Pode-se curar um amor pondo outro no lugar?



Quando eu criei esse blog, eu decidi que nunca o deixaria a toa. Porém, a coisa não funciona como a gente pensa ou quer. Pelo menos no sentido de "escrita" . Tenho andado cheia de coisas para fazer e isso tem consumido o meu tempo e inspiração. Por isso tenho estado distante. Além do mais, estou envolvida em outros projetos que em breve (espero) estarei publicando aqui e foi por conta destes projetos que flagrei-me fazendo o seguinte questionamento: Pode-se esquecer um amor pondo outro no lugar? Pensei por alguns minutos e conclui que isso é relativo. Há casos em que substituir um amor por outro dá certo, e, há casos que não. Isso vai depender do nível da relação, entre outros fatores.

Então, eu resolvi fazer uma pesquisa com alguns amigos e confesso que fiquei um pouco espantada algumas respostas. Boa parte das pessoas entrevistadas acreditam que "pode-se amar duas pessoas ao mesmo tempo", mas "esquecer um amor pondo outro no lugar" é um tanto complicado. A idéia de poder amar duas pessoas ao mesmo tempo é possível, e acrescento que isso só é possível porque as pessoas são diferentes e essas diferenças fazem com que se goste de duas pessoas de maneira diferente. Porém como disse dois de meus entrevistados: "escolhas devem ser feitas" e estas "escolhas precisam ser baseadas na razão e não no amor por si só".

Um grupo menor de entrevistados respondeu que "amor de verdade não se esquece", e que não acreditam na hipótese de esquecer um amor pondo outro no lugar. Acredito que um amor de verdade não se esquece, mas um amor de verdade não faz ninguém sofrer. Acredito eu que o amor só é AMOR, quando há correspondência. Não aquela correspondência obrigatória, mas a correspondência que acontece naturalmente, baseada no respeito, na honra e no que a pessoa é de fato.

E teve também aqueles que afirmaram que pode-se até "mascarar" um sentimento usando a figura de outra pessoa, mas "esquecer" jamais. Estes últimos justificaram a resposta dizendo que ao "mascarar, pode-se amenizar os sintomas de sofrimento". A estes eu digo que as pessoas que mascaram os sentimentos para amenizar uma dor são egoístas, porque não pensam no mal que estão causando a pessoa que está "tapando um buraco" e porque estão querendo para si um alguém que jamais terão a correspondência devida.

Usando uma frase de André Comte-Sponville, que diz: "Nunca se ama demais. Ama-se mal e mesquinhamente", concluo que tanto se pode esquecer uma pessoa pondo outra em seu lugar, como também se pode amar a duas pessoas ao mesmo tempo. O que não se pode, e o que não se deve fazer é usar pessoas para preencher espaços que jamais serão preenchidos. De tal forma acontece o que acima chamei de egoismo e o que Comte-Sponville chama de mesquinharia.
Autor: Tatiane Da Silva Bispo


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