A empresa aurífera ? Séc. XVIII



Numa sociedade escravista, os principais protagonistas eram os escravos, os homens livres e pobres. Nas mãos deles passaram o ouro e as pedras preciosas que alimentaram as finanças de Portugal, e enriqueceu os agentes administrativos ligados a Coroa no Brasil.
Se toda a riqueza, que alimentou as finanças de Portugal e de seus agentes administrativos no Brasil, passou nas mãos dos homens livres e pobres, porque esses não enriqueceram?
Por causa da opressão do fisco e das leis que defendiam os interesses da Coroa e dos potentados locais. Para mostrar para população que a sociedade era justa e igualitária, foram realizadas algumas festividades religiosas na Capitania de Minas.
A preparação para as festas eram enormes, as cidades eram luxuosamente enfeitadas e decoradas para as festividades religiosas. As Câmaras da Metrópole e as da Colônia esbanjavam dinheiro nessas festas religiosas e acabavam ficando sem dinheiro, para os gastos como conservação de estradas, melhoria da condição de vida para a população e outras coisas mais.
Os anseios religiosos nestas festas passavam longe, pois, eram nelas que as populações da cidade se encontravam e se comunicavam, pois, era o grande divertimento das pessoas. O anseio religioso, não existia, o que era festejado na verdade era o êxito da empresa aurífera. Como que se naquele momento, todos tinham ao alcance o metal precioso, o ouro. Durante as festas religiosas, caía no esquecimento, às diferenças e os conflitos sociais.
A imagem de uma sociedade rica e cheia de bens, manipulada pela pompa das festas barrocas, era na verdade uma forma de esconder a pobreza e a fome que assolava a sociedade mineradora. Pois as condições de fazer fortuna, com a capitação do metal precioso, era quase impossível. Isso porque, o fisco, a tributação sobre os escravos, a compra e manutenção da escravaria, os gastos não quantificáveis, isso tudo, no final das contas o saldo, era sempre negativo. Quanto mais, a produção do ouro aumentava mais lucro era extraído, pela Coroa através do sistema fiscal. Como diz o dito popular: "O de cima sobe e o de baixo desce". Então a aparência de riqueza, luxo e ostentação das festas barrocas eram para esconder a pobreza que estava por trás de um ouro que na verdade só existia para a Coroa e para os agentes administrativos no Brasil.
Na verdade nada escapava do sistema fiscal colonial, que por meio do fisco, tributação sobre escravos e outras coisas mais, era a maneira que a Coroa tinha para retirar o ouro, da capitania. Gerando assim uma maior pobreza, impossibilitando o colono, de comprar escravos, numa sociedade escravista e isso movia ainda mais a pobreza e a decadência da sociedade mineira. Fazendo com que algumas pessoas abandonassem as Minas, em busca da agricultura em outras capitanias.
A maior vitima do sistema fiscal da Coroa, foi o filho das Minas, pois eles ficaram, sem nada de seu, ouro e diamantes, que foi chupado pela esponja portuguesa. Deixando-os assim, na miséria, famintos e na decadência. A fome, miséria e a decadência é igual ao aumento do desnível de condições de vida dos homens.

Autor: Carlos Eduardo Moura Valiante


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