SEQÜÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR



O desenvolvimento motor é um procedimento continuo e demorado e, pelo fato das modificações mais definidas ocorrerem nos primeiros anos de vida, existe a disposição em considerar o estudo do desenvolvimento motor como sendo exclusivamente o estudo da criança.
Segundo Tani et al., 1988, o ato motor é constituído por tarefas que requerem movimentos que devem ser aprendidos afim de serem executados corretamente. Por exemplo, andar, apesar de ser uma habilidade fundamental e relativamente simples, exige aprendizagem da criança.
Para Whiting (1975) a habilidade motora é uma atuação complexa e intencional, que envolve toda uma cadeia de mecanismo sensoriais, central e motor que, por meio de técnica de aprendizagem, se tornou organizada e ordenada de forma a atingir objetivos predeterminados com certezas absolutas.
Para Gallahue (1989) desenvolvimento no seu sentido mais puro refere-se a mudanças no nível individual das funções. È o surgimento e o melhoramento no nível de controle da criança, na execução de habilidades.
Todavia, é necessário entendermos que o desenvolvimento é um processo contínuo em todos os domínios do ser humano, sendo que esses se relacionam durante toda a vida. O desenvolvimento motor tornou-se uma área de interesse dos profissionais da Educação Física que, de maneira geral, pode contribuir para o entendimento do desenvolvimento humano como um todo. (GALLARDO, 2000, p 55)
Assim surgem à designação "habilidades básicas" dentro do encadeamento de desenvolvimento, visto que estas habilidades estabelecem pré-requisito essencial para que toda aquisição posterior seja provável e efetiva.
Com apoio no encadeamento de desenvolvimento, Harrow (1983) organizou uma taxionomia para o domínio motor que oferece os seguintes níveis:
a) Movimentos reflexos: respostas automáticas e involuntárias que permitem, em primeiro lugar, a sobrevivência do recém-nascido e, em segundo lugar, interação do bebê com o ambiente, o que caracterizará, no futuro, atos voluntários, como no caso dos reflexos de preensão, Tonico do pescoço etc.
b) Habilidades básicas: atividades voluntárias que permitem a locomoção e manipulação em diferentes situações, caracterizadas por uma meta geral, servindo de base para aquisição futura de tarefas mais complexas, como andar, correr, saltar, arremessar, chutar, etc.
c) Habilidades perceptivas: atividades motoras que envolvem a percepção do executante, através das quais os estímulos visuais, auditivos, táteis e sinestésicos recebidos são interpretados pelos centros cerebrais superiores que emitem uma decisão como resposta, possibilitando o ajuste ao ambiente.
d) Capacidades físicas: são as características funcionais essências na execução de uma habilidade motora. Quando desenvolvidas proporcionam ao executante uma melhoria do nível de habilidade. Dentre essas capacidades estão a força, a flexibilidade, a resistência e a agilidade.
e) Habilidade especifica: atividades motoras voluntárias mais complexas e com objetivos específicos, como a cortada no voleibol, o chute no futebol, o arremesso à cesta e a bandeja no basquetebol.
f) Comunicação não-verbal: atividades motoras mais complexas, organizadas de maneira que a qualidade dos movimentos apresentados permita a expressão, como na dança, ginástica rítmica desportiva e até mesmo ginástica olímpica. (PROENÇA 1997, p 05).
Para que as habilidades motoras sejam ampliadas é imperativo que se dê à criança propriedade de desempenhá-las. O movimentar-se é de grande valor biológico, psicológico, social e cultural, uma vez que, é através do desempenho dos movimentos que as pessoas interagem com o meio ambiente, relacionando-se com os outros, percebendo sobre si, seus limites, competências e resolvendo dificuldades.



Jonas Alfredo da Silva Santos
CREF:066032-G/SP

Educador Físico
Autor: Jonas Alfredo Silva Santos


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