IGREJA - PECADO



"Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante incrédulos! O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos! Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis; nem impuros, nem idolatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores, herdarão o reino de Deus." (I Coríntios 6:6-10)

Podemos observar que Paulo ao iniciar suas cartas se dirige aos cristãos os chamando de santos (I Coríntios 1:2), portanto podemos concluir que Paulo falava ao povo de Deus, ou seja, que aos crentes.
Uma pergunta se faz necessária: Como ele poderia chamar de santos, grupos formados por pessoas tão problemáticas e que carregavam em seus currículos erros e pecados tão grotescos?
A resposta para é essa pergunta é simples: "os cristãos a quem Paulo se dirigia são os santos em Cristo Jesus.
A igreja é cheia de pecadores, por que nossa natureza é pecaminosa (Salmos 51:5); nossa tendência natural é pecarmos.
"Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço." (Romanos 7:19)
Ricardo Agreste no seu livro "Igreja? To fora!" diz o seguinte: "O grande segredo do qual estou falando é a percepção e compreensão correta do DNA da igreja. Em outras palavras, se observarmos a matéria prima usada por Deus para fazer, a partir dela, o seu povo, compreenderíamos que o propósito principal de Deus, através da igreja, não é criar um grupo de pessoas que propaguem e divulguem suas virtudes enquanto indivíduos, mas sim as virtudes de Deus em amá-las, perdoá-las e restaurá-las através da obra de Jesus Cristo. Assim, a igreja se torna uma comunidade de agraciados, limitados e imperfeitos, mas, a cada dia, trabalhados e lapidados por Deus através do seu imenso amor."
Somos vasos de barro usados por Deus, onde Ele colocou o Seu tesouro para que a suprema grandeza do poder seja de Deus, e não de nós mesmos. Os vasos de barro são fracos, descartável, comuns, fáceis de serem quebrados, lascados (I Coríntios 1:26-29)
Destaquemos o versículo 11 de I Coríntios 6 diz: "Assim, foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus."
"assim foram alguns de vocês". Já pararam para pensar em quem nós fomos? E hoje pelo lavar regenerador do Espírito Santo, estamos sentados no banco da igreja, fazendo parte de um corpo, onde eu, você e todos os outros irmãos somos "ex" alguma coisa.
Já pararam para pensar que todos os domingos vocês esta sentado com essa turma? Já pensou em seus filhos crescendo no meio dela? Ou ter alguns deles te visitando em sua casa?
O grande problema é que nós não gostamos de ser confrontados pelo nosso passado, mas cada um de nós carrega uma dessas marcas de "ex" alguma coisa, porém, não é isso que nos qualifica para estarmos sentados no banco da igreja, na presença do Senhor.
Ricardo Agreste considera mais chocante a noticia de que "alguns daqueles que estão sentados domingo após domingo nos bancos de nossas igrejas não são tão "ex" como deveriam ou como parecem ser. Outros, até são, mas vivem tendo recaídas. Eles ouvem, compreendem e acolhem o Evangelho de Deus, sendo impactados pelo Seu amor. Mas variadas circunstancias os levam a tropeçarem nos mesmos erros do passado ou serem surpreendidos com novas tendências a erros do presente (...) Como temos dificuldades em reconhecer que a matéria prima usada por Deus para formar o que chamamos de igreja não consiste no que existe de melhor no mundo em termos de santidade, justiça, moralidade, entre outras virtudes. Ao estabelecer que o padrão de aceitação para pertencer ao grupo seria a graça, Deus transforma a igreja numa comunidade de gente que traz profundas marcas em seu passado, grandes lutas no presente e a esperança de redenção de suas vidas e historias no futuro. No entanto, esta esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras."
Portanto, não temos que nos achar mais "santos" do que os nossos irmãos em Cristo, pois todos fomos "ex", e principalmente, não devemos apontar os erros do passado de nossos irmãos, pois assim com eles, somente pela graça fazemos parte do corpo de Cristo, então eu e vocês não somos melhores que ninguém e nem mais santos.
O fato de termos, talvez, um conhecimento maior do que nosso irmão, o fato de lermos livros a mais do que nosso irmão, não nos torna melhor do que ele, talvez ele não faça nada disso, mas sua vida de santidade esta melhor que a nossa, porque quando somos confrontados, endurecemos nossos corações e o irmão não (reconhece seu pecado e se arrepende, reconhece sua pequenez e que não é melhor que ninguém, porque na verdade depende de Deus), isso requer de nós humildade e não orgulho.
"No nosso passado podem existir marcas de erros cometidos e de deslizes ocorridos. Estas marcas nos relembram desde nossos erros mais tolos até os mais grotescos. No entanto, quando nos aproximamos de Deus, crendo no que Ele fez por nós naquela cruz, somos lavados completamente. Aos olhos de Deus, não importa a lembrança que as pessoas ainda tenham de nosso passado, estamos limpos, completamente limpos."
Portanto, "Uma igreja local, nada mais é do que uma comunidade de pessoas ainda marcadas em suas lembranças pelos erros do passado, mas lavadas, santificadas e justificadas pelo sangue de Jesus no presente. Na medida em que são constantemente lembradas e relembradas de quão grande é o amor de Deus por elas, passam a buscar o projeto de Deus para suas vidas. No entanto, elas ainda estão sujeitas aos deslizes, o que faz delas gente limitada e imperfeita."
Assim, devemos ter o cuidado de acharmos que somos melhores que nossos irmãos porque, talvez, não tenhamos cometido o mesmo pecado que eles, mas pecamos tanto e pior que eles.
"Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia." (I Coríntios 10:12)
Com essa visão Ricardo Agreste cita 3 disposições:
v Maior humildade na visão que temos de nós mesmos: quando perdemos essa visão, acabamos por esperar mais da igreja e das pessoas do que elas podem nos dar. "No fundo, estamos dizendo que somos bons demais para estarmos numa igreja tão imperfeita (...) Apenas, esquecemos de ponderar na lista as contradições e erros que marcam nossas próprios vidas." Philip Yancey, em seu livro "Igreja, Por que me importar?", escreve o seguinte: "Tinha uma reação instintiva contra qualquer coisa que cheirava a hipocresia, até que um dia surgiu uma pergunta: ?Com o que a igreja iria parecer se todos os membros fossem como eu?? O fato de termos a consciência de quem somos e que trazemos do passado marcas, nos conduzem à necessidade da graça de Deus, esse deve ser nosso pensamento. TODOS ESTAMOS AQUI PELA GRAÇA.
v Relacionamentos mais graciosos: "A igreja deve ser conhecida como uma comunidade que conhece e vive intensamente a graça. Pessoas marcadas pelo passado devem experimentar em seu ambiente a oportunidade de serem lavadas, santificadas e justificadas por Deus."
v Maior compromisso no cuidado mutuo: "o fato de reconhecermos que a igreja é uma comunidade formada por pessoas falhas e que devem ser constantemente alvo da graça de Deus, não nos isenta da responsabilidade de zelarmos e encorajarmos uns aos outros no processo de nos afastarmos de caminhos alheios a Deus, e buscarmos a novidade de vida que nos é oferecida por Deus em todas as dimensões de nossa existência." (Efésios 4:2). Isso inclui aconselhamento, encorajamento e até mesmo repreensão, com a finalidade de Deus continuar fazendo ?novas todas as coisas?, mas sempre devemos falar a verdade em amor. Ricardo Agreste diz: "fechar os olhos para as opções erradas que um irmão ou irmã de caminhada cristã está fazendo em sua vida não é um ato de graça, mas de descaso e irresponsabilidade. Suas opções o conduzem par caminhos nos quais Deus não se faz presente. Saber que um irmão ou irmã de comunidade cristã esta tomando atitudes alheias à vontade do Pai Celeste, as quais o levarão à dor futura, apesar do prazer presente, não é um ato de graça, mas de omissão e cumplicidade", o que implica em você ser conivente com o pecado. "Uma comunidade comprometida com a obra de Deus na vida daqueles que a ela se achegam, deve também ser uma comunidade que ama o bastante para acolher pessoas como elas se encontram, mas que ama demais para permitir que elas continuem se machucando e se ferindo ao longo da vida."
Assim, podemos concluir que somos uma igreja formada de pecadores, portanto, ninguém é perfeito a ponto de entender que é santo demais para fazer parte de um corpo formado por pecadores.
Lembremos sempre que pela graça fomos salvos (Efésios 2:8), somente pela graça de Deus em Cristo Jesus.
Não sejamos orgulhosos em achar que não pecamos, mas sejamos humildes em reconhecer que pecamos por que somos pecadores, essa é nossa natureza.
Outra coisa, não devemos tentar justificar nossos pecados e sim reconhecê-los e nos arrependermos.

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo. Quanto às demais cousas, eu as ordenarei quando for ter convosco." (I Coríntios 11:28-34)

Algumas considerações:
1. O pecado deve trazer auto julgamento (v. 28-31): "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (II Timóteo 3:16). A palavra de Deus é o espelho no qual nos revela a sujeira do pecado em nossas vidas: "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração." (Hebreus 4:12). A tristeza do nosso pecado traz o verdadeiro arrependimento: "agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza segundo o mundo produz morte. Porque quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que defesa, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vindita! Em tudo destes prova de estardes inocentes neste assunto." (II Coríntios 7:9-11). Você é responsável por si mesmo, porque você não pode controlar as ações dos outros. Paulo ao nos exortar que devemos nos examinar, relaciona esse exame com as nossas atitudes com outros membros do corpo de Cristo. Estamos vivendo de uma forma que seja consistente com a doutrina que o Senhor (Ceia) representa? Seu sacrifício traz nossa unidade: "Porventura, o cálice da benção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo, porque todos participamos do único pão." (I Coríntios 10:16-17), o qual deve resultar no nosso amor e sacrifício um pelo outro: "e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. Mas a impudicícia e toda a sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos." (Efésios 5:2-3). Ou estamos exibindo o orgulho, o egoísmo, a amargura, a divisão? A mudança real só acontece quando levamos nossa vida diante da Palavra de Deus, a qual nos convence de quem nós somos, e nos exorta a arrependermos dos nossos pecados, pois se somos capazes de julgar (discernir) os nossos próprios pecados, então não há necessidade de qualquer julgamento externo: "porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados."
2. O pecado traz a corrupção para nosso corpo físico: "pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juizo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos dormem." E se nós cristãos não nos julgamos e continuamos em frente com o pecado, ou seja, com um coração endurecido, impenitente? O versículo 29 de I Coríntios 11, é um exemplo disso. Indignamente é um advérbio que descreve a maneira em que os cristãos estavam observando a Ceia do Senhor. Paulo se referiu às suas ações em assembléia pública, não a sua posição em Cristo, pois estavam tomando atitudes erradas com relação as seus irmãos, com falta de discernimento espiritual, ou seja, apresentavam-se com auto indulgência e não com adoração. Qual foi o resultado desses pecados? O pecado traz destruição física aos nossos corpos, pois se optarmos por semear para carne, o que colheremos somente? CORRUPÇÃO "Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna." (Efésios 6:8). Por exemplo, se uma pessoa deixa de ingerir alimentos ricos em vitaminas, proteínas, tudo que é necessário para nosso suprimento físico, o que pode causar? Fraqueza, doença e até possivelmente a morte.
Assim, essas conseqüências externas deve nos levar a abandonar o pecado e obedecer a Palavra de Deus.
"Enquanto eu calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estilo. Confessei-te o meu pecado e minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado." (Salmo 32:3-5)

"Qualquer conceito de graça que nos faz sentir mais confortável pecar, não é a graça bíblica. A graça de Deus nunca nos encoraja a viver no pecado, pelo contrario, ela nos dá poder para dizer não ao pecado e sim a Verdade." (Randy Alcorn)

"É perigosamente fácil ter simpatia incrível com a verdade de Deus e permanecer no pecado" (Oswald Chambers)

"O mundo perdeu o poder de corar sobre seu vicio; a Igreja perdeu seu poder de chorar sobre ele" (Leonard Ravenhill)

Deus abençoe!

Olivia Eulália Cenchi Cavalhieri






Autor: Olivia Cenchi Cavalhieri


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