O Samba-reggae Na Tessitura Interdiscursiva



A compreensão de um texto vai além do simples conhecimento lingüístico compartilhado pelos interlocutores, ou seja, para se lê e compreender é preciso que haja uma série de estratégias tanto no espaço lingüístico como também no espaço cognitivo/discurso. É importante levantar situações e formular hipóteses para preencher os espaços vazios que o texto apresenta e com isso participar de forma ativa da construção do sentido. (Koch, 2006).

Essa participação é sinalizada a partir do momento em que o exercício da leitura possibilita atribuir mais sentido ao texto. Além disso, a leitura faz emergir a "biblioteca de mundo", que consiste em comparar o que se está lendo, com sua experiência de vida, com o seu mundo de conhecimentos. O leitor ativo trabalha com hipóteses e vai testando-as.

Em "Leitura, Perspectivas Interdisciplinares", Magda Soares (1991) reflete sobre o ato de ler como um processo de natureza social, vinculado às condições de comunicação e destaca a importância das condições de acesso à leitura e às suas condições de produção.

Saber localizar o texto no espaço e no tempo fica mais fácil ao relacionar-se com outros textos já conhecidos. Com isso, o presente trabalho busca relacionar a letra da música Sol da Liberdade com outros textos: o Hino Nacional escrito por Joaquim Osório D. Estrada; o Hino à Independência, do poeta e político Evaristo F. da Veiga; e a Canção do Exílio, do poeta Gonçalves Dias, que foi amplamente recriada e parodiada por diversos escritores e poetas.

A música baiana, dentro do gênero samba-reggae, ao longo de sua história, foi sempre vista de soslaio pela crítica especializada. Tida como uma manifestação de pouco valor intelectual e artístico, suas inferências, o mais das vezes, são formuladas por um viés pejorativo, nominando-a como uma balbúrdia de sons e versos desgastados e repetitivos. Embora não seja a "defesa" desse gênero a força motriz do nosso trabalho, é importante salientar que tais acepções se dão pelo gosto da humanidade em generalizar um movimento, um grupo, uma cultura... Desse modo, ao focalizar o gênero com olhares mais cismadores, notaremos que há diversas composições cujo lirismo e poesia as fazem dignas de pertencer ao cânone da Música Popular Brasileira.

Ainda que levemos em consideração a assertiva acima, é preciso pontuar que todo discurso é passível de interpretação. Esta premissa permite estabelecer que não há discurso imune à participação significativa (aqui com a idéia de dar sentido a) do outro. A fim de entendermos como se manifestam as vozes discursivas dentro do contorno evidenciado, buscamos na Análise do Discurso de linha francesa os aportes teóricos necessários para consubstanciar o trabalho. Não sendo possível analisar um grande número de composições neste texto, escolhemos a música Sol da Liberdade da cantora baiana Daniela Mercury, uma vez que esse discurso, como já apontado, permite evidenciar elementos constitutivos e significativos da Análise do Discurso.

Para que se compreenda as considerações feitas a partir da materialidade lingüística apresentada, faz-se pertinente sublinhar o conceito de discurso. O discurso, objeto de estudo da ciência em questão, é um sentido que mantém circulações de sentido com a historicidade do locutor, a História e seu lugar no mundo; possui como suporte de materialização a língua. No dizer de Possenti (2002):

É pela "exploração" de certas características da língua que a discursividade se materializa (...) o discurso se constitui pelo trabalho com e sobre os recursos de expressão, que produzem determinados efeitos de sentido em correlação com posições e condições de produções específicas. Freqüentemente, se não sempre, esta investidura dos recursos de expressão não é clara para o locutor ou para o ouvinte/leitor – quer dizer, os interlocutores podem não ter acesso consciente às manobras que executam e aos efeitos que assim (se) produzem.

Toda vez que tomamos uma posição diante de algo no mundo nos tornamos sujeitos. As considerações configuradas a partir dessa atitude promoverão o significado dos discursos a que estamos inseridos, ao passo que evidencia a nossa participação no mundo. É válido dispor que o sujeito na AD não é uma entidade autônoma que atua de maneira caprichosa. Ele é uma voz perpassada por outras vozes e ideologias. Ao tornar material o seu discurso, esse se apresentará de forma a pontuar os resultados da relação com a linguagem e a história, seja no âmbito particular, seja no âmbito social.

No jogo de relações no qual o sujeito locutor é forjado, estão as condições de produção discursivas e a memória discursiva ou interdiscurso que propiciarão a compreensão para além da superfície do texto, ainda que essa última forneça as marcas lingüísticasque contribui à identificação da posição discursiva. Em Orlandi (2005) o interdiscurso é "aquilo que fala antes, em outro lugar, independentemente. (...) o saber discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do pré-construída, o já-dito que está na base do dizível".Em outras palavras, não há um dizer puro, embora se pense existir. Todo dizer nasce pré-moldado, refletindo as relações do sujeito.

Vejamos como isso se percebe efetivamente em Sol da Liberdade.

Da cenografia

Eu: o sujeito do texto é Daniela Mercury, cantora e compositora baiana nascida a 28 de julho de 1965. De família de classe média, desde os 16 anos ela se aventura na carreira musical. Sua proposta de trabalho tem uma enorme identificação com a cultura negra de Salvador, aliada a misturas rítmicas que vai do samba de roda à música techno. Quer pela força expressiva da percussão na Bahia, quer pelas composições eleitas na sua discografia, fato é que não há em sua historicidade jejuns significativos no que concerne à apropriação da imagem da Bahia e do negro; ora visto como vilão, ora como a representatividade ideológica da força e da sensualidade. Uma das precursoras do samba-reggae, ritmo que tem como eco de propulsão os blocos afros das periferias soteropolitanas, mantém uma carreira internacional estável e na contramão de outros artistas do gênero, faz diversas parcerias com artistas consagrados do Brasil e de outros países.A cantora e cidadã Daniela Mercury representa diversas organizações sociais, além disso atua como embaixadora do UNICEF e da Fundação Ayrton Senna.

Tu: são os fãs e admiradores da cantora. Um aporte que se faz necessário é a constituição dos seus seguidores. Como numa verdadeira miscigenação, são eles de todas as classes e níveis intelectuais, revelando discursos formadores de opinião. Os pontos de encontro virtuais que acontecem são, para além de troca de experiências sutis entre fãs, espaços marcados por discussões fundamentadas e abrangem as relações de sentidos provocadas pela historicidade da cantora.

Aqui: é Salvador, porém abarcando a idéia do nacional: o Brasil.

Agora: Brasil do final do século XX. O CD por cuja canção nos interessa foi produzido entre o final do ano de 1999 e início de 2000. O Brasil está à beira de completar 500 anos e diversas manifestações culturais se enquadram para comemorar a data histórica. O governo federal promove eventos festivos em todo o país, culminado numa grande confraternização cultural na cidade de Porto Seguro, oficialmente conhecida como o berço do Brasil. Dentre as manifestações, não foram poucos os compositores populares na música que se propuseram a homenagear o Brasil. Carlinhos Brown compôs a música Cidade Voa que forja um discurso em homenagem ao país e aos 450 anos da cidade de Salvador – a cidade linda de vê! Gabriel, o Pensador também aciona sua memória discursiva em Brasil 500 anos, refletindo as glórias e inglórias nos cinco séculos de descoberta legal e Daniela Mercury que lança o CD Sol da Liberdade com composições de Caetano Veloso, Lenine e Dudu Falcão e participação vocal de Milton Nascimento na faixa que dá nome ao CD, entre outros.

Efeitos de sentido: um intento

Tentaremos identificar a posição discursiva do sujeito na canção. Para tanto, far-se-á necessário que recorramos às marcas deixadas por ele na superfície do texto.

A materialidade em questão (Sol da Liberdade) já traz no título a alusão à energia atrelada à idéia do gozo dos direitos do homem livre. Primeiro pela escolha do substantivo sol, simbolicamente constituído como fonte de poder e vida, segundo pelo uso doadjetivo liberdade. Levando em conta o caráter intertextual do discurso, nota-se que o enunciado faz referência ao Hino Nacional Brasileiro, cuja comunhão também se dá no caráter semântico. A voz interdiscursiva apresenta-se a partir do simbólico "liberdade". Enquanto o sujeito discursivo Joaquim Osório Duque Estrada, autor do Hino, apresenta a liberdade como corolário da Independência Política do Brasil, já que através dela o páis poderia tomar suas próprias decisões, em Daniela Mercury, essa representação dá-se com filiações de sentido referente à jovialidade do país. A referência é notada com uso do substantivo criança, precedido do operador argumentativo (ainda).

O ainda sou criança apresenta-se também como implícito. A linguagem não diz abertamentene, apenas salienta de forma involutária no campo do subtendido. São as "manobras estílisticas", como define Ducrot (1987). Esse enunciado outorga o direito ao país de ser livre, de se representar como ele mesmo se entende – uma espécie de auto-reflexão genérica que deixa implícito a possibilidade do erro, da tentativa, uma vez que está salvaguardado pela inexperiência e ausência de consequencias, comum à fase.

Enveredando ainda na linha da intertextualidade, o texto nos fornece outras vozes oriundas de Hinos Brasileiros: Ao penhor dessa igualdade/ Nosso povo que se esbalde/ Em teu samba retumbante Brava gente brasileira/ Gente boa que se preze/ Nossa Terra tem palmeiras/ Onde reina o samba-reggae.

No início da estrofe, o intertexto explícito retoma o Hino Nacional. O jogo polissêmico em circulação dá-se agora com a palavra igualdade. O que ecoa no Hino é a igualdade conquistada "com o braço forte". O Brasil em pé de igualdade com nações independentes. No tocante a Sol da Liberdade, essa igualdade já aparece reformulada. Há uma nota condutora que remete ao carnaval baiano e o seu possível caldeirão de igualdade, sobretudo, quando da utilização do imperativo esbalde. Quem retumba é o samba na igualdade racial e econômica do carnaval (supostamente), não o brado heróico de um povo. Com o intuito de legitimar o discurso, a autora adota a homologia dos hinos. Essa estratégia respalda seu intento, já que, através de sua memória discursiva, encontrará ecos, utilizando-se de interdiscursos reconhecidos no imaginário coletivo brasileiro. Ao citar brava gente brasileira do Hino à Independência, o sujeito discursivo usa o trocadilho brava gente/gente boa num jogo de palavras que configura um tipo ruptura no sistema de significação, apontado, conforme Orlandi (2001), como processo polissêmico.

Um dos maiores fenômenos de intertextualidade das culturas brasileira e portuguesa, é a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. De Casemiro de Abreu a Ferreira Gullar, são diversos os artistas que se serviram da fecunda musa gonçalviana para imprimir seus jogos polissêmicos e interdiscursivos. Daniela, não foge à guisa, reformula a Canção lançando mão do ritmo popular de onde surgiu e pelo o qual luta para torná-lo universal e identitariamente brasileiro. Assim o sabiá que reinava soberano em 1846, é substituído, sem ressalvas, pelo samba-reggae.

O Hino Nacional ainda servirá de argumento para aclamar entusiasticamente o Brasil. Salve, Salve meu país, Salve, Salve Mátria (Pátria) minha/ E a nossa amada batu, batu, batucada/ Idolatrada batu, batu, batucada. Aqui a polissemia insere-se no jogo de palavras Mátria/Pátria. Há o intertexto com o Pe Antonio Vieira que cunhou arbitrariamente a substituição do termo Pátria por Mátria, numa clara ovação ao feminino. Ao contrário do Hino, quem é amada e idolatrada é a batucada. A ideologia é marcada pela busca de conceber a identidade nacional, via movimentos rítmicos. O lugar de onde a autora fala é o de cantora e defensora da manifestação.

A polimorfia dos ritmos fica clarividente no enunciado: Somos notas, soltas notas/ A compor a melodia/ Vinda das praças/ Vinda das massas/ Vinda de onde não se ouvia. As notas soltas são o universo heterogêneo de elementos rítmicos que se misturam aos sons regionais – a musicalidade do gênero. Esse movimento interacional não revela uma troca com esferas de status. É a troca a partir de vozes massivas, cujos ecos não se ouviam. Considerando a ideologia presente, é possível inferir a tentativa de afirmação dessas vozes. Sua existência e relevância no contorno do multiculturalismo.

O sujeito discursivo levanta outros interdiscursos para legitimar a proposta. Outras manifestações musicais são chamadas: Do mangue beat de Recife que resiste/ Do rap que repete a violência/ Do Parintins que o Índio existe/ Pops como o pecado/ Pops como o pecado. Os movimentos fazem parte da realidade de três eixos nacionais: Recife, Rio de Janeiro e Região Norte e desenham um quadro genérico de manifestações marginais, mas que são tão comuns e populares como o pecado.

A perspectiva religiosa é tomada na proposta da heterogeneidade discursiva: O povo reza pra Deus ajudar/ O povo canta seus hinos. A crença, tão nacional, aciona o enunciado conclusivo O povo canta seus hinos (Quem canta seus males espanta). A heterogeneidade discursiva se manifesta por apresentar o discurso religioso e o discurso da sabedoria popular.

O povo vai aprender a falar/ É flor em seu solo se abrindo/ Com a nossa pouca idade/ Com a nossa alegria/ Sob sol da liberdade/ Neste instante, neste dia. Uma das características desse espaço discursivo é o pressuposto. A proposição enunciada no início nos leva a entender que o povo não fala. Mas não é a ausência da competência lingüística que está sendo forjada; é a ausência da consciência cidadã. Ao povo falta a capacidade de saber se expressar socialmente, em outras palavras, fazer-se ser ouvido e agir com postura crítica. A possibilidade que autora dispõe com vai aprender configura a esperança, metaforizada com a flor em seu solo se abrindo. Seu discurso, ideologicamente, acentua um devir de maior entusiasmo e (r)evolução ao Brasil, unindo a pouca idade, a alegria e a liberdade.

Das possíveis conclusões

A localização do agente social (autor) no lugar de onde fala e sua capacidade relativa de produzir e impor sentidos, segundo sua posição no sistema de relações, permite, compreender de uma maneira mais clara e precisa as práticas sociais, e, entre elas, as discursivas como resultado de opções realizadas pelo agente social no campo das possibilidades e limitações próprias de seu lugar no mundo. Dessa forma, absorve-se a relevância de se apropriar dos elementos da Análise do Discurso para melhor compreender o lugar do outro e sua voz.

O trabalho em destaque tentou analisar a forma como os discursos presentes na memória discursiva da autora são reorganizados e re-significados. A heterogeneidade discursiva apontada amplia suas legitimações, uma vez que se encontrarão ecos consociáveis nas memórias social e cultural. Do intertexto patriótico ao da sabedoria popular, as relações de sentido são circuladas no objeto simbólico de modo a evidenciar uma formação discursiva que garante a relação com um sujeito sobre o qual orbita uma conjuntura sócio-historica calcada no imaginário de uma Terra jovem, Alegre, multicultural e religiosa – uma espécie de samba-reggae-exaltação. Porém, cumpre esclarecer que não se perde a criticidade no que tange a alguns estigmas sociais. A alegria existe, mas não é realidade absoluta.

O intento analítico não pretende ser único nem tão pouco fechado. Os enunciados estão abertos a novas compreensões e re-signficações. Se retomarmos o enunciado em outro momento e/ou sob diferentes perspectivas, hão de surgir novos efeitos, novos sentidos. "Uma análise não é igual a outra porque mobiliza conceitos diferentes e isso tem resultados cruciais na descrição dos matérias," afirma Orlandi (2001). Portanto, nesse entrecruzar de vozes, ficam as construções que, por ora, refletem nossa historicidade e conhecimento de mundo.


Referências

BROWN, Carlinhos. Timbalada. Intérprete: Carlinhos Brown. In: Timbalismo.Cidade Voa. SONY. p. 2001.1 CD. faixa4.

CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENAU, Dominique. Dicionário de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2004.

DANIELA Mercury. Site oficial. Disponível em: <http://www.danielamercury.art.br/>. Acesso em: 25set2007.

DUCROT, Osvald. O dizer e o dito. Campinas, Pontes, 1987

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1996.

________. Análise do Discurso: princípios e procedimentos. 6. ed. São Paulo: Pontes, 2005.

GUERREIRO, Goli. A trama dos tambores: a música afro-pop de Salvador.São Paulo: Ed. 34, 2000.

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 17. ed. São Paulo: Contexto, 2006. 118 p.

MERCURY, Daniela. Sol da liberdade. Intérprete: Daniela Mercury. In: Sol da Liberdade. BMG. p. 2000. 1 CD. faixa 7.

O PENSADOR, Gabriel. Brasil 500 anos.

ORLANDI, Eni P. Análise do discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 1999. Contexto, 2004. .

________.Discurso e leitura.2. ed. São Paulo: Cortez; Campinas: UNICAMP, 1993. 118p.

________.Sujeito e Discurso. São Paulo: Editora da PUC-SP (Série Cadernos PUC – 31).1988.

________.Sujeito, história e linguagem. In: Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 2001. p 25-55.

PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso. In: Gadet e Hak (orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas, SP: Unicamp, 1990.

POSSENTI, Sírio. Os limites do discurso. Curitiba: Criar, 2002.


ANEXO


ANEXO A

Sol da Liberdade


Daniela Mercury
Ed. Páginas do Mar (BMG Pub. Brasil)



SOB O SOL DA LIBERDADE
LIBERDADE EM QUE SE DANÇA
SOB O SOL DA LIBERDADE
AINDA SOU CRIANÇA

AO PENHOR DESSA IGUALDADE
NOSSO POVO QUE SE ESBALDE
EM TEU SAMBA RETUBANTE

BRAVA GENTE BRASILEIRA
GENTE BOA QUE SE PREZE
NOSSA TERRA TEM PALMEIRA
ONDE REINA O SAMBA REGGAE

SAMBRA REGGAE REI
SAMBA REGGAE

SALVE SALVE MEU PAÍS
SALVE SALVE MATRAIS (PÁTRIA) MINHA
E A NOSSA AMADA BATU, BATU, ABTUCADA
IDOLATRADA BATU, BATU, BATUCADA

SOMOS NOTAS SOLTAS NOTAS
A COMPOR A MELODIA
VINDA DAS PRAÇAS VINDA DAS MASSAS
VINDA DE ONDE NÃO SE OUVIA

DO MANGUE BEAT DE RECIFE QUE RESISTE
DO RAP QUE REPETE A VIOLÊNCIA
DO PARINNTINS QUE O ÍNDIO EXISTE

POPS COMO PECADO
POPS COMO PECADO

AGORA OLHE PRO CÉU
VEJA COMO ELE ESTÁ LINDO
TA LINDO...
PRO CÉU, PRO CÉU, PRO CÉU, PRO CÉU

SOB O SOL DA LIBERDADE
LIBERDADE EM QUE SE DANÇA
SOB O SOL DA LIBERDADE
AINDA SOU CRIANÇA

O POVO REZA PRA DEUS AJUDAR
O POVO CANTA SEUS HINOS
O POVO VAI APRENDER A FALAR
E FLOR EM TEU SOLO SE ABRINDO

COM A NOSSA POUCA IDADE
COM A NOSSA ALEGRIA
SOB O SOL DA LIBERDADE
NESSE INSTANTE, NESSE DIA
NESSE DIA

SOB O SOL DA LIBERDADE
A BRILHAR NO CÉU DA PÁTRIA
NESTE DIA, NESTE DIA



Autor: Tiago Farias


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