O Mal-estar do cristianismo




O MAL-ESTAR DO CRISTIANISMO
Roberto dos santos*
O século XXI será marcado na história como um dos séculos mais agitados e conflituosos, especialmente quando a discussão é levada para dentro do cristianismo, que, atualmente, sofre de patologias diversas pelo seu mal-estar na civilização ocidental, onde a fé tem sido confundida com messianismos baratos, consumismo religioso, terapias alternativas, políticas eclesiásticas manipuladoras dos fracos e desavisados culturalmente. O mal-estar do cristianismo significa a perda de identidade da fé cristã em mundo dominado pelo saber relativista, saturado pela corrupção das instituições públicas e, por fim, totalmente alienado pelo pensamento neoliberal da civilização capitalista das classes privilegiadas.
A resposta da Igreja de Jesus Cristo não pode ser apenas uma resposta no campo metafísico; não pode ficar à margem dos dilemas sociais e espirituais da sociedade e; por fim, não deve fazer com que não saiba de nada o que está acontecendo com os menos favorecidos, com os pobres, com as crianças e os jovens, bem como todos os que sofrem e não tem o que comer e beber, vestir e dormir, educar e cultuar a Deus. Onde está a igreja do século XXI? Onde está a igreja da esperança? Onde estão os políticos cristãos desse país? É temo de despertamento social dentro das igrejas evangélicas, abertura para o desenvolvimento cultural, social e educacional da graça de Deus. Cristianismo sem ação na história e no mundo é cristianismo mórbido, fraco, insignificante, perverso, cúmplice das in justiças sociais.
A igreja precisa saber que a pregação do Evangelho inclui, entre outras coisas, a libertação dos sistemas de opressão do Estado, da Mídia e das instituições ideológicas que procuram mergulhar o ser humano no mais profundo caos de angustia, de dependência de esmolas sociais, de alienação cultural através de festivais patrocinados pela polis. O mal-estar do cristianismo se estabelece exatamente, quando a igreja se omite a falar a verdade, se nega a ser voz profética, se recusa a ser participativa na sociedade em beneficio do próximo. Um cristianismo que não se faz presente na história e no mundo, para nada serve. Por isso, exigimos uma resposta da igreja. Que resposta? A resposta de Romanos 12.1-2. É a resposta de ser diferente e fazer diferença. Portanto, a igreja não precisa firmar alianças comprometedoras, contratos com o poder estabelecido, acordos que só favoreçam a políticos "evangélicos " corruptos. A igreja é à força do reino de Deus na história. Cristianizar o mundo é humanizar os homens.
*Roberto dos Santos.É doutor em filosofia pela Cambridge International University, na Inglaterra, e em teologia pela Friends International Christian University, nos Estados Unidos da América. Pós-graduado em docência do ensino superior pela Universidade Gama Filho, no Brasil, e mestre em ciências da educação pela UEP, no Paraguai. Atualmente realiza seminários e conferências em igrejas, escolas, faculdades e universidades. É conferencista internacional e autor de vários artigos e livros no campo da filosofia e da teologia. Possui dois certificados de conferencista (exposição de obras teológicas) pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

Autor: Roberto Dos Santos


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