O Inferno Lírico de Badou Sarcass I
Vejo agora, às portas de minh'alma, tua sina.
Tu que me querias morto, aqui me tens.
Sobrevôo sem trégua minha morte vã.
Agora estou aqui, sou teu com meu corpo e meu desejo.
Descubro-me nu, nefasto e régio...
Esta noite escura, um calor etéreo...
Quero ver os portões do lugar pra onde irei.
Minha tortura, Deus meu!
Pode haver alegria maior?
Fui homem, enterrado no mundo:
-Acorde!
-Trabalhe!
-Tu nada és!
Badou, nada é. Só som, fúria e dor.
Ah... mas essa dor é divina...
A dor dos mais nobres deuses.
Descerei tal qual Orfeu e com meus versos
Não há Cérbero que me possa deter.
Autor: Badou Sarcass
Artigos Relacionados
O Inferno Lírico De Badou Sarcass Ix
O Inferno Lírico De Badou Sarcass Vi
Anjos Da Noite
O Inferno Lírico De Badou Sarcass Iii
Um Cadáver à Mostra
Canção A Meu Pai
Amor Eterno