FORMANDO O SABER



Percebemos avanços nas ações administrativas em prol da segurança no
trânsito, mas a realidade está muito aquém do que determina o artigo 74 da
Lei 9 503/97, a educação de trânsito da creche ao terceiro grau que se colocado em prática desde, janeiro de 1998, os alunos que estão cursando o ensino fundamental e os habilitados nos últimos nove anos, estariam praticando e multiplicando os conhecimentos apreendidos, aí teríamos um significativo avanço. O desvio da vontade política tem várias conotações, a principal delas é o critério adotado na escolha e nomeação dos Gestores dos cargos comissionados, as Autoridades de Trânsito, aqueles que emitem as ordens aos seus Agentes, pessoas que tem , conduta ilibada e formação de grande valia para o serviço público, em outras atividades, porém, em sua maioria totalmente despreparadas para gerir o trânsito, a exemplo: nas cidades brasileiras onde o trânsito é municipalizado, geralmente quem comanda o trânsito é um membro da Polícia Militar, entende os governantes que o preparo do militar é o bastante para gerenciar uma relação civil, em tela a relação de Trânsito. Na verdade a força de mando numa abordagem civil só atemorizam abordados: os usuários das vias, o principal aprendizado destes gestores é o uso do Capítulo das penalidades e das medidas administrativas previstas no artigo 161 da Lei 9.503/97, o CTB. Sabemos do excelente preparo que um policial militar adquire em sua carreira e da imensurável importância de seus conhecimentos para a sociedade, em seu posto respondendo por suas atribuições no plano de segurança pública. Sabemos também que esta prática é um antigo vício brasileiro que a sociedade organizada tem que se mobilizar, exigir e pleitear uma radical mudança. Partindo do princípio que numa relação civil requer uma abordagem extremamente civil. Não dá mais pra conviver com tamanha irresponsabilidade social, o egoísmo e a vaidade dos que detêm o poder de escolher e nomear as pessoas que vão gerenciar as ações
administrativas na gestão de trânsito com o único objetivo: "moeda política" pois a maioria dos cargos são ocupados por indivíduos técnicos e leigos, reconheço e respeito o direito da escolha e nomeação, a crítica paira nos critérios usados na escolha de indivíduos que estão muito preocupados com a imagem política partidária, almejando um futuro cargo político ou a perpetuação no poder em detrimento do bem estar dos usuários do trânsito. Daí, o resultado castatrófico na formação dos pedestres, dos condutores, e a ineficácia na operação e administração com responsabilidade social, que deixa muito a desejar. Nós podemos muito mais, que panfletar e promover palestras para uma dileta e privilegiada minoria, durante a semana do trânsito, ou coisa assim. O Brasil tem pressa e a carência na segurança não pode esperar, Vejamos: A Educação de Trânsito que é de fundamental importância para promover a segurança de todos os usuários, caminha na contra mão do desenvolvimento Humano, pois as ações praticadas pelos Órgãos responsáveis não atendem a grande maioria dos cidadãos, porque não é um projeto de
formação, pode até servir de um paliativo mas não aproxima da real necessidade. Somos aproximadamente cento e oitenta milhões de brasileiros destes, cinqüenta e oito milhões são condutores "habilitados", o que demonstra a real urgência em encontrarmos uma solução para o aprendizado e interpretação da linguagem, simples e compreendida, "o ver e fazer ser visto" na estabelecida Relação entre a minoria que dominam a linguagem e os que participam desta relação, mas estão às escuras, porque ainda não foram contemplados com o correto método do aprendizado, praticando o ver e fazer serem vistos na velocidade necessária para o entendimento entre o motorizado e o não motorizado. Vivemos numa Guerra Urbana, onde com muito pezar assistimos a carnificina do dia a dia no trânsito. Medidas competentes e urgentes deverão ser tomadas. O trânsito é de todos, conseqüentemente a responsabilidade também. O envolvimento e a cumplicidade da Nação é o remédio da cura de tamanha desgraça que abate centenas de vidas e impede o desenvolvimento socioeconômico do País. Observamos que na conturbada e estabelecida relação, acontece a estúpida disputa: Quem vai morrer primeiro? Eu? Ou você? Condutores e pedestres estão na arena do amontoado de ferro e no desencontro do conhecimento e do entendimento, isto é, no campo da interpretação/velocidade correta da linguagem estabelecida nesta relação. Estamos convencidos de que o conhecimento, além de abrir horizontes e criar perspectivas para o indivíduo, gera investimento e produção com qualidade e quantidade, propulsando o desenvolvimento de toda sociedade. onde a formação do indivíduo é considerada um investimento, não devemos concordar com a realidade formaremos Homens que vivem e deixem que o seu outro fica vivo, os indefesos animais irracionais que fazem parte do habitat, vivam e não sejam responsabilizados pelos erros do Homem, por fim, o Homem, que é o criador e o modificador da ciência, para o desenvolvimento e manutenção da vida, deixem de auto destruir o patrimônio que direto ou indiretamente ajudou a construir, os bens materiais da Nação Brasileira. Alguns ganhos de segurança têm sido conquistados pela redução das conseqüências dos acidentes de trânsito, através da melhoria do espaço físico (as vias), somado a renovação da frota dos veículos. Em contrapartida, bem menos progresso tem sido alcançado na formação dos condutores e pedestres. A Educação de Trânsito que é de fundamental importância para a segurança de
todos os usuários do trânsito, caminha na contramão do desenvolvimento Humano, vista que as ações praticadas até o momento deixam a desejar como PROJETO de FORMAÇÃO, pois funciona muito bem como PROJETO DE INFORMAÇÃO, pode fazer mais que isto e se não fizermos pairamos na mesmice que insistimos desde 1998, esse tipo de informação é muito útil para os afortunados brasileiros que conseguiram ao menos concluir o ensino médio, uma minoria inserida na RELAÇÃO TRÂNSITO, promovendo o desajuste comportamental entre os que pouco sabe e aqueles que nada entende. Um fato constatado em nosso trabalho: A dificuldade de interpretação na
comunicação entre condutor com condutor, condutor com pedestres, pedestres com condutor, e os próprios responsáveis pela Gestão. Esta é a realidade do dia a dia na RELAÇÃO TRÂNSITO. Perguntamos para trezentas pessoas que transitam em Vitória-ES, de ambos os sexos, grau de instrução 1º , 2º e 3º graus, com idade entre 18 e 50 anos Agentes de Trânsito, Policiais Militares, Pedestres e Condutores,: Você já leu o CTB ? Código de Trânsito Brasileiro? De cada dez entrevistado, oito responderam que não. Não leram o
CTB.
No processo EDUCAR para o trânsito, precisamos ir além da vontade política e das ações isoladas praticadas por um ou outro seguimento da saciedade, que é de grande valia para informar a sociedade. Observei que desde 1997, mais precisamente janeiro de 1998 que o cento e oitenta milhões de brasileiros tem recebido informação demais e aprendizado de menos. Educar é uma arte coletiva, um construir do saber com responsabilidade social, justificando a formulação e desenvolvimento de um gigantesco projeto didático-pedagógico de inclusão social no trânsito, uma inclusão abrangente e democrática do conhecer, concebendo o assimilar para aprender, com conteúdo teórico-prático, direcionado e contínuo, FORMANDO O SABER da Relação Trânsito não apenas para o
condutor, pois no trânsito estabelece uma Relação Social envolvendo indivíduos de zero aos cem anos. Ao começar com seu velocípede passando pelo vendedor ambulante, o idoso, fazendo sua caminhada, a dona de casa. Depois de formado o saber, basta mantermos atualizados com as INFORMAÇÕES. EDUCAR é algo excepcional, que deve ser tratado com a responsabilidade de quem pretende formar para VIDA, vai além da coisa (espaço físico e maquina).

Leandro Souza Rj, Diretor Geral e de Ensino CFC.
 


Autor: Leandro De Souza


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