Fatores que Interferem no Sucesso de uma Central de Inseminaçao Artificial.



Passagem da Monta Natural (MN) para a Inseminação Artificial (IA)
A mudança do sistema de cobertura deve ser lenta e progressiva, evitando impactos na produção, principalmente nas 10 primeiras semanas. Por exemplo: uma granja com 1000 matrizes, com 2,4 partos/ano terá, em média, 46 partos/semana. Considerando que a taxa de retorno ao estro seja de 10%, serão necessárias 50 coberturas/semana. O ideal é que o número de fêmeas inseminadas por semana aumente gradativamente, iniciando-se com 10% na primeira semana, 20% na segunda e assim por diante, ou seja, 5 fêmeas na primeira semana, 10 na segunda, 15 na terceira, até que na décima semana sejam inseminadas todas as 50 fêmeas. Isto faz com que os funcionários se familiarizem cada vez mais com a técnica de IA, adquirindo mais segurança no procedimento, desde a coleta e o processamento das doses até a IA propriamente dita.

Aspectos relacionados à qualidade do sêmen
Segundo pesquisas realizadas, problemas na qualidade do sêmen podem representar uma redução da taxa de parto (17%) e no número de leitões nascidos totais/leitegada (1,2 leitão). A qualidade do sêmen está diretamente relacionada a fatores como:
Fertilidade dos machos ? CAPÍTULO 2
Manejo dos machos ? CAPÍTULO 4
Qualidade da água utilizada pela central de IA ? CAPÍTULO 5.A
Diluente ? CAPÍTULO 5.B
Coleta de sêmen ? CAPÍTULO 6
Higiene na coleta
Materiais utilizados
Processamento das doses inseminantes
Motilidade na dose
Morfologia espermática
Número de espermatozóides na dose
Volume da dose
Período e condições de armazenamento

Aspectos relacionados à IA propriamente dita ? CAPÍTULO 7
Para a IA propriamente dita, pode ser atribuída uma redução da taxa de parto (11%) e uma redução de leitões nascidos totais/leitegada (0,5 leitão). Os fatores relacionados à IA são:
Diagnóstico de estro;
Técnica da inseminação;
Momento da primeira IA;
Freqüência das IAs;
IA realizada após o término do estro (metaestro).

Controle de Dados
Conforme salientado no CAPÍTULO 7, todas as informações obtidas devem ser registradas em um banco de dados. Assim, os técnicos e responsáveis pelas unidades de produção, inclusive as centrais de inseminação, poderão ter acompanhamento dos animais e da produtividade. Especificamente com relação às centrais, todos os parâmetros avaliados durante a coleta (no do macho, data da coleta, coletador, volume, cor, aspecto, concentração, motilidade, morfologia, etc.) ou qualquer outro tipo de observação adicional, devem ser registrados em planilha.

Motivação de Pessoal
Todas as fases da produção animal são diretamente dependentes do FATOR HUMANO. De nada adianta uma propriedade trabalhar com as melhores genéticas, as mais modernas instalações, os últimos conceitos em manejo e nutrição se os funcionários, ou seja, o SER HUMANO, não desempenhar seu papel.
Para que as pessoas responsáveis pelas diversas funções dentro de uma granja desempenhem suas atividades com o máximo de eficiência, é necessário que elas estejam SATISFEITAS e MOTIVADAS. Para tal, as unidades de produção devem oferecer:
Local de trabalho (área física) ? vestiários limpos e organizados, chuveiros em boas condições, roupas limpas, alimentação, etc.
Treinamento ? oportunidades de participação em palestras ou congressos, troca de informações com outras granjas para que os funcionários se sintam capacitados e conhecedores da realidade na qual vivem e trabalham.
Valorização e Respeito ? todas as pessoas que são valorizadas e respeitadas por aquilo que fazem buscam, cada vez mais, o êxito em suas atividades. É importante que todos saibam a importância do seu trabalho na produção de suínos, seja na limpeza das instalações, manejo e cuidados com os animais ou serviços de escritório.


Viabilidade econômica da implantação de uma Central de Inseminação Artificial
Relembrando as vantagens da inseminação artificial, descritas no Capítulo 1, temos:

1- Menor número de machos destinados à reprodução;
2- Redução de custos;
3- Ganho genético;
4- Segurança sanitária;
5- Maior higiene na cobertura;
6- Eliminação de ejaculados impróprios;
7- Qualificação dos funcionários.

Uma pesquisa realizada pelo Setor de Suínos da UFRGS e apresentada no III Simpósio Internacional MINITUB - Inseminação Artificial em Suínos ? realizado em agosto de 2000, avaliou a viabilidade econômica da implantação de uma central de IA, onde foram analisados os seguintes custos:

Custos de implantação:
Instalações;
Equipamentos;
Material de laboratório;
Valor do Macho.



Custos Anuais:
Instalações;
Equipamentos;
Material de consumo;
Machos;
Mão-de-obra.


Os resultados demonstraram que os custos para implantação de centrais com capacidade para atenderem de 100 a 1500 fêmeas são os mesmos quanto às instalações e equipamentos, variando no material de consumo e no número de machos utilizados. O mesmo ocorreu quando foram projetadas centrais capazes de atenderem 1000 a 5000 matrizes.
Isto vem a concordar com os Capítulos 4 e 5, onde foram discutidas e ilustradas as instalações e os materiais utilizados em uma central de inseminação para suínos
Outro aspecto a ser considerado é que a grande maioria das granjas que optam passar da monta natural para a inseminação artificial já possuem uma estrutura montada na qual serão feitas algumas modificações e adaptações. Entre elas estão:

Disponibilidade de área física (instalações)
Algumas baias anteriormente destinadas aos machos, agora em número reduzido, são reformadas e transformadas em laboratório e sala de coleta, o que reduz o custo de implantação.


bibliografia


Alexandre Marchetti Luiz Paulo Hoppe
Médico Veterinário ? MsC Dr. med. vet.
Departamento Técnico Responsável Técnico


Autor: Eduardo Henrique Oliveira Lima


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