C.S.N., Ecos de uma Praxis Discursiva



Resumo:


O presente artigo, visa expor para análise, questões de ordem metodológica tratadas pelo filósofo francês Michel Foucault, tendo como parâmetro a discussão identificada na obra Arqueologia do Saber, procurando esquadrinhar uma linguística de ordem discursiva, reunindo fontes que possibilitem averiguar um desenvolvimento de caráter enunciativo, associado a uma conjuntura que viria corroborar uma contextualização disciplinadora.

PALAVRAS-CHAVE: C.S.N. ? Michel Foucault ? Discurso ? Volta Redonda




Introdução:


A partir da conjuntura analisada entre 1941 e 1964, com o marco em Volta Redonda de instauração da siderurgia, a presente análise, irá traçar uma gênese do cenário abordado, expondo o nome C.S.N. (Companhia Siderúrgica Nacional) que aparece na contextualização discursiva da época, conforme relatos de engenheiros, operários e discursos governamentais, demonstrando quem profere o discurso.
Como resultado, a influência discursiva exposta que passaria a fazer parte de uma normatização no sentido de uma expectativa de industrialização e modernização nacional, tendo como legitimação discursos que viriam corroborar este "novo elemento" (C.S.N.), concomitante a isso, diversas esferas demonstram a emergência do objeto mencionado, refletindo assim as relações discursivas que vão desde as prerrogativas institucionais, até os substratos sociais.
O nome de uma empresa analisado sob a perspectiva relacional discursiva, devido às inter-relações de confrontamento entre os discursos analisados, criaria a princípio uma ordenação a partir de si, tendo uma formatação a posteriori em decorrência de sua apresentação e legitimação, facultando uma contextualização orientada per se, tendo em vista a demarcação espaço-temporal do objeto e o redimensionamento de uma reestruturação discursiva.
Pode-se imaginar que a análise começa pelo objeto e termina por ele, ou seja, utiliza-o dentro de uma lógica relacional, tornando-o auto-sustentável posteriormente, pois, se antes o utilizamos como identificador, após legitimado, passa a ser nosso objetivo, tornando-se a referência em si.
Como uma cidade incorpora um nome, CSN no caso, em sua ordenação discursiva, tornando communis opinio, até mesmo pela conjuntura em que é moldada, tendo uma população diretamente ligada ao ordenamento industrializante, sendo imprescindível em relação ao projeto idealizado de siderurgia pelo então presidente Getúlio Vargas, agindo conforme a lógica fabril, inclusive no âmbito doméstico, resvalando o discurso do âmbito público ao privado.
Emerge a seguinte problematiczação: após a construção da C.S.N. (Companhia Siderúrgica Nacional) e em meio a perspectiva de "progresso" no Vale do Paraíba em 1941, em que medida o imaginário social fluminense, presente nos discursos analisados, desenvolveu-se neste contexto de expectativa em relação a um progresso até meandros de 1964, devido a versatilidade das relações que emanam da prática discursiva selecionada neste trabalho.
As diversas camadas interpostas e sobrepostas demonstram, conforme exposição em "A Arqueologia do Saber"(FOUCAULT,1972)., toda a variabilidade de fenômenos manifestos no campo discursivo, tendo por lógica dedutiva uma certa construção epistêmica pautada em uma problematização do saber e suas formas de disciplinaridade, criando um ordenamento multifacetado por relações de poder patentes ao discurso.
O presente artigo pretende, através de uma praxis de análise contextual, demonstrar a versatilidade discursiva e a variabilidade demonstrada em diversas esferas apresentadas pela pesquisa bibliográfica que teve como mote o nome C.S.N., balizada por uma teorização foucaultiana que visa observar rupturas epistemológicas, assim como, possível influência manifesta nas relações sociais.
Longe da presunção de apresentar uma argumentação que consiga elucidar de forma completa a conjuntura aqui apresentada, de forma fragmentada e limítrofe, o presente trabalho apenas possui como intuito uma análise contextual, com a pretensão de acrescer pesquisa ao campo historiográfico, fomentando uma hermenêutica em um processo de construção epistemológica, como acréscimo material à pesquisa científica, pois, conforme exposição de Luiz Costa Lima, acerca da relevância contribuinte de uma obra :

"Como qualquer narrativa, um livro não tem fim; apenas ganha um ponto de suspensão. Um livro tampouco principia por sua primeira frase: esta remete a constelações doutras, assim como a constelações de vozes esquecidas, lembradas ou sequer ouvidas. Todo livro é o produto de múltiplos e dispersos diálogos, muitos dos quais o próprio autor ignora."(LIMA,1989:7).

Ainda lidando com a contradição analítica em que o sujeito que pesquisa, coloca-se ou imagina-se aparte da realidade analisada, na busca de desvincular-se do objeto, para fidedignidade analítica, mesmo negando a si, expõe Luiz Costa Lima de forma arguta:

"Curiosa ou estranhamente, o historiador nega sua historicidade para que se mostre como diáfano servo da verdade; para que melhor firme seu lugar na hierarquia dos saberes, nega a influência de seu lugar mundano; intemporaliza a razão para que se tenha como por ela trespassado." (LIMA,1989:22).

Deste forma, esta análise discursiva demonstra uma metodologia, que embora não possa negar a proximidade entre pesquisador e objeto, procura cercar-se de um instrumental teórico que possibilite não uma perspectiva individual que encerra em si, tendo relevância social por sua demonstração de resultados baseados em dados obtidos através de minuciosa pesquisa.



Capítulo I


1.1. Um Cenário Que Se Apresenta. (De onde Fala.)

Dentro do cenário que esta pesquisa foi relizado, temos a princípio a história do município de Volta Redonda:"...nome oriundo do acidente geográfico do Rio Paraíba conhecido em 1744."(COSTA,1975:7)., que em sua gênese etimológica já vislumbrava uma trajetória atípica, conforme a geologia fluvial que a inspirava, não mais desejando restringir-se, necessitando a emergência de sua independência:"Em 1874 nascem os primeiros anseios separatistas dos habitantes de Santo Antônio de Volta Redonda." (COSTA,1975:12), destacando-se no território denominado Vale do Paraíba, integrando a composição da Região Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro.
Em 17 de julho de 1954, Volta Redonda se emancipa, não sendo mais distrito do município de Barra Mansa, alavancada pela construção da C.S.N., considerada o "Eldorado " brasileiro, seria uma cidade que, pós período emancipatório, viria tornar-se marco na história do Brasil. Sob a perspectiva de um objeto inserido em sua conjuntura, a empresa estatal C.S.N., que passaria a nortear as perspectivas do até então "modesto município", desempenhando um papel de ordem internacional e "modernista" em um processo de industrialização, mesmo que tardio, desenvolvido no início do Século XX e que havia se espalhado pela América Latina.
Diante de tal conjuntura um nome que já havia emergido no cenário nacional, surge nesto novo momento com muita influência, Getúlio Vargas, tornando-se peça essencial em uma lógica estrategista de "desenvolvimento" brasileiro, repercutindo no cenário internacional, conforme fenômeno pós Grande Depressão que visava reestruturar os países da América Latina, adotanto políticas de cunho ditatorial:


"No Brasil, a Depressão acabou com a oligárquica ?República Velha? de 1899-1930 e levou ao poder Getúlio Vargas, mais bem descrito como populista-nacionalista. Ele dominou a história de seu país pelos vinte anos seguintes." (HOBSBAWM,1995:110).

Getúlio Vargas, vislumbrava uma transformação nacional sob uma perspectiva que perpassava os meandros da industrialização, acreditanto no progresso alicerçado pelos Bens de Produção, tendo como consequência o desenvolvimento do PNB (Produto Nacional Bruto) e PIB (Produto Interno Bruto):

"Em 1930, no discurso proferido na Esplanada do Castelo no Rio de Janeiro, Getúlio Vargas afirmava que ?o surto industrial só seria possível quando o Brasil estivesse habilitado a fabricar a maior parte das máquinas que lhe são indispensáveis". (COSTA,1975:15).

Tal projeto de industrialização contou com um aparato técnico-burocrático para corroborar as expectativas "auspiciosas", ou seja, consideradas de grande relevância a atual conjuntura do país, segundo Getúlio Vargas, visando um alicerce científico para corroborar o discurso a respeito das vantagens de tal projeto, conforme declaração de Edmundo Macedo de Soares:

"Fui convidado a participar, juntamente com técnicos e personalidades da vida pública brasileira, do debate sobre o problema siderúrgico no âmbito do Conselho Técnico de Economia e Finanças.(...) Uma de suas atribuições era permitir parecer sobre os diferentes projetos relativos à implantação da grande siderurgia no Brasil e à exploração em larga escala do minério de ferro, temas que eu conhecia de perto há muito tempo." (SOARES, 1998: 76).

Desta forma, a indústria brasileira seria construída a partir de incentivo financeiro estrangeiro, com capital investido dos EUA, no intuito de fornecer matéria-prima aos norte-americanos, tendo em vista a demanda recorrente à Segunda Guerra Mundial, o que estreitou os laços entre os países negociantes, inclusive com a transição de empresas estrangeiras no território nacional para avaliação da viabilidade do projeto através da Comissão Mista :

"O relatório conjunto, que foi entregue no final de outubro de 39, recomendava a construção de uma usina siderúrgica com capacidade inicial de 285 mil toneladas anuais e que produziria perfis, trilhos, chapas e ferro gusa. (...) Cheguei à conclusão de que a reunião das matérias-primas a serem utilizadas na usina teria um custo menor em Volta Redonda." (SOARES, 1998: 82 e 83).

Assim, procurava-se explorar geográficamente, um cenário que atendesse a logística deste projeto industrial que era a construção da C.S.N., onde pudesse instalar a indústria, atender interesses políticos e obter um custo menor para extração de matéria-prima, onde destaca-se:"Uma vantangem importante de Volta Redonda era o custo do frete do minério de ferro que vinha de Minas, bem mais barato para lá do que para o Rio." (SOARES, 1998: 88 e 89).
Assim, Volta Redonda passará a compor um cenário que modificaria sua projeção nacional, servindo de parâmetro a um projeto de emancipação modernista que se construira a partir do governo de Getúlio Vargas, sendo pioneira em um processo de industrialização que serviria como base do modelo de Estado idealizado pelo então presidente:

"Volta Redonda será um marco da civilização brasileira, um exemplo tão convincente, que afastará todas as dúvidas e apreensões acerca do seu futuro, instituindo no Brasil um novo padrão de vida e um novo futuro, digno de suas possibilidades." (BEDÊ,2004:31).

Por este prisma, Volta Redonda assumia uma relevância considerável no cenário nacional, alavancada por um projeto governamental de implantação da industrialização, fortalecendo sua estruturação econômica que se baseava a partir deste momento na siderúrgica construída, além de destacar sua influência política por tamanha responsabilidade municipal em abrigar um patrimônio nacional.
Tendo sob as perspectivas mencionadas até aqui uma gênese da chamada "Cidade do Aço", instaurando-se o projeto getulista de industrialização, alavancando um ideário de "desenvolvimento nacional", balizado por um forte sentimento nacionalista que havia se repercutido a partir da Europa, assim como o dito Terceiro Mundo era tomado por uma onda de governos militarizados e centralizadores.
Até aqui apresentou-se o cenário ao qual esta pesquisa se limitou, devido a importância de apresentar o espaço onde desenvolve-se a rede discursiva, podendo dentro da lógica espaço-temporal, posicionar a narrativa discursiva, conforme as palavras de Michel Foucault:

"Fazer aparecer em sua pureza o espaço em que se desenvolvem os acontecimentos discursivos não é tentar restabelecê-lo em um isolamento que nada poderia superar; não é fechá-lo em si mesmo; é tornar-se livre para descrever nele e fora dele jogos de relações." (FOUCAULT,1972:41)

Desta forma, o cenário se torna vital, por ser um campo margeador da rede discursiva que está sendo analisada, demonstrando uma localização espaço-temporal que legitima o objeto da análise pela exposição de onde podemos encontrá-lo, fixando um recorte, ou seja, uma área limitada que servirá de base para o desenvolvimento de uma problemática, destacando a realidade que deverá atender a específica orientação espacial para focar dentro de uma amplitude conjuntural, um momento que seja fragmentado e com isso possa ser científicamente observado dentro de um arcabouço metológico.




Capítulo II


2.1. Em Busca da Legitimação Discursiva.(Quem Fala.)

Em meio a emergência de um discurso nacionalista, visando o "desenvolvimento" de um país em ascensão, criava-se um ideal de industrialização, salientando a importância dos bens de produção, fortalecendo o vínculo entre a grande massa que comporia a mão-de-obra fabril o Estado como tutor e gestor. Pois, com as relações de poder exercidas de forma verticalizada, torna-se primordial o aval, dentro de uma lógica discursiva, da instituição estatal, auferindo a adesão de seus correligionários, com intuito de atender a atmofesra populista que se ramificava pela denominada América Latina.
Observa-se que seria ingenuidade admitir uma postura governista maniqueísta acerca do controle sobre as massas populares, não cabendo mais análises tão simplórias, tendo em vista a complexidade cultural que emerge da sociedade, como a sua diversidade e legitimidade, devido a uma autenticidade das diversas esferas sociais, não passando de um preconceito aristocrático a concepção de que: "...a passiva adequação aos subprodutos culturais distribuídos com generosidade pelas classes dominantes."(GINZBURG,1987:24)
Ocorrendo o que Carlo Ginzburg chama de Circularidade Cultural, ou seja, uma assimilação mútua de culturas, entre classe dominante e subalterna, ocorrendo reciprocidade de influências com trocas significativas a ambas, dismistificando o papel de apatia das massas populares.(GINZBURG, 1987: 15-34)
Todavia, a utilização do elemento estranho, ou seja, a indústria, que viria modificar de forma radical a não tão distante emancipada Volta Redonda, precisaria ser assimilado e a divulgação massiva, através de propaganda radiofônica, televisiva, além de toda uma parafernália de marketing, procurava familiarizá-lo, conforme exposição de Edmundo Macedo Soares:

"Em janeiro de 41 o Getúlio autorizou por decreto a Comissão Executiva a promover todos os atos necessários à constituição da companhia, e o Ministério da fazenda a integralizar o capital pelo Tesouro Nacional; em 9 de abril a companhia foi finalmente criada."(SOARES,1998:95)

Tal indústria, traria em seu bojo um nome, C.S.N., que tomava vulto a medida que sua exposição adentrava os domínios outrora agrários, reinvindicando uma insurgência industrial com auspícios metropolianos, alimentados pela figura de Getúlio Vargas e seus pronunciamentos loquazes, conforme exposição de Regina L. Moreira:

"Diante do empreendimento de tamanha magnitude, como o que aqui estamos realizando, não posso ocultar o meu entusiasmo patriótico e a minha confiança na capacidade dos brasileiros."(MOREIRA apud BEDÊ,2004:52).

Desta forma o incentivo federal ao domínio público para que pudesse assimilar tamanhas transformações, estava alicerçado por uma política de aproximação, onde a figura do então presidente tornava-se corriqueira no interior sul fluminense, reforçando o vínculo entre o povo e o Estado, inclusive com adoção de medidas intervencionistas:

"Dias antes da constituição da CSN, o governo autorizou não só os institutos dos industriários, dos comerciários e dos bancários, mas também a Caixa Econômica do Rio e a de São Paulo, a subscrever ações preferenciais da companhia."(SOARES,1998:97).

Assim, a etapa inicial progredia, o nome C.S.N. havia sido apresentado, também "apadrinhado" por um Estado nacionalista, reforçado pela figura do "soberano populista" Getúlio Vargas. Afinal, nas palavras do filósofo francês Michel Foucault: "...o discurso ? como a psicanálise nos mostrou ? não é simplesmente aquilo que manifesta (ou oculta) o desejo; é, também, aquilo que é o objeto do desejo..."(FOUCAULT,2007:10), por isso temos um lógica governista de divulgá-lo por mecanismos estatais que inclusive salvaguardavam-no diante dos mais incrédulos.
Além disso, o discurso também revela uma relação de poder exercida pelo Estado, evidenciando o desejo governamental de domínio e sua prática na sociedade, afinal: "...o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo porque, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar." (FOUCAULT,2007:10) Desta forma percebe-se a busca pelo domínio do discurso, por também compor uma esfera do poder desejado, aqui expresso em manifestações discursivas governamentais, aparadas pela linguagem técnica, visando demonstrar controle sobre o objeto exposto, ou seja, a C.S.N.

2.2. Assimilação Primária.

A forma como o discurso acolhe o enunciado que se apresenta como algo até então "estranho" a ele, demonstra uma tentativa de assimilação que visa certa familiarização entre as partes, favorecendo uma amálgama, que não se auto-consolida, pois conforme expõe Michel Foucault: "...o problema não é mais da tradição e do rastro, mas do recorte e do limite; não é mais o do fundamento que se perpetua e sim o das transformações que valem como o fundar e renovar das fundações." (FOUCAULT,1972:12) Assim, fica evidenciado que a tradição não seria suficiente para manter o discurso, mas sim a disposição conforme foi composta a ordem discursiva, sem uma consolidação fundante, mas sim com transformações que favorece inter-relações discursivas.
Diante da conjuntura exposta, percebe-se o prosseguimento ao ideal de "modernização ", criando uma emergência do discurso especialista, ou seja, do que possui o aval de técnicos especializados no assunto que pretende expor domínio, legitimando o novo objeto enunciativo que manifestava-se diante de um modelo "tecnicista ", onde o cientista era gabaritado a conceder certo aval aos projetos de âmbito técnico, de acordo com as insurgências do "progresso".
A princípio o discurso técnico exaltava o objeto que havia se manifestado ao discurso nacional, como demonstra o relato do topógrafo Antônio Freschi, nascido em São Paulo em 1915, que havia ingressado na CSN em 1942:

"No início de Volta Redonda, nós, os funcionários de uma certa categoria, não tínhamos ponto, bater cartão, esse negócio. Mas também não tínhamos horário, saíamos de casa sem hora para voltar. E todo mundo trabalhava e tinha noção de responsabilidade e de amor ao trabalho. E o entusiasmo nosso era ver a grandiosidade da obra. (?)Siderúrgica Nacional, ninguém sabia o que era siderúrgica."(FRESCHI apud ALBERTI,1999).

Não se pode descartar a influência discursiva, que já alterava a percepção dos técnicos em meio a perspectiva que o nome C.S.N. já causava na mentalidade da época, inclusive com a adoção do idealismo sem o rigorismo da experimentação científica, pelo êxtase causado em meio a própria transformação técnica que era almejada, conforme expõe o engenheiro metalúrgico Renato Azevedo, nascido em São Gonçalo do Sapucaí/MG em 1926, funcionário da CSN em 1941:

"Tinha o lado profissional e tinha o lado patriótico. (?) Eu me lembro que, quando diretor industrial, nós tivemos a oportunidade de criar um serviço psicotécnico aqui, e uma das atividades era fazer uma entrevista quando a pessoa se desligava da companhia, para saber o que ela pensava da companhia, o que ela achava de bom e de ruim. Isso era feito com pessoas de qualquer categoria: operários, técnicos?"(AZEVEDO apud ALBERTI,1999).

O quadro que compunha a disposição dos engenheiros, remetia-os a não mais projetarem, mas sim tornarem-se parte de um projeto, apêndices de tal manifestação discursiva, como se estivessem sido coopitados por algo exógeno a sua realidade, amalgamando-se a nova ordem que se estabelecia, coadjuvantes de um cenário universalista, conforme relato de Paulo Gomes Ribeiro, nascido em 1923 no Rio de Janeiro, funcionário da CSN em 1942:"Eu acho que a Siderúrgica ? e não é por mim, não, mas por todos aqueles que foram da fundação da companhia, de 42 em diante ?, a Siderúrgica teve o sucesso que teve porque foram esses pioneiros que fizeram a companhia."(ALBERTI,1999).
A exaltação discursiva repercutia em técnicos que abraçavam o ideal de modernização que pululava em meio as intricadas relações discursivas, onde o racionalismo se rendia a estética idealizante do nome C.S.N. que eclodia como se fizesse parte do que a cidade de Volta Redonda fora outrora, criando uma familiarização que obscurecia cenário rural Sul Fluminense, tornando-o inócuo:

"O engenheiro elétrico José Moraes, de Brasópolis, MG, nascido em 1922, que começou sua carreira na CSN em 1952, já em plena operação da usina, resume: ?A Companhia Siderúrgica para mim foi uma grande empresa na qual eu me projetei e me realizei, porque eu amava muito a companhia, assim como todo o funcionário da minha época. Também tinha-se aquele espírito de trabalho e de patriotismo, porque estava-se não só trabalhando para a Companhia Siderúrgica Nacional, mas também para o Brasil.?"(ALBERTI,1999).

Rosa Maria Bueno Fischer salienta um ponto importante a respeito de mesmo o conhecimento técnico, estar sendo diretamente influenciado por ideais que pululam dentro de uma perspectiva histórica, afinal de contas: As "coisas ditas", portanto, são radicalmente amarradas às dinâmicas de poder e saber de seu tempo." (FISCHER, 2001).
Não se pode esquecer a funcionalidade deste sujeito que fala, inserido em uma contextualização coadunada a uma conjuntura, recorrente a um processo que se manifesta em uma dinâmica que existe antes de seu conhecimento a respeito, conforme expõe Bakhtin: "Qualquer enunciação, por mais significativa e completa que seja, constitui apenas uma fração de uma corrente de comunicação verbal ininterrupta."(BAKHTIN,2004:123).
Esta ininterruptabilidade apresentada por Bakhtin, apresenta uma construção linguística que não deve ser condicionada por uma enunciação estanque, mas compondo uma realidade maior, resultante de processos que estão interligados dentro de uma perspectiva histórica, ou seja, transformando-se ao longo do tempo, compondo uma linguagem humana que acompanha a transformação social e adapta a insurgências conjunturais que serão apresentadas no decorrer da História.
Ainda focando o discurso nacionalista que foi apresentado e repercutiu em diversas esferas sociais, não se pode deixar de mencionar o chamado patriotismo, concebido no início do século passado de acordo com um modelo europeu que traria no bojo o nacionalismo que viria a posteriori em regimes ditatoriais, mas sim, com uma sofisticação denominada "patriotismo consitucional", conforme exposição de Jürgen Habermas:

"... demonstram que uma cultura política sobre a qual estão enraizados princípios constitucionais não tem de modo algum que estar baseada no fato de todos os cidadãos partilharem uma língua comum ou a mesma origem étnica ou cultural. Ao invés, a cultura política deve servir de denominador comum para um patriotismo constitucional que simultaneamente aguça uma consciência da multiplicidade e integridade das diferentes formas de vida que coexistem numa sociedade multicultural. (VIEIRA apud HABERMAS, 1995b, p.264).

Assim, temos um patriotismo influenciado por uma cultura política, integrando a multiplicidade social a um modelo cívico, não necessariamente restringido à concepções de ordem étnico-culturais, mas sim como representatividade política democrática, abarcando as nuances de ordem pública sem despersonalizar a pluralidade social.
As duas variações discursivas apresentadas até este momento demonstram, apesar de certa aproximação devido ao ideal "modernista" (FERREIRA,2001:64)., outro ponto similar que interessa a análise foucaultiana, uma ruptura epistemológica com o enunciado C.S.N. descompondo um cenário agrário e fazendo emergir um ideal industrial, desestruturando uma ordem discursiva, legitimando a linguagem técnica, ao mesmo tempo aproximando as "camadas populares" de uma exaltação ao famigerado nacionalismo (CHAUI,2000:9).



Capítulo III


3.1. Proliferação e Estímulos.(Como Fala.)

A análise foucaultiana, em busca de algo que ultrapasse limites de certas pré-determinações, contém certa forma revolucionária de estudo do objeto, procurando averiguar certas regras imanentes, criando uma compreensão pela disposição e movimentação dentro de um campo analítico, desta forma, cria conexões que estão contidas em um campo analítico, assim:

"Procuráramos a unidade do discurso junto aos próprios objetos, a sua distribuição, ao jogo de suas diferenças, de sua proximidade ou de seu afastamento ? em resumo, junto ao que é dado ao sujeito-que-fala: e fomos lançados, finalmente, a um relacionamento que caracteriza a própria prática discursiva; e descobrimos, assim, não uma configuração ou uma forma, mas um conjunto de regras que são imanentes a uma prática e a definem em sua especificidade." (FOUCAULT,1972:61).

Por tais aspectos, a apresentação do objeto se torna fundamental para compreender o cenário que está inserido, compreendendo as relações recorrentes na prática discursiva e seu caráter abrangente por interagir com diversos elementos que a compõe, como é o caso das diferenças e proximidades analisadas nas inter-relações internas e externas do discurso, ainda percebendo a restrição imposta por regras imanentes a formatação de caráter discursivo.
Da forma como o nome C.S.N. é inserido a partir de certa lógica governamental, posteriormente balizada pela discurso técnico, chegando a resultados manifestos em ressonâncias discursivas populares, demonstrando como a princípio se propagou tal enunciado, em um processo de amálgama que é legitimado pela communis opinio , facilitando "digerir" tal objeto estranho às práticas dicursivas até aquele momento.
Interessante observar que apesar da linguagem absorver, a posteriori propagar o discurso, ainda assim inova, por perverter a ordem anterior, concebendo novas formas que se estruturam a partir no novo alicerce, contrariando a apatia linguística, não sendo conforme a expressão de Dostoiévski (Recordação da Casa dos Mortos), "plágio mútuos", mas sim uma rede de reminescências que preenchendo lacunas, acaba percorrendo um campo de amplitude não mensurável, pelas aberturas que pululam em meio aos movimentos linguísticos.
Desta forma, o discurso alastrava-se em meio aos que almejavam adentrar o projeto industrial pioneiro no país, não de forma receptiva em meio a uma apatia social, mas sim dentro de uma lógica de assimilação dos ideais que ecoavam naquela conjuntura, criando um processo de permuta de interesses, conforme relato de Geraldo Carlos dos Santos: "Quando eu era criança eu via os homens trabalhando na construção da CSN, eu tinha vontade de tá lá..." (SANTOS apud DINAMARCO,2004). Pois, conforme exposição de Lucien Goldmann: "[...]toda verdade parcial só assume sua verdadeira significação por seu lugar conjunto, da mesma forma que o conjunto só pode ser conhecido pelo progresso do conhecimento das verdades parciais." (GOLDMANN,1979:5 e 6).
Assim, a parcialidade precisa de um reconhecimento coletivo, público, social, para ser legitimada na sociedade, o que remete a uma complexidade expositiva de um discurso que necessita ser absorvido, ao mesmo tempo, este conjunto legitimado se sustentará posteriormente por uma progressão de verdades parciais, que caminharão como um arcabouço de um conjunto estruturado.
Sob tais perpectivas, não podemos deixar de observar relações de poder que são manifestas de forma institucionalizada, onde não apenas o Estado procura atuar mantendo-se no poder, mas diversos grupos ou comunidades, manifestam uma forma de assimilação visando também resguardarem a identidade daquele grupo, seja atrelado a valores já existentes por forma de associação, como absorção de novos elementos que irão construir um novo sentido de coesão, conforme expõe Richard Chartier:

"Primeiramente, as operações de recorte e de classificação que produzem as configurações múltiplas graças às quais a realidade é percebida, construída, representada; em seguida, os signos que visam a fazer reconhecer uma identidade social, a exibir uma identidade própria de estar no mundo, a significar simbolicamente um estatuto, uma ordem, um poder; enfim, as formas institucionalizadas através das quais ?representantes? encarnam de modo visível, ?presentificam?, a coerência de uma dada comunidade, a força de uma identidade, ou a permanência de um poder. (CHARTIER, 2002, p. 169).

Através da perspectiva exposta por Richard Cartier, devemos atribuir Todavia, uma linguagem possui sua própria limitação, embora esteja envolvida em um processo conjuntural, não está livre de sua materialidade, em que obedece padronizações funcionais típicas de uma estrutura linguística, não se limita apenas a isso, mas não pode desprender-se disso, existindo um movimento de abstração apartir de perspectivas que surgem, ao mesmo tempo uma condicional física, criando um movimento pendular entre aquilo que é representado e a necessidade factual.
Por detrás de tais complexidades discursivas, existe algo que ultrapassa o caráter simplório e positivo de um "formalismo russo ", por expandir-se além de suas possibilidades literárias, lidando com a influência do sujeito que se depara com este objeto discursivo, interagindo, explorando as lacunas que se criam a partir de uma forma, não apenas nos espaços de uma semântica constatada, mas nos hiatos que são apreendidos em uma complexa hermenêutica, pois conforme as palavras de Michel Foucault:

"Surge assim, por detrás da história das positividades, essoutra, mais radical, do homem, ele próprio. História que concerne agora ao próprio ser do homem, dado que se verifica que não só ?tem? ele em torno de si ?História?, mas que ele mesmo é, na sua historicidade própria, aquilo pelo qual se desenha uma história da vida humana, uma história da economia, uma história das linguagens." (FOUCAULT, 1966: 480)

Portanto, o modelo da História rompe com as estanques positividades, explorando o universo humano com uma variabilidade típica do sujeito, lidando com conflitos que são característicos da condição humana e proporcionam ao observador que se deparara com este fenômeno, algo muito mais versátil. Ao mesmo tempo, aproxima o homem do campo de análise, mesmo lidando com abstrações que em um primeiro momento excluem a imagem da figura humana, reaproximando em um segundo plano, pela série de inter-relações que expõe o sujeito, outrora oculto.


3.2. O Poder do Nome (Etimologia)

Quando nos deparamos com um nome, ainda mais sendo referencial em uma elaboração discursiva, cabe uma interpretação acerca do sentido, sendo alicerçado por uma etimologia que visa auxiliar a compreensão do processo de assimilação de um determinado enunciado, que é manipulado pelo homem, tornando-o objeto passivo de uma rede de relações que não estaria passiva de um cogito referencial.
Mas não poderia deixar de ser obervado o enunciado CSN e sua forma de inspiração, pelo própria sentido semântico, muitos familirizam-se com este termo, sendo transmitido por um reducionismo que possibilita uma certa afetuosidade, onde o primeiro nome transforma-se em uma referência de aproximação entre uma empresa e o corpo de cidadãos que comporiam sua lógica de funcionamento, "companhia", era a forma designada de amenizar o embrutecimento enunciativo, o nome já sugeria uma forma de acolher, conforme relato de Nelson Penichi da Silva:

"[...]nasci em 5 de agosto de 1925, em Castelo, Espírito Santo[...]sai de lá dia... dia 12 de março de 1946, aí vim... Eu vim procurá trabalho né. Eu vim procurá trabalho né, aí vim aqui na Companhia. Ah... A notícia tinha corrido o mundo todo né... A Companhia Siderúrgica Nacional."(SILVA apud DINAMARCO,2004)

Como segundo nome do enunciado, Siderúrgica, temos a concretização o ideário modernista de industrialização, o modelo técnico se faz presente, demonstrando a valorização científica, conforme uma tendência cientificista que havia emergido em 1936 (HOBSBAWM,1995:525), pregando a ciência enquanto verdade inconteste, como havia ocorrido em relação a razão no Iluminismo de outrora.
Como terceiro elemento de composição do enunciado, temos a palavra Nacional, evidenciando o Estado e seu caráter nacionalista, balizando um empreendimento de tal vulto em uma sociedade que idealizava o padrão que repercutia pelo mundo ocidental, formando uma tríade semiótica, conforme exposição de Charles Sanders Peirce:



"Um Signo, ou Representante, é um Primeiro que se coloca numa relação triádica genuína tal com um Segundo, denominado seu Objeto, que é capaz de determinar um Terceiro, denominado seu Interpretante, que assume a mesma relação triádica com seu Objeto na qual ele próprio está em relação com o mesmo Objeto."(PEIRCE,1995:63)

A partir da semiótica peirceana poderíamos, em forma de analogia, adotar como um signo primeiro, a representação da idéia de empresa, com o termo aproximativo denominado "Companhia", que se relacionaria com o objeto vigente do sistema fabril abordado, exposto como "Siderúrgica", ambos resultando em uma terceira esfera da semiótica que é composta do interpretante que aparece como "Nacional".



Conclusão.

Tais aspectos iriam favorecer a elucidação da assimilação de tal forma enunciativa, composta por traços discursivos que paramentavam o governo vigente e sua rede de conhecimentos que se entrelaçam, onde se procura uma solidez em meio a catástrofe de duas guerras mundiais, sendo a segunda ainda vigente. Desta forma, o enunciado assume uma progeção por estar consubstanciado por elementos conjunturais que favoreceram seu desenvolvimento e posteriormente uma certa autonomia no discurso que viria a posteriori, tornando-se referência, onde a própria cidade e estrutura social passariam a ser associados como a ele, como se nunca tivessem existido sem o mesmo.
Assim, o enunciado C.S.N. aparecerá posteriormente à sua assimilação, como algo familiarizado, sendo absorvido e reproduzido dentro da sociedade, com destaque a uma dependência do foco de sua proliferação, a cidade de Volta Redonda, onde o mesmo passa a representar o que Eric Hobsbawm designa como "tradição inventada":

"Por ?tradição inventada? entende-se um conjunto de práticas, normalmente reguladas por regras tácita ou abertamente aceitas; tais práticas, de natureza ritual ou simbólica, visam inculcar certos valores e normas de comportamento através da repetição, o que implica,, automaticamente; uma continuidade em relação ao passado."(HOBSBAWM,1997:09)

Portanto, o enunciado seria o elo que favoreceria o desenvolvimento de uma invenção da tradição que é moldada, por ter sido introjetado no imaginário voltaredondense, demonstrando uma forma volátil de adequação social: "O termo ?tradição inventada? é utilizado num sentido amplo, mas nunca indefinido." (HOBSBAWM,1997:09) Demonstrando certas regras que delimitam a abrangência desta tradição falseada, sendo muito bem estruturada dentro de uma lógica das relaões de poder.
Ainda, poderia se questionar o curto período temporal em que se deu tal processo que desencadeou o surgimento deste enunciado e sua repercussão como "tradição inventada", o que seria constatado pelo poder de influência deste enunciado e a conjuntura em que se desenvolveu, e Hobsbawm explicita com clareza a respeito de tais tradições:

"Inclui tanto as ?tradições? realmente inventadas, construídas e formalmente institucionalizadas, quanto as que surgiram de maneira mais difícil de localizar num período limitado e determinado de tempo - às vezes coisa de poucos anos apenas ? e se estabeleceram com enorme rapidez.."(HOBSBAWM,1997:09)

Desta feita, o enunciado C.S.N. aparecerá posteriormente à sua assimilação, como algo familiarizado, sendo absorvido e reproduzido dentro da sociedade, com destaque a uma dependência do foco de sua proliferação, na cidade de Volta Redonda, tornando-se uma referência que dispõe de uma autonomia característica do desenvolvimento enunciativo frente a uma legitimação outorgada pela prática discursiva e absorção social.



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