Isoflavonas Encontradas na Soja (Glycine max L. Merr.) - Uma Breve Revisão



Maria Isaura Pereira de Oliveira

Resumo

Objetivou-se com esta revisão, reunir informações sobre a biossíntese, a distribuição e a importância biológica de isoflavonas de soja (Glycine max Merr.). A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos e páginas de web-sites. Isoflavonas pertencem a uma classe de metabólitos secundários que ocorrem predominantemente em leguminosas, é um tipo de fitohormônio presente na soja que auxilia na prevenção de doenças crônico degenerativas e aquelas associadas com hormônios.

Isoflavonas em Soja

Isoflavonas são compostos difenólicos encontrados naturalmente nas leguminosas, estando presentes em altas concentrações em soja (Tabela 1).
As principais isoflavonas encontradas em soja [Glycine max (L.) Merrill] são compostos derivados das agliconas genisteína, daidzeína e gliciteína que se acumulam como b-glicosídeos (genistina, daidzina e glicitina), malonilglicosídeos (6"-O-malonilgenistina, 6"-O-malonildaidzina e 6"-O-malonilglicitina) e acetilglicosídeos (6"-O-acetilgenistina, 6"-O-acetildaidzina e 6"-O-acetilglicitina) (Song et al., 1999). Estes compostos são sintetizados por diferentes ramificações que partem da ramo dos fenilpropanóides. Os ramos metabólicas que dão origem a estas isoflavonas não estão firmemente estabelecidas, mas sabe-se que os ramos biossintéticos das daidzeínas e gliciteínas provavelmente compartilham isoliquiritigenina como um intermediário comum (Latunde-Data et al., 2001). O ramo das genisteínas, por outro lado, origina-se a partir de naringenina (Steele et al., 1999). Apesar de se originarem de precursores distintos, os intermediários presentes nestes ramos são resultantes da atividade de enzimas comuns, algumas das quais já são conhecidas, como a chalcona sintase, a chalcona redutase e a isoflavona sintase (Akashi et al., 1999). A concentração de isoflavonas em grãos de soja é geneticamente determinada e afetada por vários fatores ambientais, tais como temperatura, local e ano de plantio (Eldridge e Kwolek, 1983; Tsukamoto et al., 1995; Carrão-Panizzi et al., 1999; Hoeck et al., 2000; Lee et al., 2003).
As formas malonilgenistina e malonildaidzina tem sido reportada como sendo as que apresentam maiores acúmulos na semente de soja, em média representam cerca de 65 % do total de isoflavonas (Kudou et al., 1991a, b; Carrão- Panizzi et al., 1999).
Kudou et al., (1991a) analisaram o acúmulo de isoflavonas em grãos de soja e evidenciaram que o teor de isoflavonas no hipocótilo é 5,5 a 6,0 vezes maior que nos cotilédones e que o tegumento não apresenta nenhuma forma de isoflavona. A gliciteína e seus derivados foram encontrados apenas no hipocótilo. Verificaram ainda que o acúmulo das diferentes isoflavonas varia durante o desenvolvimento da semente de soja. As seis formas encontradas nas sementes genistina, daidzina, glicitina, malonilgenistina, malonildaidzina e malonilglicitina acumularam-se entre 35 e 60 dias após o florescimento. Porém, genistina e malonilgenistina acumularam muito mais no período do enchimento da semente; daidzina e malonildaidzina acumularam com uma taxa constante e glicitina e malonilglicitina e mantiveram seis níveis durante todo o período.
Autor: Maria Isaura Pereira De Oliveira


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