Façamos O Que é Bom No Tempo Oportuno



Em Eclesiastes 11:1, a palavra de Deus nos diz: "lança teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás". Em que podemos explorar esta afirmativa?

Vivemos a era do empreendedorismo, a era dos grandes sonhos, onde a imagem e o poder asseguram a aceitação do indivíduo no grupo social. Embora sendo cristãos e vivendo sobre os princípios preconizados pela palavra, somos sujeitos, inseridos em um contexto socioeconômico onde, para melhor nos adaptarmos, temos de aderir às suas regras. E este, é um processo inevitável.

Desde o advento do capitalismo, o mundo tem sofrido inúmeras alterações a favor deste sistema. Estruturas como a família (base fundamental para a formação do indivíduo enquanto ser social) vem se desintegrando progressivamente e alterando costumes seculares, até então, preservados.

A revolução tecnológica, ícone da sociedade moderna, auxilia na desintegração do núcleo familiar.A necessidade imposta pela mídia capitalista onde todos devem ser "consumistas por excelência", moldou o cenário atual, tornando-o "um mundo barbie, onde homens e mulheres buscam ajustar-se à cultura capitalista[1]" .

Todos estes, dentre outros aspectos, nos levam a refletir e então questionar: Inevitavelmente, somo parte deste contexto e frente à necessidade de competir em um mundo capitalista, para onde temos canalizado nossos esforços? Em que solo temos semeado nossos projetos, nossas sementes? Que frutos buscamos colher considerando nosso plantio?

Estes, são alguns dos questionamentos necessários para que possamos vislumbrar a colheita de amanhã a partir do planejamento sensato do plantio de hoje.

Embora o sistema capitalista traga consigo a competitividade e a busca incessante pelo lucro, o que fatalmente vem a gerar frustrações e receios nos indivíduos, faz-se necessário revertermos esta imagem buscando absorver seus pontos positivos. Dentre estes, podemos citar a necessidade de que o homem, enquanto sujeito social, desenvolva suas competências mais peculiares para que assim, esteja apto para concorrer a um espaço no acirrado e competitivo mercado de trabalho.

Neste sentido, o manual da vida nos alerta: "aquele que observa o vento, nunca semeará..." (Ec: 11:4). Não podemos aguardar que o tempo seja completamente favorável para nossa ação. Devemos crer na providência divina, no entanto, cruzar os braços e aguardar que as coisas aconteçam não agrada Deus, afinal, Ele nos dá competências e condições (independente das habilidades físicas) de ousar na luta por melhores possibilidades de vida e de trabalho.

Como diz o poeta: "quem sabe faz a hora, não espera acontecer" [2]. O que estamos fazendo com os nossos dons? Onde temos investido nossas habilidades? Onde estamos semeando e onde pretendemos colher?

Se tencionamos colher bons frutos, em nossa vida pessoal, espiritual e profissional, faz-se necessário avaliar o campo onde temos depositado nossas sementes, afinal somente plantando em solo fértil, será possível uma colheita produtiva. A materialização dos nossos esforços manifestar-se-á, se projetarmos o futuro e juncarmos nossas sementes em solo fértil. "Lavrai para vós os campos de lavoura e não semeis entre espinhos" (Jr 4: 3).

Esta afirmativa nos remete ao cotidiano, onde a rotina nos obriga a cumprir papéis que por diversas vezes não são questionados mas apenas desenvolvidos mecanicamente. Perguntemo-nos: Nossa vida tem seguido o rumo planejado? Tenho hoje, obtido os resultados preconizados há alguns anos, quando escolhi aquele curso na faculdade ou quando fiz aquela entrevista de emprego? Estamos plantando para colhermos o desejado ou temos plantado a esmo, plantado entre espinhos? Se as respostas são negativas, o que tem sido feito para mudar o curso assumido?

Quando não planejamos nossa ação, aderimos à irracionalidade e ao imediatismo dos resultados. Quando não projetamos o futuro e não direcionamos o semear, colhemos de maneira reduzida, pois reduzidos foram os esforços. "...O que semeia pouco, pouco ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará" (2 Co. 9:6.).

A ação desenvolvida no presente mas projetada para o futuro, nos leva a obter resultados definidos, consistentes e duradouros, no entanto, não difícil perceber que se agirmos de maneira desordenada e sem a direção de Deus, os resultados também serão desordenados e desorientados.

Façamos o que é bom no tempo oportuno. O tempo oportuno é agora!


[1]Idéia embasada no Artigo "Mundo Barbie" da Revista Viver Mente & Cérebro Nº 158 Ano XIV Março/06.

[2]Trecho da canção "Para não dizer que não falei das flores" de Geraldo Vandré.


Autor: ODINEIA MESQUITA


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