VALENTINA



O arquiteto entrou em uma " sinplice grafico di piccole dimensioni" em Milão e estava com a atenção naquilo que precisava resolver, ao esperar no balcão, viu de longe uma imagem PB, parecido com um aplique na parede em tamanho real (1:1) tão perfeita como uma pintura, ao se aproximar percebeu que não se tratava de uma pintura ou aplique e sim de um desenho real e reconheceu: Valentina de Guido Grepax
Ao perguntar ao dono do estabelecimento quem o tinha desenhado, obteve a seguinte resposta:

- Ovvio!! Guido Grepax!!

O arquiteto perplexo com a naturalidade daquele homem, perguntou novamente e obteve a mesma resposta mais com um pequeno mas não menos importante acréscimo:

- Lui è mio amico!

E aquele Senhor começou a contar que o autor do desenho estava sempre lá, a imprimir seus trabalhos. E como se não bastasse, naturalmente abriu uma gaveta e retirou de lá, vários papeis amontoados como cartas que precisam ser guardadas e não mais lidas. Eram os desenhos...
O Arquiteto serenamente olhou, examinou todos os desenhos, devolve-os, por incrível que pareça! E se foi!

Aqueles mesmos desenhos amontoados na gaveta só poderiam ser vistos novamente por alguém com um olhar mais atento a dica que estava na parede e não só isso, precisaria chegar perto para perceber que se tratava de um original e ainda ser curioso e perguntar.
Definitivamente não poderia ser ninguém distraído ou com um " olhar viciado"
Mais o real entendimento foi perceber que na verdade a essência da arte e do artista estava ali, é dessa forma que a arte se expressa e se manifesta, naturalmente, sem que ninguém a tente complicar, quem transforma a arte em LUXO é justamente quem a consome como mera mercadoria. E no entanto o próprio artista, portador de talento tão especifico, seria capaz de sentar no chão com você e comer uma mexerica!! É preciso simplicidade para as duas coisas!
Autor: Daniela Souza


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