LEVANTAMENTO ETIOLÓGICO E EPIDEMIOLÓGICO DO TRAUMA NO MUNICÍPIO DE BARBACENA-MG



LEVANTAMENTO ETIOLÓGICO E EPIDEMIOLÓGICO DO TRAUMA NO MUNICÍPIO DE BARBACENA-MG, ATENDIDO JUNTO AO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BARBACENA NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2006 À DEZEMBRO DE 2006.


FERREIRA, Fernando Castagna;


RESUMO

O presente estudo analisa as informações de um levantamento epidemiológico sobre o índice de traumas no município de Barbacena tendo como base à análise de dados das fichas de atendimento ambulatoriais do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Barbacena-MG, sendo evidenciados o sexo, a faixa etária, os tipos de traumas ocorridos e a etiologia pelo qual foi ocasionado o trauma, no período de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2006. Esta abordagem constituirá um bom auxiliar para o esclarecimento do número aproximado de traumas decorridos na região, as enfermidades apresentadas e seus possíveis métodos de prevenção.

Método: Estudo descritivo e transversal. A coleta dos dados foi feita em abril de 2007 e foram utilizados as fichas de atendimentos da SCMB-MG . Os dados foram tabulados pelo programa Microsoft
Excel.

Palavras-chave: Epidemiologia, traumatismos, idoso, Barbacena-MG.

ABSTRACT

This study analyzes the information from a survey on the level of trauma in the town of Batley based on analysis of data from outpatient medical records of the Hospital Santa Casa de Misericordia of Barbacena-MG, as evidenced gender, age group, types of traumas and etiology which was caused by trauma, from January 2006 to December 2006. This approach will be a good help to clarify the approximate number of trauma in the region after the diseases presented and possible methods of prevention.

Method: Descriptive and transversal. Data collection was performed in April 2007 and were used the medical records of SCMB-MG. Data were tabulated with Microsoft program
Excel.

Keywords: Epidemiology, injuries, elderly, Barbacena-MG.


INTRODUÇÃO

A história do trauma é uma conseqüência da evolução humana, podendo ser titulado como uma negligência do mundo moderno. Um exemplo claro disso são os investimentos feitos visando seu controle (prevenção e tratamento) são inversamente proporcionais à rápida progressão da violência e dos mais diferentes tipos de trauma.
Apenas no final da década de 1940, os pioneiros do estudo do trauma demonstraram que apesar dos resultados obviamente diferentes a doença e o trauma se comportam de modo similar. Ambos requerem a presença dos três elementos da tríade epidemiológica e por isso ambos são tratados como tal.
Os seguintes itens devem interagir para que uma doença ocorra: (1) um agente que causa a doença; (2) um "hospedeiro" no qual o agente possa residir; (3) um ambiente apropriado no qual o agente e o hospedeiro possam interagir.
O trauma é proveniente da ação de agentes etiológicos conhecidos, exige atitude e procedimentos terapêuticos específicos, e, acima de tudo por ser evitável. A ampla variabilidade de causas de trauma representa inicialmente um grande obstáculo no estudo e na sua prevenção. Ele é uma das principais causas de morte no País, sendo que nas regiões sul e sudeste, onde o número de pessoas com mais idade é maior ele ocupa o terceiro lugar entre as causas de morbidade e mortalidade precedida apenas pelas doenças cardiovasculares e neoplasias malignas. Este fato confirma-se, pois o número de caso de trauma em pessoas acima de cinqüenta anos é grande na qual confirma-se o estudo presente.




FISIOPATOLOGIA DO TRAUMA
O termo "traumatismo" refere-se às consequências locais e gerais do trauma para a estrutura e o funcionamento do organismo.
Resposta metabólica com as fases compensatória e restabilização
Fase compensatória
Esta fase ocorre imediatamente após o trauma, perdurando entre 24 e 48 horas. Na fase de compensatória da resposta metabólica ao trauma, caracterizada pelo choque* (Fase pré-reanimação), ocorre hipometabolísmo, hipotermia, diminuição das necessidades calóricas, produção normal de glicose, catabolismo proteico leve, hiperglicemia, catecolaminas aumentadas, insulina baixa, glucagon elevado, débito cardíaco baixo, perfusão tecidual deficiente.
Estes fenômenos ocorrem como mecanismo de proteção do organismo durante o período de instabilidade hemodinâmica, sobre tudo pela diminuição da taxa em resposta ao choque denomina-se fase compensatória.

Fase de restabilização.
Nesta fase já ocorreu a estabilidade hemodinâmica (cerca de 24 a 48 horas após o trauma), e a fase é hipermetabólica (Fase de recuperação), com aumento da temperatura corpórea, aumento das necessidades calóricas, produção aumentada da glicose, catabolismo proteico acentuado, catecolaminas normais ou aumentadas, glicocorticoides normais ou aumentados, insulina elevada, glucagon normal ou elevado, débito cardíaco elevado, perfusão tecidual normal, paciente aquecido e extremidades aquecidas.

Esta fase se divide em: fase aguda e fase adaptativa.
Na fase aguda predomina o catabolismo. Os hormônios relacionados ao stress catabólico, glicocorticoides, glucagon e catecolaminas associam-se a mediadores como citosinas e eicosanoides.
Os mediadores da fase de restabilização (fase aguda) são as citosinas e os eicosanoides.
As citosinas (IL ? interleucinas e TNF- fator de necrose tumoral) são polipeptídios que produzem efeito parácrino, ou seja, suas ações ocorrem no tecido onde estão sendo produzidos. Agem na modulação aguda da função imunológica, modulação da resposta circulatória ao estresse e produção de óxido nítrico.
Os eicosanóides são de diversos tipos, com locais diferentes de produção e diversas ações:
TXA2 (Tromboxane A2) ? Produzido nas plaquetas, com ação vasoconstritora e de agregação plaquetária.
PGI2 (prostaglandina I2) ? Produzido no endotélio vascular, age na vasodilatação e inibe a agregação plaquetária.
PGD2 (prostaglandina D2) ? Produzido no mastócito, atua na vasodilatação e broncoconstrição.
PGE2 (prostaglandina E2) ? Produzido no macrófago e leucócito, atua vasodilatando, broncodilatando e aumentando a permeabilidade vascular.
PGF2alfa (prostaglandina F2alfa) ? Produzido na musculatura lisa pulmonar e do útero, tem ação vasoconstritora.
LTB4 (leucotrieno B4) ? Produzido por plaquetas age na agregação plaquetária.

Resposta Neuroendócrina
Há estimulação do sistema simpático, cursando com aumento da epinefrina e norepinefrina na medular adrenal e terminações simpáticas, que vão atuar no metabolísmo dos hidratos de carbono, lipídios e proteínas.

Resposta citocínica
Esta resposta ocorre quando as glicoproteínas produzidas por células imunes sistêmicas e têm ação parácrina, potencializando a resposta inflamatória. Contudo, a produção crônica de citocinas leva a gasto muscular e até caquexia (desnutrição gravíssima).
No período adaptativo da resposta metabólica ao trauma o tecido muscular entra em catabolismo e fornece os aminoácidos para a gliconeogênese e a síntese hepática de proteínas. A excreção uréica de nitrogênio cresce de acordo com a severidade do trauma, e há perda de massa corporal e desnutrição. Consequentemente, ocorre perda da força orgânica e imunossupressão, gerando maior número de complicações e maior tempo de hospitalização.



MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado na Santa Casa de Misericórdia de Barbacena, sendo realizada avaliação retrospectiva de todos as fichas de atendimento ambulatorial no período de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2006.
Foram analisados: sexo, faixa etária, tipos de traumas e etiologia do trauma. A faixa etária foi dividida em: 0 a 5 anos, 6 a 10 anos, 11 a 15 anos, 16 a 20 anos, 21 a 25 anos, 26 a 30 anos, 31 a 35 anos, 36 a 40 anos, 41 a 45 anos, 46 a 50 anos e acima de 60 anos.
Os tipos de trauma foram divididos em: ferimento corto-contuso (FCC), trauma abdominal, trauma crânio-encefálico (TCE), trauma músculo-esquelético, trauma raquemedular (TRM), trauma térmico, trauma torácico, politraumatismos e outros (não citados).
A etiologia do trauma foi dividida em: acidente automobilístico, arma branca, arma de fogo, atropelamento, envenenamento, queda, queda de bicicleta, queda de moto, queda de próprio nível, queimadura e outros (não citados).
Para determinar o percentual do sexo, faixa etária, tipos de trauma e a sua etiologia os dados foram rigorosamente organizados, distribuídos em tabelas e realizada fórmula de cálculo da porcentagem.

RESULTADOS

Foram constatados 1661 casos de traumas atendidos no ambulatório da Santa Casa de Misericórdia de Barbacena-MG, o que corresponde a 1,33% da população, considerando que a população total seja de 124.601 habitantes (estatística de 2006).
O sexo masculino apresentou maior incidência (61,5%), enquanto o sexo feminino apresentou apenas (38,5%) como mostra a Tabela 1.
A faixa de etária no sexo masculino de maior freqüência foi a de acima de 60 anos (14,4%), seguida pela de 21 a 25 anos (11,7%), de 26 a 30 anos (11,6%), de 16 a 20 anos (11,2%), de 36 a 40 anos (9,1%), de 31 a 35 anos (8,4%), de 11 a 15 anos (8,3%), de 6 a 10 anos (6,8%), de 46 a 50 anos (6,6%), de 41 a 45 anos (6,3%) e de 0 a 5 anos (5,9%). Observa-se no sexo feminino maior freqüência acima de 60 anos (28,8%), seguida pela de 26 a 30 anos (8,6%), de 16 a 20 anos (8,5%), de 21 a 25 anos (8,3%), de 36 a 40 anos (7,4%), 41 a 45 anos (7,2%), de 31 a 35 anos (6,7%), de 0 a 5 anos (6,6%), de 6 a 10 anos (6,4%), 11 a 15 anos (6,1%) e de 46 a 50 (5,5%). (Tabela 2).
Dentre os tipos de trauma apresentados no sexo masculinos, o de maior incidência foi o trauma de músculo esquelético (37,7%), seguido de politraumatismos (27,9%), TCE (10,9%), FCC (7,4%), outros tipos não citados (7,1%), trauma torácico (3,6%), trauma térmico (2,3%), TRM (2,3%) e trauma abdominal (0,6%). No sexo apresenta-se em maior freqüência o trauma de músculo esquelético (44,1%), seguido por politraumatismos (21,0%), TCE (10,5%), outros (8,5%), FCC (5,8%), trauma torácico (3,9%), trauma térmico (3,8%), TRM (2,3%) e trauma abdominal (0,2%). (Tabela 3)
A maioria dos traumas no sexo masculina ocorreu de razões desconhecidas e/ou não apresentadas (outros) (28,3%), seguido de queda (20%), acidente automobilístico (13,8%), queda de próprio nível (13%), queda de bicicleta (8,8%), acidente com moto (7,6%), atropelamento (3,3%), queimadura (2,3%), arma branca (2,2%), envenenamento (1%) e arma de fogo (0,2%). Da mesma forma que no sexo feminino apresentou como maior incidência etiológica razões desconhecidas e/ou não citadas (outros) (31,6%), seguida de queda do próprio nível (21,8%), queda (21,0%), acidente automobilístico (10,6%), queimadura (4,2%), atropelamento (3,9%), queda de bicicleta (1,9%), arma branca (1,7%), queda de moto (1,4%), envenenamento (1,4%) e arma de fogo (0,2%). (Tabela 4).
O mês de Dezembro apresentou maior numero de casos de trauma (18,6%), seguido do mês de Novembro (15,1%), do mês de Abril (11,0%), do mês de Outubro (9,2%), do mês de Agosto (9,0%), do mês de Janeiro (8,4%), do mês de Fevereiro (7,0%), do mês de Março (5,8%), do mês de Setembro (5,5%), do mês de Julho (4,7%), do mês de Maio (4,2%) e o mês de Junho (1,5%), na soma total de traumas abrangendo os dois sexos como mostra o Gráfico 1.

Sexo Freqüência Percentual
Masculino 1022 61,5%
Feminino 639 38,5%
Total 1661 100%
Tabela 1: Prevalência de trauma entre os sexos






Tabela 2: Prevalência de faixa etária entre os sexos masculino e feminino
Masculino Feminino
Idade Freqüência Percentual Freqüência Percentual
0 a 5 60 5,9% 42 6,6%
6 a 10 70 6,8% 41 6,4%
11 a 15 85 8,3% 39 6,1%
16 a 20 114 11,2% 54 8,5%
21 a 25 120 11,7% 53 8,3%
26 a 30 119 11,6% 55 8,6%
31 a 35 86 8,4% 43 6,7%
36 a 40 93 9,1% 47 7,4%
41 a 45 64 6,3% 46 7,2%
46 a 50 67 6,6% 35 5,5%
> de 60 147 14,4% 184 28,8%
Total 1022 100,0% 639 100,0%

Tabela 3: Prevalência de tipos de trauma entre os sexos masculino e feminino
Masculino Feminino
Tipo Freqüência Percentual Freqüência Percentual
Trauma Torácico 37 3,6% 25 3,9%
Trauma Abdominal 6 0,6% 1 0,2%
TCE 111 10,9% 67 10,5%
TRM 24 2,3% 15 2,3%
T. MM Esquelético 385 37,7% 282 44,1%
Masculino Feminino
Tipo Freqüência Percentual Freqüência Percentual
Trauma Térmico 23 2,3% 24 3,8%
Politrauma 285 27,9% 134 21,0%
FCC 76 7,4% 37 5,8%
Outros 73 7,1% 54 8,5%
Total 1022 100,0% 639 100,0%

Tabela 4: Prevalência etiológica entre os sexos masculino e feminino
Masculino Feminino
Razão Freqüência Percentual Freqüência Percentual
Acidente Automobilístico 141 13,8% 68 10,6%
Arma branca 22 2,2% 11 1,7%
Acidente com moto 78 7,6% 9 1,4%
Arma de fogo 2 0,2% 1 0,2%
Atropelamento 34 3,3% 25 3,9%
Envenenamento 10 1,0% 9 1,4%
Queda 204 20,0% 134 21,0%
Queda de bicicleta 90 8,8% 12 1,9%
Queda de próprio nível 133 13,0% 139 21,8%
Queimadura 23 2,3% 27 4,2%
Outros 289 28,3% 202 31,6%
Total 1022 100,0% 639 100,0%


DISCUSSÃO

Vale ressaltar que o presente estudo mostrou algumas dificuldades relacionadas aos dados na qual não eram especificados claramente os tipos de traumas, bem como a etiologia que o tenha ocasionado, como dificuldade no entendimento da caligrafia, ausência de prontuários anexados às fichas, dentre outros motivos. Em Barbacena não tem nenhum estudo ainda definido de causas e efeitos do trauma, portanto, este trabalho vem buscar uma resposta e solução para este problema que atinge não só este município, mas em todo o país.
O trauma de Músculo esquelético é o mais apresentado em todos os meses, tanto para o sexo masculino (37,7%) quanto para o sexo feminino (44,1%).
A idade na qual mais apresentou o maior índice de trauma foi acima de 60 anos, sendo para o sexo masculino (14,4%) e no sexo feminino (28,8%), sendo que no sexo masculino a etiologia mais acometida foi razões desconhecidas e/ou não citadas (outros) (28,3%), seguida pela queda (20,0%) e no sexo feminino razões desconhecidas e/ou não citadas (outros) (31,6%), mas seguida de queda de próprio nível (21,8%).
O fato que evidencia o grande número de traumas acometidos nessa faixa etária é o processo fundamental de envelhecimento que ocorre no nível celular, refletindo-se em alterações anatômicas e funcionais. A idade avançada geralmente é caracterizada por fragilidade, processo mental mais lento, alterações de funções psicológicas, diminuição de energia, surgimento de doenças crônicas e degenerativas e diminuição da acuidade sensorial.
Prevenções e cuidados de enfermagem.

CONCLUSÃO

É de extrema importância o estudo sobre o trauma na cidade de Barbacena-MG, pois através deste, busca-se medidas preventivas que possam vir a reduzir a morbidade de casos, visando uma melhoria da qualidade de vida da população.
Cabe, a todos os profissionais de saúde, conhecer a variabilidade entre o hospedeiro, o agente e o ambiente para assim promover uma melhor forma de atendimento ao paciente vítima de trauma, sendo que a eficiência das iniciativas de prevenção depende da boa vontade da sociedade na obediência dos métodos preventivos, viabilizando o seu cumprimento, a fim de que seja possível evitar, ao máximo, os traumas.
È necessário que sejam realizadas campanhas educativas abrangendo toda a população, pois a execução coadjuvada produz melhores resultados, portanto, para que se possa obter uma melhor performance, é preciso que haja conscientização da população.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALMEIDA, Daniela Paoli de Almeida; CRESPO Antônio Rogério Proença Tavares, et.al. tradutores. Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado, PHTLS Prehospital Trauma Life Support. 5ª Ed. Editora Elsevier Ltda. Rio de Janeiro, 2004.


2. Dr. Drauzio Varella, http://drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/traumas.asp, acessado em 26 de Maio de 2007.


3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ? IBGE, http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php acessado em 27 de Maio de 2007.


4. TINTINALLI, Judith E.; RUIZ, Ernest; KROME, Ronald L.; Emergências Médicas. 4ª Ed.; Editora MC Graw Hill. Rio de Janeiro, 1996.

5. Oliveira A, Nácul FE ? Insuficiência adrenal em paciente crítico. JBM, 87(2):81-90,2004.
6. Burchard K ? A review of the adrenal cortex and severe inflammation: quest of the "eucorticoid" state. J. Trauma, 51:800-814,2001.


Autor: Fernando Castagna Ferreira


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