O que Mata é o que Faz Viver
O burro e o peixe morrem pela boca,
peru e bacalhau marinando, de véspera.
O preocupado, pela toca,
o distraído, pelo destino,
o presunçoso se dilacera
pela indiferença.
O herói morre por toscos,
o pueril, de desilusão,
o desprezado morre de falta
de amor próprio.
O impetuoso morre de pressa, logo,
o cauteloso, lentamente, de amargura,
o controlado, de isolamento,
o perdido quase nem viveu.
O pragmático perde pela teimosia,
o iludido, pela simples passagem do tempo.
O perdedor, pela própria derrota,
o indeciso morre de melancolia,
o vencedor, de nostalgia.
Nossa prece falece
de egoísmo pelo pedido parcial,
já o filósofo ateu, pela soberba.
Esse tempo físico, pela morte,
a morte, pela vontade de viver.
O político, pelo seu nome,
o artista, pela autocrítica,
o hipócrita, pelo consumo,
morador de rua de metrópole,
por nada.
A paixão se consome de sede,
o amor morre de fome.
Todos os desnutridos do mundo,
por tudo.
19.04.2011
Autor: Roberto Jr Esteves Siqueira
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