Por que Ir a Igreja? O Drama do Culto Evangélico



Por que ir a igreja? O drama do culto evangélico
Roberto dos Santos*

O hábito de ir à igreja parece que virou negócio entre o crente e a divindade, parece que passou do sagrado para o profano , quando na verdade , temos visto que o culto agora é parte do consumismo espiritual, visando única e exclusivamente a vangloria do fiel e não a glória de Deus. Por outro lado, colocar a fé a serviço do imediatismo teológico-social é transformar a graça de Deus em capitalismo religioso. O culto foi transformado em terapia alternativa, psicologia da sedução do sagrado em beneficio da exaltação do ego e da entronização do sujeito em um estado milenar de alienação social. Ir a igreja é bíblico, mas não é bíblico ir a igreja em busca de sucesso material, tentando subornar a Deus com campanas de "Fe", que na prática, não passam de guerrilhas espirituais a procura de vitória sob o pretexto de estar lutando contra o demônio. Não existe o chamado demônio da miséria, o que existe é a miséria demoníaca psicologizada na vida de crentes que optaram pela facilidade teológica da doutrina da prosperidade. O segredo de ser prospero é trabalhar e ser economicamente organizado.
Não é verdade que Deus se faz presente em todos os cultos que invocam seu nome, porque em certos cultos, parece que Deus é mais empregado que patrão, mais servo que Senhor, mais vitima que necessitado. Em que sentido? É que o adorador medíocre acaba manipulando o culto com sua fé ridícula a ponto de achar que Deus é obrigado a lhe servir ou resolver todos os seus dilemas da vida. Deus não é obrigado a absolutamente a nada. Ele é livre e decido o que quer. Não é uma simples oração ou fé que vai comover o coração de Deus, é preciso pensar em sua soberania e governo. Nem tudo Deus resolve e isso não vai mudar sua glória e poder sobre todas as coisas. Deus só resolver o que for para o louvor do seu nome e nunca para a soberba humana.
Andando pelas ruas do Distrito Federal, sempre me deparo com automóveis com a seguinte declaração: "presente de Deus". Não acho que Deus anda dando carros por aí. Pensando assim é bem melhor aceitar a possibilidade de que o "abençoado" trabalhou, poupou e se esboçou até que conseguiu comprar um veículo novo. Essa gente da prosperidade pensa que Deus só oferta a dizimistas. Precisamos reavaliar o conceito de dizimo à luz da palavra de Deus e da política econômica dos nossos dias. Por isso ir à igreja como se o culto, propriamente dito, fosse uma possibilidade de sucesso, riqueza, prosperidade, cura e bem-estar social não seriam mais possível ou interessante fazer tanto investimento humano, tecnológico e intelectual, a fim de esperar como resultado de trabalho sua recompensa. Não vá a igreja como agiota da fé, negociador do reino de Deus, marqueteiro de campanha de libertação, aventureiro de sacrifícios. A igreja é chamada de casa de oração para todos os povos e o Senhor Deus dos céus só tem compromisso com quem tem fidelidade a sua palavra.
*Roberto dos Santos é PhD em Estudos Religiosos, Mestre em Educação, Docente superior, Teólogo, Conferencista e Escritor. Presidente do IRS ? Instituto Roberto dos Santos. E-mail: [email protected]

Autor: Roberto Dos Santos


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