Despedida



Despedida



Apartas-te gradualmente para um rumo incerto,
As tuas origens abandonas idónea.
A mágoa sufoca-me o espírito uno,
De uma lembrança impropriamente saudosa.

O dia dilui-se num pardo torpor,
O que me acrisola este pungente estado d?alma,
Em que conforto algum pode repor ventura
Face ao nosso separado fado.

Este grave e suave lusco-fusco
Análogo é ao meu estado d?alma,
E o termo deste dia estéril
É também afim a este fim atroz,
Entre nosso laço forte e meninil
Que jaz no crepúsculo deste dia.

Recordo-me agora ao tergiversar,
Da intimidade que entre nós subsistia
Brotava em mim um certo amar, e
Insisti que sem ti não sobrevivia.

Sem o teu grande sorriso radioso
Que faz esquecer a finitude,
Reinará a desesperança
E a crença de que tudo ilude.

Já começo a sentir o coração
A apressar depressa o passo.
Imagino o findado em opressão
E o pranto sai descontrolado.

Volteio de novo em desespero,
Ainda te vejo ao longe indistinta,
És como a manhã que vai longe,
Mas esta voltará ainda?

Adeus? Meu amor, até sempre,
Lembra-te de mim perpetuamente
Criatura da pureza eterna?
Adeus? Meu amor, para sempre...
Autor: João Bray


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