Educação Patrimonial e Turismo Arqueologico na Serra da Capivar Piauí: uma questão d Valorização social



EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E TURISMO ARQUEOLÓGICO NA SERRA DA CAPIVARA- PI
UMA QUESTÃO DE VALORIZAÇÃO SOCIAL

Marlene dos Santos Costa


Este resumo apresenta subsídios das atividades de educação patrimonial centradas nas ações arqueológicas da Serra da Capivara, como suporte para uma construção de consciência cultural, preservacionista, dialogada e turística na região. Apresentam-se também argumentos de uma experiência realizada por adolescentes, organizadores de um grupo de estudo sobre a Arte Rupestre do Piauí (CDAR-PI), em um experimento com algumas escolas públicas do município de São Raimundo Nonato. Visando sustentabilidade, o turismo arqueológico e cultural na visão da geração jovem dos municípios circunvizinhos ao Parque Nacional Serra da Capivara, além do fortalecimento e pertencimento das identidades atuante na região.
Palavras chaves: Arqueologia, Educação Patrimonial, turismo cultural

I- INTRODUÇÃO
O Parque Nacional Serra da Capivara é mundialmente ambicionado pela sua riqueza arqueológica, seu bioma atípico, e pela sua biodiversidade. Esses aspectos serviram como fundamentos para ser nomeado como patrimônio cultural da Humanidade pela UNESCO. Porém ainda há uma ausência de sensibilização local e política, quando o requisito é a preservação conservação e manutenção do Parque. Isso pode acontecer por vários fatores ainda não debatidos diretamente, um dos fatos pode ser pelas ações não gerarem lucros imediatos para investidores no comercio local já que a economia gira em torno do comercio, ou não gerar voto a políticos, conservando esse riquíssimo acervo.
As atividades desenvolvidas para os fins de conservação preservação e reconhecimento do patrimônio na região ficam apenas a cargo, da FUMDHAM , IPHAN ?, UNIVASF , ICMBIO órgãos que atuam juntamente com a Fundação onde a mesma procura desenvolver um fomento na busca por investimentos junto ao poder público, e na sensibilização local quanto à preservação do patrimônio através de eventos culturais, oficinas, palestras, congressos, seminários e afins. Eixo responsável pelas pesquisas arqueológicas na região, no entanto não tem sido o suficiente para dar suporte para a estabilidade de manutenção e preservação do Patrimônio Cultural da Serra da Capivara e da valorização social do município, se o poder público não tiver políticas públicas voltadas para esses fins.

II ? São Raimundo Nonato da categoria de vila município a cidade, em prol da valorização social

O município de São Raimundo Nonato fica localizado no sudeste do Estado do Piauí, com uma área geográfica de 2.416 km2 (IBGE), uma população de mais de 30 mil habitantes possui 99 anos de emancipação política e mais 150 anos de história após a colonização.
A região ocupada inicialmente pelas fazendas do Coronel Domingos Afonso Mafrense que após a sua morte foram doadas para os Jesuítas que vieram acompanhados de colonos e aventureiros, ao chegarem à região construindo casa, doando vestimentas e buscando a catequização dos indígenas da tribo Tapuias que habitavam a terra, gerando entre si um conflito tremendo e travando lutas onde poucos indígenas deixaram-se catequizar, alguns morrendo e a maioria acabou imigrando para outros territórios. Após o conflito travado com os indígenas as terras foram divididas entre os integrantes da expedição. Em 1832 por decreto da regência do Império São Raimundo Nonato foi elevado a Distrito. Em 1950 foi elevada a categoria de Vila e Município, passando em 1912 a Cidade.
Foi dentro desse cenário onde cultiva-se o legado de expulsão e interesse político por terras e poder dos Coronéis. Onde "começava" o espetáculo político de desenvolvimento social, a cidade de São Raimundo Nonato bem antes da categoria em que lhe foi concebida iniciou sendo o centro do comercio de toda a região, com a categoria de cidade surge os primeiros prefeitos, as primeiras praças, as primeiras escolas dentro de um cenário de comercio de feira ao ar livre, no centro da Viela, onde se vende compra e faz negócios entre a população local e de outros estados vizinhos como Bahia e Pernambuco.
Atualmente possui um centro comerciário de grande influencia na região por ficar bem centralizado e oferecer diversos serviços inexistentes nos demais municípios, atrai muitas pessoas que procuram o centro financeiro para comprar, vender e negociar os mais variados assuntos comerciais e burocráticos.
Para chegar a este resultado na década de 70 a cidade ganha mais um setor o de desenvolvimento cientifico e mais tarde o turismo cultural arqueológico, iniciou-se na região as pesquisas arqueológicas, aos cuidados da Arqueologa Drª Niede Guidon que veio com o propósito em conhecer as pinturas rupestres em que foi informada. Na comunidade poucos sabiam informar sobre o assunto, por ficar distante em matas fechadas e serras altas, poucos eram os que tinham acesso conheciam e reconheciam as pinturas como registros humanos acreditavam-se que tudo aquilo fosse da própria natureza, e em alguns casos coisa de "caboclo velho". As tocas eram utilizadas por caçadores e maniçobeiros que usavam como abrigo e acabam por interferir indevidamente nos registros ali presente.
Ao longo dos anos as pesquisas foram aumentado e a necessidade de expandir, tornar um patrimônio público pertencente à nação era necessário. Em 1979 foi criado o Parque Nacional Serra da Capivara o que determinaria a sua preservação, conservação e salvaguarda. O desenvolvimento da cidade foi expandido juntamente com a necessidade de preservação do Patrimônio Cultural.

O Parque Nacional Serra da Capivara e o turismo arqueológico cultural
O Parque Nacional Serra da Capivara desde sua criação em 1979 enfrenta crises de manutenção e salvaguarda uma vez que sua auto-sustentabilidade não o torna suficiente, devido ao difícil acesso ao turista, os únicos acessos é pelo aeroporto de Petrolina cidade Pernambucana com vôos regulares distante a 340 km, ou pela capital do Estado a 530 km via ônibus, o aeroporto internacional de São Raimundo Nonato mais de 10 anos está em fase de conclusão. A infra-estrutura do Parque é exemplar é uma das melhores do mundo o que gera expectativas no turismo arqueológico cultural como fonte de manutenção do patrimônio da humanidade, e tem capacidade de atender 3 milhões de turista ao ano. Com uma área de 129.140 há, com mais de 1000 sítios arqueológicos catalogados e ainda há áreas não exploradas, o nicho de turistas recebidos ainda não é o suficiente para tal demanda.
O turismo arqueológico cultural seria uma das vias onde poderia gerir sua sustentabilidade de manutenção, no entanto ainda enfrenta suas precariedades, há um nicho de turista anualmente na serra da Capivara, ainda não o suficiente para gerar recursos da manutenção de toda essa estrutura. Entre todos esses fatores falta toda a estrutura de hotéis restaurantes na cidade para um melhor conforto na hospedagem e no atendimento ao turista e cursos de aperfeiçoamento e capacitação, formação da comunidade local em diversos setores.
Em alguns casos a própria Fundação buscou suprir essa necessidade ou pelo menos despertar ao poder publico em buscar investimentos na área e como agir diante da situação, começando por um investimento na educação das crianças, adolescentes e jovens, o futuro da região, com escolas em tempo integral, cursos de condutores de visitantes, congressos, seminários, palestras onde busca inserir a comunidade nesse roteiro de conhecimento cientifico, arqueológico, turístico e cultural.

Educação patrimonial no Parque Nacional Serra da Capivara

Analisando a riqueza do patrimônio cultural e natural do Parque Nacional Serra da Capivara, cabe-se dizer, para que haja consciência, valorização e conservação são necessárias conhecer e reconhecer sua importância no contexto cultural em que o individuo esta inserido.
Para chegar a esse resultado, deve-se percorrer o caminho do reconhecimento, aproximação e exploração dos conceitos mais básicos da nossa existência e da existência do patrimônio em questão.
Para este resultado, apresenta-se a Educação Patrimonial como experiências realizadas no Parque Nacional Serra da capivara entre tantas ações, cabe aqui destacar, uma que teve seus resultados entre 2008 e 2010, surgindo de um grupo de adolescentes que estavam inseridos em um cotidiano em prol da apropriação consciente da serra da Capivara, da divulgação, exploração e acessibilidade dos jovens em um circuito de conhecimento e troca de linguagem acessível a sua geração.
Segundo o roteiro de discussões e debates "Guia de Educação Patrimonial" elaborado pelo IPHAN (1999), a educação patrimonial define-se como um "instrumento de alfabetização cultural", foi dentro dessa perspectiva onde os adolescentes foram instigados a focar o campo da educação patrimonial na Serra da Capivara por meio de um olhar alfabetizador, sensibilizador para as crianças e adolescentes das escolas públicas onde eles participavam, sendo assim surgiu o Clube dos Defensores da Arte Rupestre do Piauí (CDAR-PI), o intuito em buscar novos estudantes sensibilizados com a diversidade cultural da Serra da Capivara e todo o Piauí. Criando um jingle entre os mesmos, através de visitas exploratórias, aos sítios arqueológicos, visitas monitoradas, palestras, discussões de textos científicos e dinâmicos culturais entre os integrantes do clube e os demais expandiam para as escolas públicas do município.
Neste contexto, pode-se afirmar que para, fortalecer esta idéia o dialogo permanente deve ser continuo, sendo possível a troca de informações, a compreensão e interação do individuo os diversos segmentos do estudo do patrimônio e da relação humana.

Considerações finais
Este estudo discutiu o Parque Nacional Serra da Capivara como foco das indagações aos demais temas abordado, que vem desde o não conhecimento e reconhecimento dos Sítios arqueológicos com pinturas rupestres dos moradores da região antes da criação do Parque como também a sua criação a mais de trinta anos, ainda há gente na comunidade que não conhece.
Constatou-se que as constantes crises aos longos dos anos para sua manutenção apresentam diversas limitações, por não possuir recursos destinados para esses fins, acaba acarretando e limitando as atividades de manutenção e conservação, bem como a falta de uma consciência cultural pelas comunidades vizinhas em respeito e cuidado pela área ainda continua forte na região.
Desse modo, torna-se desafiador a continuidade de ações onde possa integra esses indivíduos ao processo de gestão integrada e participativa, que oportunize a melhoria da qualidade de vida da população local na construção de uma visão e memória coletiva do Patrimônio da Serra da Capivara. Não necessariamente cabe apenas aos responsáveis interinstitucionais envolvidos buscarem meios para preservação da área, pois não se trata de um mero cenário, ou espetáculo e sim de uma herança para as futuras gerações, lembrando que não pertence apenas a região ou estado ultrapassa as fronteiras nacionais, sendo assim deve haver uma responsabilidade do poder publico para com o Patrimônio Mundial.


enquanto estudos comprovam que uma vês investido recursos que possam estabelecer uma continuidade resolveria os problemas de crise anual. Como por exemplo: verbas destinadas no orçamento da união para manutenção de áreas do governo reconhecidas como patrimônio mundial. Ou pelo menos um investimento na infraestrutura do município de responsabilidade, como é o caso da conclusão do aeroporto internacional.


Referencias
CARVALHO, Simone Marcela de; LUINDIA,Luiza Elayne Azevedo; AGUIAR Lileane Praia Portela de: O Desafio da Educação Patrimonial Arqueológica como base para uma Consciência Cultural e Turística; Revista Eletrônica Aboré- Publicação da Escola Superior de Artes e Turismo Manaus. Ed. 2010.
BUCO, Cristiane de Andrade; Preservação e Diagnostico do Patrimonio Arqueológico da área do Entorno do Parque Nacional Serra da Capivara.
WWW.ibge.gov.br/ cidades; histórico de São Raimundo Nonato, acessado em 22/07/2011.
HORTA, Maria de Lourdes parreiras; GRUNBERG Evelina, MONTEIRO Adriane Queiroz Monteiro Guia Básico de educação patrimonial; - Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, Museu Imperial. 1999.

Autor: Marlene Dos Santos Costa


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