Meu Desespero





Meu Desespero


Meu desespero é:
Não poder ir ao meu enterro.
No teu peito recostar se nessa hora, no meu rosto
Uma lágrima teimosa rolar.

Ver meu corpo inerte no esquife.
Os homens néscios pegando gripe.
A mulher chorando de sentir saudades
Perguntando: por que me abandonaste?

Meu desespero é:
Saber que tudo é um nevoeiro.
Ter dúvida: ficará sozinha?
Dormira outro em meu travesseiro?
Ou será Santa na Igrejinha?

Correr pelos vales secos da solidão,
Ser guiado como cego por qualquer mão,
Ver meu corpo misturar-se com a terra,
Ver terminar aqui minha era.

Meu desespero é:
Ir sem querer para o fim da tarde,
Não poder ir p?ra vendinha,
Não poder tomar num gole a pinguinha,
Ter que fingir, a vida! Não arde.

Buscar viver dormindo,
Ter que chorar sorrindo.
Que belo dia dizer vai amanhecer!
Amanhã o sono eterno, vou viver?




Autor: Odair Ribeiro


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