A ENCHENTE



No estreito espaço que separava o balcão das prateleiras, Armando andava de um lado para o outro, não escondendo o semblante de preocupação.
Os habitantes das grandes cidades eram assalariados.
Os comerciantes vendiam suas mercadorias, e recebiam o valor das compras a cada início de mês.
Porém com ele a coisa não funcionava assim.
O mesmo vendia sua mercadoria, e recebia como forma de pagamento, na safra de cada produto, sorja, milho e feijão.
Isso quando não ocorria um ou outro imprevisto, como seca, e naquele momento enchente.
Situações desse tipo faziam com que os pequenos agricultores vendessem a mísera quantia que conseguiam colher a outros comerciantes, para assim ajuntar uma soma irrisória em dinheiro, dando-lhe um calote.
O calote decorrente da seca, Armando tinha resistido.
No entanto, agora, com um outro calote a vista, proveniente da enchente, seguramente iria a bancarrota.
A sugestão de sua esposa fora fugir com toda a mercadoria, e não pagar os credores, poucos agricultores abastados, que lhe emprestavam dinheiro ao juro dos bancos, ou então colocar fogo no estabelecimento, receber o dinheiro do seguro, e dar um novo rumo as suas vidas.
Em outros tempos isso daria certo, e ele mesmo já havia feito isso depois de esvaziar praticamente todas as prateleiras.
Mas agora os tempos eram outros: praticamente impossível de ludibriar as seguradoras.
O mesmo precisava urgentemente encontrar uma outra saída.












Autor: Juarez Fragata


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