Não sei



Passei a tarde tentando dizer algo novo, algo que chocasse as pessoas ou somente a mim mesma. Nada. Nada. Só sei sei lá. Depois de tantas idas e vindas, inconstâncias amorosas e sábados de cigarro nos lábios, não sei de mais nada. Alguns passam por mim, perguntam se estou bem, nada digo, nada sei. Quê que foi com aquela menina que era tão decidida? Tomou decisões erradas e está aprendendo a ser mulher nesses becos escuros que encontramos por aí, na vida. É a vida meu caro. Tempos não escrevo sobre a vida. Tempos não escrevo. Uma vez que, a morte já passou pelo meu lado, inúmeras vezes. Bateu na porta e quis entrar, vê se pode?
Tu me perguntas se tenho medo? Em momentos sim, houve um medinho bem no começo da coluna que se espalhou por todo corpo, sabe como é né?. Uma noite bêbada, um carro numa velocidade a mais, babau pra ti, meu bem. Já era. E essas coisas assim, dá medo. Não de morrer, mas de encarar outra não-vida. Já pensou a merda que seria, tu numa não-vida? Se a vida já é assim. Mas meu bem, o tempo tava fresco, olhei pra baixo da montanha russa e daí, adivinha? Não tinha mais, sumiu aquela coisa, o arrepio, aquilo tudo. Me entende? Só restou uma vontade absurda de viver, de não desistir, de enganar, de cair sentada no meio da rua e esperar. Esperar o quê? Tu não sabe ,não sei também.
E daí tô vivendo. Do jeito que quero e como quero. Se a morte bater na porta de novo, a gente finge que não tá em casa, vamos para o nosso porto. Pro nosso quarto. Pego na tua mão e sussurro três vezes: Amo você, amo você, amo você. Vê se guarda. Repito: Quem sabe, amor. Quem sabe.

Autor: Thais Pifano Mendes


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