Ciúme
Na literatura podemos encontrar autores que usaram o ciúme como tema de suas obras e as conseqüências que ele pode trazer. Posso citar aqui os exemplos de "Dom Casmurro" de Machado de Assis, onde o personagem principal Bentinho desconfia que sua amada Capitu o traiu com seu melhor amigo Escobar; e "São Bernardo" de Graciliano Ramos, onde a desconfiança de Paulo Honório para com sua esposa Madalena por ela tratar bem aos empregados da fazenda São Bernardo. As duas histórias terminam em tragédias. Na primeira, Bentinho tomado de ciúme leva Capitu para Suíça e nunca mais a vê e, na segunda, a pobre Madalena atormentada pela desconfiança do marido comete suicídio. Resultado das duas histórias: Bentinho termina os seus dias sozinho, alimentado-se apenas das lembranças dos dias felizes que viveu com Capitu, e, Paulo Honório não muito diferente, ele se sente vazio após a morte de Madalena e finaliza dizendo: "a culpa é desta vida agreste que me deu uma alma agreste".
Em casos extremos de ciúmes como nos exemplos acima é necessário buscar ajuda psicológica. O ciúme na medida certa pode ser considerado uma prova de amor, afinal de contas que não gosta de saber que a pessoa que gostamos sente ciúme da gente, mas o ciúme que pode provocar o mal de alguém ou até mesmo a morte é doença e merece tratamento. Portanto tenha ciúme apenas como um sentimento de cuidado, de proteção ao outro e não como desconfiança ou posse absoluta. Ciúme em excesso mata a alma tanto de quem o sente como a da pessoa amada.
Referencia: ROCHA, Ruth. Minidicionário. São Paulo: Scipione, 1996.
Autor: Tatiane Da Silva Bispo
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