DESENVOLVIMENTO MOTOR



A criança se encontra em constante desenvolvimento biopsicossocial. Nesta fase da vida as mudanças físicas, desenvolvimento motor, aprendizagem cognitiva e socialização exercem influencias entre si em toda a trajetória de adaptação com o mundo.
O contato com estímulos torna o desenvolvimento biopsicossocial mais relevante, e sua interação com a maturidade orgânica, neurológica e afetiva, tem papel primordial para o desenvolvimento global do individuo.
Segundo Rosa Neto (2002), é por meio da exploração motriz que a criança desenvolve a consciência de si mesma, bem como do mundo exterior, ressaltando assim a importância da atividade motora para o desenvolvimento global da criança.
As habilidades motoras auxiliam também na conquista de sua independência, em seus jogos e em sua adaptação social, importante na construção das noções básicas para o seu desenvolvimento intelectual.
Alterações no desenvolvimento motor são percebidas como um componente que interfere no desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo.
De acordo com Gallahue e Ozmun (2001), desenvolvimento motor é a continua alteração no comportamento ao longo do ciclo da vida, por meio da interação, entre as necessidades da tarefa, biologia do individuo e condições do ambiente.
Tani et al (1988), concordam com os autores Gallahue e Ozmun (2001), quando afirmam que desenvolvimento motor é um processo contínuo e duradouro, que acontece durante toda a vida do ser humano. E ainda acrescentam que a seqüência do desenvolvimento é igual para todas as crianças, sendo que o que varia é apenas a velocidade de progressão. Segundo estes autores, a ordem de domínio depende do fator maturacional, enquanto que, o grau e a velocidade dependem das experiências e diferenças individuais.
Gallahue e Ozmun (2001), afirmam que quando se estuda desenvolvimento humano, deve-se considerar a inter-relação das áreas do comportamento humano: cognitiva (comportamento intelectual), afetiva (comportamento social-emocional) e psicomotora (comportamento motor).
Conforme Rosa Neto (2002) a psicomotricidade tem associação estreita com desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade. Esta envolve os aspectos: motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal e lateralidade.
Aspectos da psicomotricidade: A motricidade fina compreende a coordenação visuomanual, está presente no ato de pegar um objeto e lançá-lo, escrever, desenhar, pintar, recortar, entre outros; inclui uma fase de transporte da mão, seguindo esta, uma fase de agarre e manipulação resultando num conjunto de três componentes: objeto/olho/mão. (ROSA NETO, 2002)
No movimento motor global, até o mais simples é considerado movimento sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial e temporal. Os movimentos dinâmicos corporais têm um papel importante na melhora de comandos nervosos e no afinamento das sensações e das percepções. (ROSA NETO, 2002)
A motricidade ampla é a capacidade para realizar grandes movimentos, utilizando o corpo inteiro, envolvendo os grandes músculos. (PEREIRA, 2001)
Equilíbrio é a base primordial de toda a ação diferenciada dos segmentos corporais. Existem relações intimas entre as alterações do equilíbrio estático e dinâmico e os latentes estados de ansiedade ou insegurança. (ROSA NETO, 2002)
Para Pereira (2001), equilíbrio é a capacidade de assumir e sustentar qualquer posição do corpo contra a lei da gravidade e que, um equilíbrio correto é base de toda coordenação dinâmica geral do corpo, bem como das ações diferentes de seus segmentos.
Esquema corporal ou imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio, e como núcleo central da personalidade, é organizado por meio de relações mutuas do organismo com o meio. (ROSA NETO, 2002) A organização espacial depende da estrutura de nosso próprio corpo e da natureza do meio que nos rodeia (e de suas características). Todas as modalidades sensoriais participam em certa medida na percepção espacial: a visão, a audição, o tato, a propriocepção e o olfato. A orientação espacial designa nossa habilidade para avaliar com precisão a relação física entre o nosso corpo e o ambiente, e para efetuar as modificações no curso de nossos deslocamentos. (ROSA NETO, 2002)
Segundo Pereira (2001), organização temporal é a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, durante, após), da duração dos intervalos (tempo, ritmo, e cadência), da renovação cíclica de certos períodos (dias da semana, meses, estação), e do caráter irreversível do tempo (... quantos anos já se passaram!).
Conforme Rosa Neto (2002), a lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do corpo: mão, olho, ouvido, perna; a lateralização cortical é a especialidade de um dos dois hemisférios quanto ao tratamento da informação sensorial ou quanto ao controle de certas funções.


Jonas Alfredo da Silva Santos
CREF:066032-G/SP

Educador Físico
Autor: Jonas Alfredo Silva Santos


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