BREGA X CHIQUE






Sabemos que a cultura de massa é aquele que está ao alcance do "povão", muitas vezes se mistura à cultura popular, que é baseado em crenças empíricas (experiências da própria vida) e no senso comum, se demonstra através de tradições regionais como o folclore, buscando a preservação de costumes populares de certa região. A cultura de massa, com forte influência da popular e erudita, se manifesta (do jeito que pode) na comunicação e nos diversas artes com uma identidade pessoal, cômica e muitas vezes apelativa de cada sociedade, o que causa um choque com a cultura Erudita.
Com o caráter de superioridade, a cultura erudita se demonstra totalmente etnocêntrica ? pois ela se tem como base padrão para julgamento ? e vê a cultura popular apenas como apenas o folclore (preservando algumas tradições), e condena a cultura de massa, chegando ao ponto de condená-la apocalíptica. Sob influência de pensamentos Iluministas, os eruditos, "cults", chiques ou como quer que os chamem, eles acreditam que "ter cultura é possuir conhecimento letrado das ciências." (visão Iluminista Moderna), e deram um tom bem pejorativo ao termo "brega" . Mas se ser brega não é legal,então por que vende tanto? Por que todo mundo quer ser pop? (menos os cults, claro!).
A cultura de industrial, correspondendo à vontade do mercado capitalista (que é sustentado pela grande massa e uma pequena parcela de eruditos), usou essa necessidade do povo de ter sua identidade a seu favor. Inspirados em movimentos revolucionários como os hippies, e misturando a uma irônica imitação da forma chique de ser, o povo vai a cada dia aderindo o brega como uma forma de se expressar diante a sociedade e contra o menosprezo que sofre dela. Assim o "produto do ridículo", como é considerado pelos eruditos, movimenta o capital e traz benefícios materiais e morais pra sociedade , que no caso do nosso país, tudo de um "jeitinho bem brasileiro"!
Através dessa metáfora da sociedade chique, a cultura de massa demonstra como seria se os papeis fossem invertidos, trazendo um tom descontraído para a questão da realidade da sociedade brasileira. Com ambiciosos exageros e canastrisses da etiqueta, as massas encontram na imitação uma capacidade de superação, demonstram seu protesto contra o preconceito e a descriminação, característicos do etnocêntrico pensamento erudito.
Esse divertido conflito entre brega e chique causado pelo choque entre as culturas de massa e erudita traz benefícios a sociedade no setor capitalista, que lhe é atribuído o trabalho de atender as necessidades básicas tanto da massa como dos eruditos, valorizando a cultura popular e em certas vezes homogeneizando e de outras vezes causando conflitos entre as múltiplas culturas da sociedade. Ser brega ou chique, heis a questão... a Monaliza é pop?
Autor: Tassia Maria Pachêco


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