DROGAS, TRÁFICO E JUSTIÇA NO BRASIL



DROGAS, TRÁFICO E JUSTIÇA NO BRASIL

A questão das drogas ilegais no Brasil tem sido alvo de constantes e acirrados debates e milionária tem sido a campanha de combate ao tráfico e comercialização destes produtos.
É interessante afirmar que o Brasil teve um aumento considerável na população formada por consumidores de diversos tipos de drogas ilegais, entretanto é bom salientar que extremamente maior é a proporção no aumento de consumidores das chamadas drogas legais.
Se fizermos um estudo mais aprofundado, descobriremos que no Brasil a quantidade de dependentes químicos e usuários de drogas legalizadas são pelo menos algumas dezenas de vezes maior que a de dependentes químicos e usuários de drogas ilegais.
Sim, é verdade, pois as chamadas drogas legalizadas vendidas em estabelecimentos farmacêuticos têm efeitos devastadores na saúde da população, tal qual às demais.
Existem países no 1º Mundo que há muito tempo deixaram de proibir o uso de drogas pela população, partindo da premissa da liberdade individual para cada cidadão. O usuário pode adquirir estes produtos em qualquer estabelecimento farmacêutico sem grandes restrições.
É bom salientar também que estes mesmos países combatem o comércio ilegal de tais produtos, punindo severamente os infratores.
Incrível, mas é a pura verdade. A questão do tráfico daquilo que chamamos de drogas ilegais é algo que deve ser amplamente discutido, pois muitas vidas foram ceifadas por conta deste delito.
O tráfico de drogas ilegais tem movimentado grandes fortunas e alimentado um comércio paralelo que tem deixado muita gente financeiramente estabilizada.
Desde os primórdios que o consumo de drogas ilegais é muito comum entre as classes sociais de nível A e B. O que ocorreu atualmente foi a popularização destes produtos que os tornou mais baratos e acessíveis para as classes C e D.
É impossível acreditar que o mercado milionário formado pela comercialização de drogas ilegais esteja sob o controle de indivíduos de pouca formação social, educacional e até mesmo econômica.
Um bom observador social, perceberia logo ao chegar em alguns pontos de produção, distribuição e comercialização de tais produtos que há um grande equívoco entre o que se diz e o que se vê.
É preciso observar, analisar e tirar conclusões com grande cautela, pois um mercado com grande potencial econômico, jamais estaria sob o controle de delinqüentes, cuja formação os impediria de estabelecer relações comerciais que atravessam fronteiras municipais, estaduais e até mesmo internacionais.
O primeiro passo para combater o tráfico das drogas ilegais, consistiria em retirar todas as forças policiais das regiões supostamente óbvias para este tipo de comercialização e usá-las para desenvolver um trabalho de inteligência policial sério e competente com o intuito de traçar o perfil real de todo o mecanismo que envolve este tipo de transação.
É preciso observar este fenômeno de forma científica, para então traçar uma política séria e eficaz de saneamento da questão.
Somente assim, teremos grandes transformações na política de combate ao tráfico e consumo de drogas ilegais no Brasil.
Ou então levar adiante a campanha de liberação do consumo de drogas atualmente ilegais no Brasil, para alegria e satisfação dos dependentes químicos e obviamente daqueles indivíduos que controlam o comércio destes produtos, confortavelmente protegidos e muito bem guardados por trás de cortinas de ferro, bem longe das periferias, guetos e favelas de nossas urbes.
A Justiça Brasileira por sua vez, deve se empenhar de forma intensa neste trabalho de estudo, análise e propositura de ações que contribuam de forma positiva para transformar o quadro atual que envolve tão importante questão.
A questão da ilegalidade e da legalidade do consumo deste tipo de droga deve ser analisada com imparcialidade, pois a realidade brasileira é totalmente diferente do resto do mundo e nem de longe poderemos usar a experiência de outras nações como exemplo.
Uma coisa é notória: a droga em si, tal qual um veículo ou uma arma, pode ser manipulada da forma que o usuário bem entender e a sociedade precisa entender que cada cidadão dever ser responsabilizado pelos seus atos, independentemente do seu estado de sobriedade ou não.
Não adianta condenar uma droga, seja ela legal ou ilegal pelas ações delituosas. É preciso sim, condenar o respectivo usuário pelo delito cometido.
É válido afirmar que de certa forma a Justiça vem atuando junto a alguns usuários e admoestando outros com penas e sanções de acordo com a gravidade de seus delitos.
É preciso deixar bem claro que o Brasil avançaria de forma considerável na redução da violência, ocasionada por conta da droga, desenvolvendo ações políticas capazes de amenizar e até mesmo extinguir o problema e quem sabe, tornar livre a sua comercialização.
Finalmente o poder público não deve abrir mão de campanhas de advertência e conscientização junto ao cidadão sobre os danos e riscos ocasionados pela utilização de tais produtos.


JOSE STENIO NEVES GAMELEIRA
Educador

Autor: Jose Stenio Neves Gameleira


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