido nos seus professores, todas as pesquisas já realizadas na área de educação comprovam essa velha teoria que diz que independente do projeto pedagógico ou do tipo de escola que se estuda, o maior diferencial entre uma boa escola e uma péssima está na qualidade dos professores. É a da interação entre professor e aluno dentro da sala de aula que determina a qualidade do ensino. Em outras palavras, o educador ? além de professor ? com sua prática pedagógica, segundo a ementa e o conteúdo programático, percebendo o projeto educacional como um todo é que resultará numa Educação continuada até o dia-a-dia de um profissional na organização. Na rede privada, a questão da formação docente é menor do que nas redes públicas porque a instituição, por meio dos salários, consegue escolher um pessoal mais qualificado. O grande problema da maioria dos professores não é o domínio do conteúdo de sua matéria e sim um conhecimento de mundo. Aqueles que têm acesso a recursos tecnológicos, curiosidade e domínio da ciência e da leitura passam isso para seus alunos com paixão. Na medida em que se começa a refletir com os educadores sobre ações pedagógicas, definição de projetos interdisciplinares ou pluridisciplinares, o trabalho - viagens, experiências de laboratório, estudo do meio etc. - acaba dando resultados. Para isso, a escola particular está mais aparelhada. Diferenças e igualdades nas escolas públicas e particulares Educação e qualidade são teclas que batem juntas quando se trata das necessidades do Brasil. E a prioridade nesse campo é, sem dúvida, o Ensino Fundamental na escola pública, à qual a maioria dos brasileiros tem acesso. O ensino privado, no entanto, participa da discussão sobre medidas a tomar para que o sistema responda aos anseios dos estudantes. Não idealizamos alguém que ensine um conteúdo pronto e acabado, mas que conduza o processo de aprendizagem frente a todos os avanços e desafios que o mundo está oferecendo. Nesse momento, pretende-se redefinir o modelo de formação docente. Para que a formação profissional não se esgote nos três ou quatro primeiros anos, é preciso criar mecanismos que assegurem a busca pelas competências exigidas no trabalho. Não só capacitação em metodologia, mas também em conteúdo, em práticas de leitura, em hábitos culturais e de postura, em uso de recursos tecnológicos. Com isso, podemos dotar o Brasil de um sistema educacional que promova maior igualdade de oportunidades e possibilite maior acesso da sociedade ao que chamamos hoje de cidadania. A maioria dos gestores de escolas privadas não enxerga competição entre escola pública e particular. Eles não querem receber alunos só porque não conseguiram vaga nas escolas estaduais ou municipais. Existem escolas públicas de altíssimo nível onde acontecem experiências riquíssimas. O que dificulta a ação da escola pública, que também tem docentes altamente qualificados, é a alta rotatividade do pessoal. O professor é da rede e não de uma unidade escolar. Quando se consegue montar um corpo docente eficiente, chega o fim do ano, metade dos professores é removido e tem-se que começar tudo de novo. Já na rede particular não existe a mesma rotatividade, porque sem um corpo docente estável não há definição do projeto pedagógico. Nas escolas municipais do interior, por exemplo, onde o corpo docente da Educação Infantil e o do Ensino Fundamental são mais estáveis, há ótimos modelos de ensino público. Há certa diferença no que se refere ao desempenho e qualidade de ensino comparando a escola pública e a particular, pois esta última sofre uma pressão tanto do mercado, quanto dos pais, pois estão pagando e exigem um melhor resultado, o que leva a escola a cobrar mais dos professores, melhorando assim os níveis dessa educação, mesmo que de forma não tão satisfatória, no tocante a qualidade. A grande novidade para muitas pessoas é que a escola particular não possui desempenho tão diferente da escola pública, pois o maior objetivo de ambas é deixando a desejar em propostas alternativas em que, de fato, o que se queira alcançar seja a aprendizagem dos educandos. Segundo pesquisa publicada pelo Inep (2007), ocorreu uma decadência nos últimos tempos, tanto na escola pública como na particular, mas no caso do ensino público a situação é ainda mais complexa, pois os números são mais preocupantes e pioram a cada ano, onde os índices de reprovação e evasão são muito mais críticos. Nota-se que, na maioria dos casos, não há uma preocupação com a escola pública em obter avanços, talvez, por não ter concorrência significativa, e desta forma, o comodismo de muitos acaba impedido o progresso desta educação e, conseqüentemente, as falhas no processo de ensino-aprendizagem aparecem de forma mais visível e ampla. CONSIDERAÇÕES FINAIS A preocupação maior que possibilitou o rumo deste trabalho, foi justamente discutir a situação em que se encontra a "qualidade" de ensino da maioria das escolas brasileiras, tanto públicas quanto particulares, como também demonstrar a necessidade de compreender esta problemática. Espero que este artigo sirva para ajudar a apontar soluções cabíveis na tentativa de resolver alguns entraves que foram levantados e reforçar a necessidade da promoção da reestruturação na nossa política educacional. Referencias Bibliográficas DETONI, Márcia. Folha de São Paulo, Educação Online: Escola como escolher? 2008. XAVIER, Maria Elizabete Sampaio Prado. História da Educação: a escola no Brasil, Maria Luisa Santos, Olinda Maria Noronha. São Paulo: FTD, 1994 ? Coleção Aprender & Ensinar. LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar:teoria e prática.5.ed. Goiânia: Editora alternativa,2004 GONÇALVES,Marlene Fagundes Carvalho.Educação Escolar:identidade e diversidade. Florianópolis.Editora Insular,2003.264p. Sites: ffclrp.usp.br ( A quem serve a escola pública) PACHECO, E. & ARAÚJO, C. H. Pesquisa Nacional Qualidade da Educação: a escola pública na opinião dos pais. Disponível em: . Acesso em: 15 abril 2007 www.novaescola.com.br
Autor: Aline Alves Martins


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