Passos para a Gestão Estratégica



A Gestão Estratégica consiste em uma forma de gerir a organização holisticamente, valendo-se para isso de elementos de reflexão e de ação sistemática e continuada.
A Gestão Estratégica utiliza-se de vários passos com o objetivo de administrar estrategicamente todas as áreas da organização. O primeiro e fundamental passo consiste no Diagnóstico Estratégico, onde o cenário atual da organização é levantado, objetivando avaliar a existência e adequação das estratégias vigentes na empresa. Destaca-se também, nesta fase, a necessidade de levantamento de informações a respeito da competitividade, sobre os produtos da empresas, vulnerabilidades e ameaças à sua existência e a projetos futuros.
Uma ferramenta muito difundida e que se adéqua perfeitamente à etapa de diagnóstico estratégico é a análise de SWOT. Através dela é possível posicionar ou verificar a disposição estratégica de uma empresa no ambiente em questão. O acrônimo SWOT significa em português: forças (as vantagens internas que empresa apresenta frente a seus concorrentes); fraquezas (as desvantagens internas que a organização apresenta em relação a seus concorrentes); oportunidades (elementos positivos do mercado com potencial de gerar crescimento para a empresa); ameaças (aspectos negativos do mercado que podem comprometer o crescimento da empresa). O objetivo da análise de SWOT consiste em conhecer melhor a empresa e o mercado concorrente, fornecendo mais informações para o processo decisório, a fim de criar uma estratégia que se adéqüe tanto ao perfil da organização quanto as oportunidades existentes no mercado.
Concluído o diagnóstico inicial, o segundo passo consiste em uma análise sobre a Prontidão Estratégica, isto é, o envolvimento de todos os membros da organização, principalmente da alta direção, em relação ao futuro organizacional, as ações para solucionarem eventuais gargalos, a atenção aos reflexos positivos e negativos oriundos das mudanças e o alinhamento da equipe com a Missão, Visão e Valores da empresa.
O modelo dos 7S desenvolvido pela consultoria McKinsey se encaixa bem nesta etapa, pois através dele a empresa poderá organizar, analisar e diagnosticar o seu ambiente de trabalho, e principalmente, irá fazê-lo de forma sistêmica. Objetiva-se com este modelo planejar intervenções e mudanças na estrutura e desenho de uma empresa, valendo-se para isto dos sete fatores interligados, são eles: a estrutura organizacional, a estratégia, os sistemas que a compõem, os valores compartilhados por ela, as habilidades, o estilo da organização e as pessoas. A vantagem desse modelo para a organização é que ele propõe uma abordagem sistêmica da empresa, isto é, os fatores componentes de uma organização, tantos os tangíveis quanto os intangíveis, são intimamente interligados, qualquer mudança em um fator será percebida pelos demais fatores. Logo este modelo propõe uma abordagem orgânica da organização, onde os 7S, fundamentais, devem ser observados sob a ótica holística.
Analisada a Prontidão Estratégica, o passo seguinte consiste na priorização dos problemas em função de sua gravidade, estabelecendo com isso uma seqüência lógica para a implantação das ações de adequação. Esta etapa é denominada Direcionamento Estratégico, isto é, o direcionamento que a organização precisa seguir para sobreviver e sobressair no mercado.
Através dos Critérios de Excelência da FNQ, uma organização pode adquirir uma visão holística de trabalho, isto é, adotar uma posição sistêmica com grande interdependência entre os setores, melhor conhecimento da empresa, aumento da flexibilidade organizacional e trabalho de alto desempenho. Ao valer-se dos oito critérios a organização adquire uma base de conceitos essenciais à obtenção da excelência no desempenho, que auxiliam na correção de possíveis problemas no desempenho da empresa. Os critérios são: liderança (processos gerenciais de orientação filosófica); estratégias e planos (processos gerenciais de concepção e execução de estratégias); clientes (tratamento dos processos de negócio); sociedade (processos gerenciais de interação com a sociedade); informações e conhecimento (processos gerenciais de tratamento da demanda); pessoas (processos gerenciais relativos às equipes de trabalho); processos (processos de negócio e de apoio); e resultados (resultados acompanhados de evolução histórica). A adoção desses oito critérios permitirá, a uma organização, a correção de possíveis desvios na execução de suas funções, desenvolvendo um sistema de gestão mais robusto e adequado ao mercado.
Para garantir que a empresa não perca os ganhos provenientes da Gestão Estratégica e continue olhando para o futuro, é necessário manter a Vigilância Estratégica. Por meio da Vigilância Estratégica a empresa continuará observando, acompanhando e questionando seu processo de trabalho e a aceitação de seus produtos e serviços no mercado com a possibilidade de desenvolver medidas antecipadas e respostas estratégicas para sanar qualquer desvio.
A matriz BCG se mostra como uma importante ferramenta nesta etapa, tanto para análise do portfólio de produtos quanto para verificação do desempenho das unidades de negócio. Através de uma análise gráfica, baseada no ciclo de vida dos produtos, a matriz BCG, classifica os produtos de acordo com a sua evolução e a participação de mercado, em: interrogação (exigem alto investimento, apresentam baixo retorno e tem baixa participação de mercado); estrela (exigem alto investimento, mas são líderes de mercado); vaca-leiteira (apresentam lucro e geração de caixa altos); vira-lata (apresentam baixa participação e crescimento no mercado). Logo a matriz BCG se torna uma importante ferramenta para adequação da Gestão Estratégica de uma empresa, pois permite uma avaliação do portfólio de produtos, possibilitando tomar decisões para aumentar a participação no mercado.
Assim para uma empresa atuar com uma Gestão Estratégica ela precisa verificar todos os seus processos e sua situação no mercado, valendo-se de ferramentas como a análise de SWOT, o modelo dos 7s, os Critérios de Excelência da FNQ e também a matriz BCG, desenvolvendo assim técnicas de trabalho de alto desempenho e uma visão holística da organização, focando seus objetivos e metas com a finalidade de manter-se competitiva e diferenciada no mercado.

Autor: Edward Barbosa


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