Líder do Bem: Você é Quem Escolhe!



Em uma das minhas aulas discutia com os alunos de administração sobre a política brasileira. É natural que os pontos negativos foram os mais citados. Lembramos até de certo deputado federal que é muito conhecido pelo jargão: "rouba, mas faz!", mas que, no entanto, está livre e ainda é líder do seu partido. Falamos também da diferença de cultura entre os países, por exemplo, entre a cultura do povo japonês e a nossa. Um aluno disse que, enquanto o Japão precisou de meses para reconstruir o que foi destruído pelo Tsunami, em anos não conseguimos substituir as casas de uma pequena favela de uma capital qualquer, por moradias mais decentes. E enquanto lá, aposentados se ofereceram para substituir os jovens trabalhadores das usinas nucleares em risco, aqui, alguns comerciantes se aproveitaram de catástrofes para aumentar os preços de itens básicos para sobrevivência das famílias atingidas, como foi o caso do absurdo aumento do preço da água, comida e gás nas regiões atingidas pelas chuvas dos últimos meses.
Ao ver na TV mansões construídas por empresários brasileiros em meio a reservas ambientais, cujas construções certamente estão "legalizadas", devido à emissão de autorizações e laudos assinados por funcionários públicos corruptos ou, no mínimo, incompetentes, que não representam a classe; fiquei envergonhado, e por alguns instantes fechei meus olhos e pedi a Deus que tenha misericórdia de nós.
Temos de admitir, a nossa cultura baseada no egoísmo e bem representada pela "Lei de Gerson" atrasa o desenvolvimento do país. Ainda bem que não é a maioria que se entrega ao mau comportamento, no entanto, quando reflito sobre o mal e o bem, penso numa árvore, pois se ela demora anos para crescer e dar bons frutos, em poucos minutos pode ser derrubada e queimada. Fazer o mal parece ser sempre mais fácil e cômodo, já o bem necessita de esforço e convicção.
Todos sabem que optar pelo mal e não pelo bem nas situações diversas da vida acaba, de uma forma ou outra, atingindo o próximo. Um valor extraviado dos cofres públicos, por exemplo, cujo dinheiro poderia ser usado para aparelhar um hospital ou comprar remédios caros para um paciente carente, ao ser maldosamente desviado, pode, direta ou indiretamente, gerar a morte de um inocente no corredor de um hospital qualquer, desprovido dos meios que necessita para funcionar.
Mas naquela aula, ao olhar para os olhos dos meus jovens alunos, senti que tinha que dar-lhes uma resposta, haja vista que eles são representantes da jovem liderança brasileira, e careciam, portanto, de uma orientação adequada, pautada pelo que é justo. Foi então que lembrei-os de outros casos negativos do ramo empresarial, político, esportivo e artístico, inclusive de fora do Brasil, mostrando-lhes que maus exemplos estão em todo lugar. Mas disse-lhes firmemente: "a opção pela liderança do bem é minha e sua!". E que não dava para continuarmos fazendo as coisas que não devemos exemplificando em figuras que conhecemos, próximas de nós ou não, porque a "opção pelo bem ou pelo mal é sempre nossa!". E as conseqüências pelas nossas opções e ações são suportadas, em primeiro lugar, por nós mesmos.
Se um político, um funcionário público, um líder na sociedade, uma pessoa comum, faz algo que não é bom e prejudica o outro, esta foi sua opção, e deve se responsabilizar por isso. Nós brasileiros, devemos pensar nesta questão com mais carinho, pois cada pequeno ato errado, cada pequena corrupção, cada omissão, cada manifestação de covardia, cada decisão que vai contra o direito do outro e contra a vida humana, seja em qualquer nível ou situação da vida, motivada às vezes por um ou outro mau exemplo, deve ser pensada, refletida, e principalmente, assumida.
E se a pessoa ocupar um cargo de liderança, ou for um líder informal, a responsabilidade aumenta ainda mais, pois enquanto a decisão negativa de um pai para um filho prejudica diretamente somente uma pessoa, a decisão de um líder pode prejudicar dezenas, centenas, às vezes, milhares de pessoas. Pois quanto maior for o poder político ou econômico do líder, maior será o impacto de sua decisão.
É uma pena que não conseguimos construir ainda um pacto nacional contra o mal, que permitisse deixar para trás anos de atraso em nosso jeito de fazer e de decidir, e partíssemos, todos juntos para a reconstrução moral da nação, suportada por valores mais sustentáveis. Certamente, isso não resolveria todos os nossos problemas, mas certamente, seria de grande valia. É claro que o país está vencendo, e temos bons motivos para comemorar, mas qualquer brasileiro com alguma informação sabe que poderíamos ter ido mais longe, ou melhor, ainda podemos ir.
Portanto, ser um líder do bem e não do mal, é uma opção. Como será então sua próxima decisão? Um abraço e até a próxima se Deus quiser!

Autor: Adolfo Plinio Pereira


Artigos Relacionados


Líder Ou Liderança?

Jesus: Não Somente Um Exemplo Religioso, Mas Também Profissional

A Caminho Da Liderança

O Líder

A Liderança Segundo Maquiavel 3v

Qual A Diferença Entre Chefe E Líder?

A Escolha Da Liderança