A MAIOR HECATOMBE DOS NOSSOS DIAS.




Já experimentaram andar sobre ruínas de uma casa; de uma cidade?! Deve ser uma sensação escabrosa, ou escombrosa! E se as ruínas forem da sua própria construção?

É provável que aspirantes aos graus superiores do saber não entendam agora. Mas, com o estudo, conhecimento, o saber, entenderão.

Há tempos ouvi de livres pensadores, e até do compositor que "é preciso saber viver". E achei que não precisava inquirir aos pais da filosofia sobre o real significado dessa expressão. Era óbvio que não referiam à simples sobrevivência porque os seres, insetos, por exemplo, sobrevivem com seus instintos sem precisar ?saber? para viver.

Comecei então a construir uma fortaleza. E estava seguro que a vida do saber era dignidade, reconhecimento social, etc. É isso aí, pensava eu. Tirei ?10?. Sentia-me, como dizem, o papa da filosofia pura, a vida. Por isso lamentava por não ter me tornado um ?juiz de Direito'!

Mas - explica a Física ? o mundo acelerou, ou, aceleraram-no! E, fenômenos que antes eram raros começaram a ser freqüentes e breves nesses últimos séculos! Por exemplo, Tsunamis eram raras. Mas surpreendeu ilhéus do Oceano Pacífico na véspera do natal, ocidental. Quem não lembraria? Os sobreviventes, em um dia, de repente, se acharam vagando desolados sobre os restolhos do que antes era suas casas, sua cidade.

Fenômenos causadores de hecatombes estão ocorrendo mais na atualidade. E tem sido motivo de alerta. O homem - para quem acredita que é isso - está interferindo nas forças que regem o mundo, causando um movimento ?alteradamente acelerado?! Poucos entendem o comportamento dessas tormentas que proporcionam escombros ante aos quais olhamos pesarosos: uma catástrofe! Mas é assim como alerta a Ciência.

Poucos se dão conta de que as construções mentais mais geniais de hoje são, em potencial, escombros da ?acelerada rotação? do conhecimento de amanhã. O que ontem eram suntuosas construções do saber, agora olhamos perplexos para suas ruínas. Pensamentos antes bem estruturados entraram nesse redemoinho hodierno de fenômenos que destroem fundamentos tão rapidamente quanto foram construídos! E é difícil encontrar ? que se dirá juntar ? os pedaços do que restou.

Os construtores, ironicamente, como formigas parecem não ter consciência de que poderão andar entre as ruínas de seus feitos. E, de certo modo é bom que ajam assim. Porque se pensassem nessa perturbadora possibilidade, jamais veríamos tão magníficas construções. Edifícios que impressionam pelo formato e esmero da arquitetura e engenharia empregada. Certamente não o fariam se lhes antecipasse a sensação de perda. Ao contrário, ostentam a galhardia da esperança de que irão sempre comprazer-se na sua obra. Os Construtores do saber, também... A Física de Einstein parecia indestrutível, uma fortaleza até 1935. De repente o grande cientista do século XX viu-se no meio do ?tornado? da ?Teoria da incerteza? de Niels Born! Imaginem este texto... Por quanto tempo sobreviverá!

Os Movimentos ? até os sociais, os científicos; e outros, nem tanto sociais, nem científicos - no globo terrestre aceleram esses fenômenos. Hoje, enquanto os construtores ainda estão rascunhando ou arquitetando, já se prepara uma nova ?tormenta?. O saber, edifício da nobreza humana parece incólume no meio desses fenômenos (naturais?!) por causa da impressão que se tem de que ele pode ser ?desconstruído? e ?reconstruído? infinitas vezes! Mas há fenômenos no nosso Universo que nos fazem pensar sobre isso! Marte também teve - como a Terra, ainda - uma atmosfera! O ciclo atmosférico parece infinito! Mas ? a Ciência Explica ? isso é aparente, empírico! Que pode iludir os desprovidos de senso científico! Hoje não há sinais de vida no planeta vizinho! E, onde foi parar a fecunda Atmosfera daquele planeta? Bem, no "Espaço"! No nosso caso precisaríamos ?viver no espaço? sideral! Comprovado: morreu a Atmosfera de Marte!

Há poucos anos os castelos fortificados do saber eram motivos para ?ascensão social? para quem ? como eu ? associava o saber à dignidade da existência. Mas hoje em dia as tormentas da amoralidade ? para ser sincero, da imoralidade ? tem atingido até aos graus superiores do saber. Por exemplo, o envolvimento de juízes de Direito em escândalos insidiosos degradam o mérito do saber. E ?legalizar? o que é moralmente inaceitável, destrói seus valores. Fatos da atualidade como ondas impiedosas que tornam em pedaços os valores do saber: isso é uma catástrofe de proporções desmedidas! O saber que antes dignificava, flagrantes atuais deixaram ao postulante à Academia a tediosa e forçada sensação de: aprender só para sobreviver. Escala que "equipara o ?saber ao instinto", do inseto.

Quem aspira ao saber como a fonte para a vida (digna) deve também saber que não ficará ?pedra sobre pedra? que subsista a esses fenômenos. Os próprios ?pares? do saber militam contra sua dignidade.

Pode soar escabroso, ou ?escombroso, mas - dadas as mudanças repentinas que constroem rápido, mas que também, quase concomitantemente, destroem as construções - há sentido dizer para aqueles que labutam construindo sua dignidade pelo saber que eles poderão brevemente se deparar com um sentimento semelhante ao de quem perdeu o que construiu. E devem precaver-se de que num futuro próximo poderão sentir-se ?caminhando sobre as ruínas? das suas fortalezas, da sua Formação científica; da sua produção acadêmica. A sensação frustrante que sentimos quando vemos que: de tudo que tanto laboramos para construir sobraram 'só escombros?.

Realmente a 'desconstrução' do Conhecimento é a maior Hecatombe. E acontece no nosso dia-a-dia, aos nossos olhos!

Pereira, Armando de L. ? Belém-PA, 06/08/2011

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