Governança corporativa e organizações multifuncionais



O objetivo principal da Governança Corporativa é resolver os conflitos de interesse existentes entre os diversos agentes que influenciam a empresa, assegurando que a organização seja administrada de acordo com os interesses de seus stakeholders financeiros.
No passado as empresas, de estruturas organizacionais simples, eram vistas sob a ótica do conceito de caixa preta, ou seja, o objetivo das organizações era encontrar as condições marginais relevantes, valendo-se, para isso, das informações obtidas pelas entradas e saídas de seus processos, maximizando assim os lucros. Dessa forma, as ações de Governança Corporativa eram dirigidas apenas as ações de maximização de receitas, sem considerar o ambiente ao qual a empresa estava inserida.
As organizações modernas, muitas delas multifuncionais (M-form), interligam e identificam a sua forma, ou estrutura, com a Governança Corporativa, de maneira sistêmica. Essas empresas deixaram de estar sujeitas apenas aos interesses hierárquicos internos e passaram a depender de uma adaptação externa, para atender os interesses de seus clientes e acionistas.
Assim, as ações de Governança Corporativa, para as empresas M-form, flexíveis e adaptadas as necessidade externas, ampliam o conceito de Governança, ao assegurar que a empresa seja administrada em consonância, não apenas com os stakeholders financeiros, mas também, com todos aqueles agentes que não são seus credores e nem acionistas, mas que tem interesse na empresa, tais como: clientes, fornecedores, empregados e até mesmo a comunidade.
Outro elemento, que também evolui, em decorrência da mudança de prisma da Governança Corporativa, é a relação em entre agenciador e o agente.
Antigamente os acionistas das organizações de estrutura simples, incutiam em seus executivos a necessidade de maximização dos resultados financeiros da empresas a qualquer preço. Não havia monitoramento sistemático das atividades dos executivos, o que acarretava para a organização crescimento excessivo por meio de aquisições, diversificação danosa, fixação de gastos pessoais excessivos, influência em vendas de ativos da empresa, empreendimento de projetos de acordo com o gosto pessoal do executivo, contratação de membros despreparados da família para posições gerenciais, resistência a substituição, roubo de lucros e etc..
Hoje com a abordagem sistêmica da Governança Corporativa, os agenciadores adotam métodos de monitoramento de seus agentes, a fim de estabelecer um controle rígido sobre estes, e garantindo que eles atuem no melhor interesse da organização. Dessa forma, a Governança Corporativa, assume, a mensuração sistêmica baseada em mecanismos internos compostos pelo conselho de administração, sistema de informação e concentração acionária, e pelos mecanismos externos de proteção legal aos investidores, possibilidade de aquisição hostil da empresa, fiscalização dos agentes de mercado e estrutura de capital.

Autor: Edward Barbosa


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