Fazer Pedagógico, interface necessária com o contexto social



Fazer Pedagógico, interface necessária com o contexto social

Iza Aparecida Saliés


Diante da necessidade de buscar uma nova reflexão no processo educativo, considerando as atuais mudanças sociais e no trabalho, os agentes escolares precisam conceber as transformações que ora estão incomodando a prática escolar.

Entendemos que as atuais mudanças vão beneficiar consideravelmente as ações pedagógicas da escola, possibilitando a busca de novas formas didáticas e metodológicas que possam promover o processo ensino e aprendizagem onde professora e aluno participarão com sujeitos do processo histórico desse novo modelo de sociedade que ora se apresenta.

Assim sendo, o professor ocupa um lugar privilegiado no processo de desenvolvimento social e educacional, a sua prática pode conduzir para o desenvolvimento de habilidades capazes de preparar os alunos para o enfrentamento dessa sociedade, e prontos para atuar com rapidez e competência.

As descobertas científicas e tecnológicas acontecem em frações de segundos ocasionando desgaste inevitável nas práticas da escola e do professor e, por conseguinte compromete as ações voltadas para o aprimoramento escolar, dificultando a oferta de um ensino de qualidade.

O amplo cenário de comunicação e tecnologia disponíveis para a população, em especial para os jovens, deixa a escola frágil, faz do espaço escolar um ambiente irrelevante e pouco atrativo, tornando o ensino colocado na sala de aula como um percurso desnecessário para o aluno, desconectado da realidade vivida por eles.

Para consolidar os saberes vividos socialmente pelo jovem em conhecimento científico, o requisito primordial para a busca dessa construção é a passagem pela escolarização, pois os mesmos são necessariamente constituídos via processo ensino e aprendizagem, fato que só acontece nesse espaço de ensino, que consideramos como lócus da formação do aluno.

Transitando por esse contexto a escola precisa buscar alternativa, inovações, como também, precisa rever suas ações educativas e o seu papel no aprimoramento da formação de jovens, para tal faz-se necessário analisar profundamente as concepções didáticas e metodológicas, de currículo, de ensino e de avaliação, todas precisam ser à postura pedagógica contemporânea e que atenda os interesses postos no Projeto Político Pedagógico da escola.

Cabe lembrar que a escola precisa cumprir sua função transformadora e idealizadora de conhecimentos científicos e filosóficos, sócias e políticos, pautando o resultado de suas ações escolares em saber concreto que possa atender as demandas do mundo moderno e que sejam capazes de preparar o jovem para a construção da sua autonomia intelectual.

A escola como espaço de importantes formulações teóricas e conceituas que compõe e recompõe o desenvolvimento cultural, social, tecnológico e econômico das diferentes sociedades apresenta novos fatos para a escola, sendo um deles a pesquisa educacional, na escola, o que acaba sendo de fundamental importância para o progresso social.

Somos cientes de que as ações que ocorrem no cotidiano da escola não são neutras demonstram uma intenção política e social que são representados nos programas escolares, esta afirmativa é ratificada por Gandin (2000, p. 08) que diz "o sistema escolar se organiza segundo as linhas estruturais da sociedade em que se insere [...]".

Então, a busca por perspectivas capazes de interagir as tarefas da escola com as da sociedade vão sem dúvida oportunizar a melhoria da prática educacional e efetivar um currículo de ensino que atenda as demandas necessárias para a atualidade. Deve ser uma constante no espaço escolar, seja pela gestão como pela equipe pedagógica, pois o aprimoramento do pensar passou a ser a máxima do momento, e ainda, a liberdade de expressão demanda participação da sociedade nos meandros da escola fortalecendo mais os resultados do ensino.

Por isso os atores do processo ensino aprendizagem vivenciam grandes mudanças na rotina escolar, surgem situações que refletem nas ações de seus alunos e na dos professores, gerando transtorno e insegurança generalizada no espaço escolar, mexe com os professores comprometendo significativamente no processo ensino-aprendizagem.

Encerro com o pensamento de GADOTTI (2000:6) diz que a escola inserida nesse contexto tem por opção discutir suas ações e o seu papel social frente à finalidade de aprimorar o saber dos alunos, e para isso, o estudo e a reflexão profunda sobre a construção do conhecimento, faz-se necessário rever o currículo de ensino, os conceitos pedagógicos para transformar a escola num espaço possível de fomentar experiências formativas para o professor e de desencadear inovações que possam intervir no fazer pedagógico da escola.
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Autor: Iza Aparecida Saliés


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