O Mito Da Superação Na Realidade Subdesenvolvida



É comum ver na Televisão Brasileira pessoas que tiveram poucas chances na vida alcançando pequenas vitórias. São coisas às vezes básicas para alguns como estudar, morar e trabalhar, mas que as transformam em exemplos de esforço e superação.

Essa forma de explorar a desigualdade e a dificuldade socioeconômica pode fazer com que as divisões jamais sejam justas. Pode gerar a impressão de que não é tão ruim, pois se nessa forma esganada de vida essa pequena parcela consegue “superar” o que falta ao resto é vontade para quebrar os obstáculos sutilmente esquecidos pelo caminho como a falta de saúde publica, a falta de moradia digna e a falta de educação gratuita e decente.

Ter direito à pelo menos moradia, saúde e educação é o que garante crescer normalmente na vida. É o que é garantido aos países desenvolvidos e aos privilegiados de nossa sociedade brasileira. Essa pequena parcela da população brasileira que inclusive detém o poder sobre os meios de comunicação e é para ela que esse discurso trabalha servindo como um cinturão que contém a dor e a insatisfação.

É preciso ter consciência de que a culpa não é nossa. A certeza de que nós não somos burros e que não se trabalha pouco. O que acontece é uma formação dessa imagem muito bem arraigada e montada por certas peças midiáticas calhordas como essas. É o caso do programa soletrando de Luciano Hulk. Escolheu para vencedor um menino que anda quilômetros para ir a escola, que não tem moradia decente, que não tem pais que o sustentem, pois os mesmos são oprimidos por esse sistema errado. Depois que aquilo tudo passa na TV a gente pensa: É, e daí? Isso está errado! Não é legal ver alguém passando por isso. Deveríamos impedir ao invés de bater palmas e comentar a superação.


Autor: Marianna Santos


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