DINHEIRO DE PLÁSTICO: A APLICABILIDADE DA TECNOLOGIA DO CHIP INTELIGENTE



DINHEIRO DE PLÁSTICO: A APLICABILIDADE DA TECNOLOGIA DO CHIP INTELIGENTE Elanir Fernandes Cardoso Bibliotecária. Especialização GTI/ESAMAZ/CPÓS - Fonocentro Nelcily do Nascimento Gama Bibliotecária. Especialização GTI/ESAMAZ/CPÓS - Fonocentro Rosiane Gonzaga Garcia Bibliotecária. Especialização GTI/ESAMAZ/CPÓS - Fonocentro Lázaro Moraes Barbosa Analista de Sistema - DBA Orientador Aureliano da Silva Guedes Trd.CI.UP-Portugal Coordenador do Curso de GTI Resumo: Apresenta a aplicabilidade da tecnologia do chip, considerando a utilização em smart card (cartão inteligente), para o que demonstra o surgimento, o funcionamento e, de forma geral a visão da sociedade em relação ao uso, enfatizando algumas das vantagens oferecidas, assim como as desvantagens, destacando em reflexão a segurança da tecnologia aplicada. Palavras - chave: Tecnologia. Smart card. Evolução. Summary: it is presents the applicability of the technology of the chip, considering the use in smart card (intelligent card), for what it demonstrates the appearance, the operation and, in a general way the vision of the society in relation to the use, emphasizing some of the offered advantages, as well as the disadvantages, highlighting in reflection the safety of the applied technology. Words - key: Technology. Smart card. Evolution. 1 INTRODUÇÃO O mundo vive em constante evolução de forma que tudo e todos que o compõem, faz parte desta evolução. Exemplo disso é a constante evolução vivida nos mais diferentes meios, dentre os quais encontramos a informática com sua múltipla transformação. É comum dizer que, o que hoje é atual em informática, amanhã estará ultrapassado. A globalização, a expansão comercial e o intercâmbio entre países, propiciou e contribuiu, para que houvesse um grande avanço tecnológico que vem se alastrando em todas as áreas do conhecimento humano. Não distante desse fervilhão de mudanças, encontramos a utilização dos smart cards ou traduzindo, cartões inteligentes, um dos mais comuns e utilizados símbolos da evolução tecnológica nos dias de hoje, e popularmente chamado "dinheiro de plástico". Quem hoje não tem um? Quem ainda não foi alcançado por tão grande benefício? Vamos conhecer as necessidades socioeconômicas que motivaram a utilização do dinheiro de plástico, assim como descrever as garantias e segurança do chip inteligente, compreender a evolução tecnológica para a criação do chip e conhecer as formas atuais de pagamento através do uso da tecnologia do cartão com chip. O artigo é um estudo de caso, explicativo descritivo, com relação aos meios de produção tecnológica do chip inteligente, caracteriza-se em bibliográfica, pelo emprego de materiais de acesso público, tais como livros, revistas especializadas, sites de tecnologia na internet, entre outros. Enfim, os cartões com tarja magnética estão com os dias contados com a entrada no mercado dos terminais móveis (P.O.S.), a disseminação do uso dos smart card vem sendo acelerada. A substituição dos cartões com tarja magnética pelos smart card estão sendo feitos de forma maciça, por garantirem maior segurança ao usuário durante a operação, além de agregar inúmeras outras funções ao plástico, que vão além das tradicionais operações de crédito e débito. O estudo do chip inteligente, assim como todas as tecnologias utilizadas na atualidade são aplicações do conhecimento científico, desta forma para o chip inteligente pode-se dizer que tais conhecimentos são usados não só para a melhor funcionalidade como também para maior segurança nas operações, considerando que o chip armazena um volume muito maior de dados. Para melhor entender esta tecnologia, faz-se necessário a análise dos termos que a compõem: Smart ? Self-Monitoring, Analysis, and Reporting Technology (tecnologia de auto-monitoramento, análise e relatório) ou S.M.A.R.T. é um sistema de monitoramento de discos rígidos que detecta e antecipa falhas através de indicadores de confiabilidade. Analisando os termos smart e card conjuntamente numa definição livre, sugere a tradução por cartão inteligente. Na concepção do Banco de Portugal (2009, n. p.) cartão bancário é definido como: [...] um instrumento de pagamento, geralmente sob a forma de um cartão de plástico, disponibilizado pela entidade emitente ao titular para que este, através do acesso a uma rede de telecomunicações e com base na conta a que o cartão está associado, adquira bens ou serviços, efetue pagamentos, proceda a levantamentos de notas e/ou realize outras operações. O Smart card bancário pode também ser entendido como um cartão que se assemelha em forma e tamanho a um cartão de crédito convencional de plástico com tarja magnética, diferenciando-se deste pelo chip que é embutido no mesmo. Worcman, colunista da revista Super Interessante (1998, ed. 126), resume o conceito redefinindo-o como um "cartão inteligente que vem com um chip capaz de processar dados". O site Patentes Online (2009) descrevendo sobre a regulamentação do cartão de chip, o define com um cartão que serve para realizar transações, nestas inseridas as unidades monetárias ou outros dados de valores, que representam direitos não monetários que são transferidos entre o usuário e o fornecedor de serviços ou são apresentados ao fornecedor de serviços para verificação dos direitos, sendo que o cartão de chip compreende uma memória, na qual os dados necessários para realizar as transações são armazenados. Pode-se conceituar também como um dispositivo existente nos cartões de crédito que possuem a função de agregar mais segurança nas transações de compra e saques. Outra definição diz que, é um cartão que contém um chip que gera e armazena certificados digitais, ou seja, informações que dizem quem você é. Quanto ao chip, o Banco de Portugal o define como um "dispositivo eletrônico que suporta informação associada ao titular, entidade emitente e tipo de cartão no qual está inserido e que permite, normalmente, a leitura e modificação dos elementos nele constantes. Nos cartões bancários tem ainda funções de segurança". 2 HISTÓRIA DO SMART CARD Segundo Worcman(1998) os cartões de crédito surgiram em 1914 através da companhia de telégrafo americana Western Union, que dava cartões de crédito a seus funcionários. Tais cartões eram de metal. A partir da década de 20, a exemplo da companhia de telégrafo, empresas privadas, como redes de hotéis e empresas petroleiras, começaram a emitir cartões para permitir que seus clientes comprassem a crédito nos próprios estabelecimentos. Worcman(1998) diz também, que a partir da década de 50 surge o Diners Club, um cartão confeccionado inicialmente em papel cartão, que trazia o nome do associado de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro. Tinha como finalidade precípua, que, de uma maneira prática os associados pudessem pagar suas despesas de viagens a trabalho e de lazer, diretamente aos estabelecimentos dos quais eram fiéis. A primeira idéia era criar um cartão de crédito "universal", ou seja, que pudesse ser utilizado em vários estabelecimentos diferentes. A moda pegou e a partir de 1955, a Diners Club passou a utilizar o plástico na confecção de seus cartões que se espalharam pelo mundo. Pode-se associar esta idéia aos tickets ou vales digitais, que são "trocados" por valores monetários, a fim de facilitar a negociação, já que os usuários não necessitariam transitar com dinheiro em espécie. O surgimento do chip para a utilização como cartão bancário, remonta a 1974, quando o jornalista francês Roland Moreno o criou a fim de possibilitar seu uso para estocar dinheiro e assim efetuar pagamentos. Worcman(1998) e que por volta de 1997 quando há alguns anos já era utilizado na Europa e Estados Unidos, os smart cards chegam ao Brasil e passam a ser utilizados como "moeda de troca" para pagamentos no transporte público brasileiro, já exercendo as funções de crédito e débito, a partir de então as instituições financeiras, os reais credores, expandiram sua utilização para outros serviços, com investimento em tecnologia para o aprimoramento dos cartões em virtude das inúmeras vantagens a eles associados. 3 A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO CHIP INTELIGENTE A tecnologia do smart card é dividida em dois tipos, a saber: com contato e sem contato. Matos (1997) esclarece a funcionalidade do smart card com contato, onde o mesmo "deve ser inserido num leitor com conexão direta a um micro módulo na superfície do cartão. É através desses pontos de contato físico que a transmissão de comandos, dados e status do cartão acontece". Enquanto que, em relação ao segundo tipo, sem contato ou contactless, a funcionalidade ocorre quando acontece a aproximação do cartão à máquina leitora, através de sinais eletromagnéticos. Matos (1997) comenta que; [...] um cartão sem contato exige apenas proximidade do leitor. Tanto o leitor quanto o cartão têm antenas e é através dessa conexão sem contato físico que os dois se comunicam. A maioria desse tipo de cartões gera e também usa energia interna desse sinal eletromagnético. Desde o surgimento dos smart cards, a tecnologia vem sendo utilizada para o desenvolvimento de cartões cada vez mais completos, ou seja, que não exerçam somente as funções primárias de crédito e débito, mas que também facilitem a sua utilização. Em referência a isso, pode-se demonstrar o grau de evolução que referidos cartões tem-se submetido. Segundo dados da Mastercard Chips (2009) a evolução dos cartões bancários deu-se da seguinte forma: a primeira geração dos cartões continha somente dados em alto relevo, na segunda foi criada a tarja magnética, a terceira e atual incorporou o chip. Há ainda no mercado, as opções que unem as características das três gerações, cartões com os dados do usuário em alto relevo, com a tarja magnética e com o chip, a fim de que os estabelecimentos que ainda não se adequaram a nova geração não deixem de efetuar as transações comerciais. Contudo, não deverá perdurar por muito mais tempo, considerando a evolução tecnológica. 3.1 TIPOS DE SMART CARD OU CARTÕES INTELIGENTES Os cartões inteligentes diferem quanto à memória e à forma de contato. 3.1.1 Quanto à memória Dividem-se em cartões de memória, cartões com microprocessador e cartões híbridos. a) Cartões de memória: armazenam informações e dependendo da tecnologia empregada, podem ser descartáveis ou reutilizáveis. Não há processamento no cartão e sim nas máquinas leitoras. b) Cartões com microprocessador: é considerado o "verdadeiro" smart card pois possui uma CPU com capacidade para efetuar comandos e uma área de memória para armazenar informações. É recarregável em terminais ATM, terminais específicos ou até mesmo através de computadores pessoais ligados à conta corrente do possuidor. Ao armazenar informações, impede o double-spending. c) Cartões híbridos: são aqueles que além do chip, possuem também tarja magnética. 3.1.2 Quanto à forma de contato Podem ser com contato, onde o acesso aos dados e aplicações do smart cards se dão através do contato físico com o dispositivo de leitura, que se comunica por sinais elétricos, ou sem contato (contactless), onde não há necessidade de contato físico. 4 UTILIDADE: VANTAGENS E DESVANTAGENS 4.1 AS VANTAGENS Os smart cards com chip funcionam utilizando uma criptografia única, ou seja, uma espécie de código que não apenas guarda as informações, mas também as processa. Após essas informações serem armazenadas o usuário passa o cartão em uma máquina leitora dos _______________________ 4double-spending- Duplicação da representação eletrônica, como um cartão ou e-money, e utilizar mais de uma vez, com esse duplicata os recursos disponibilizados originalmente. cartões com chip, a qual faz o reconhecimento das informações, autenticando-as através dos dados com uma assinatura digital, contida no chip. A autenticação é um método utilizado para a confirmação e/ou certificação de que o titular ou mesmo um usuário do cartão bancário pretende realizar determinada operação, que se dá através da introdução do código secreto ou senha. Em matéria da revista Super Interessante (Worcman, 1998), descreve que cada operação funciona como se fosse uma conversa criptografada, onde o código usado uma vez não funciona como se fosse uma conversa criptografada, onde o código usado uma vez não pode ser reaproveitado, esse dado não é visível ao usuário, faz parte da decodificação das informações. A criptografia funciona com a encriptação e decriptação dos dados onde, a encriptação é a transformação desses dados em códigos, o que garante a privacidade da mensagem e, a decriptação é a transformação de tais dados em forma legível, tornando possível a leitura dos dados por máquinas leitoras próprias. O?Brien (2004), descrevendo as medidas a serem tomadas para garantir segurança aos usuários de cartões de crédito, define rapidamente criptografia como codificar e embaralhar os dados que vão do cliente ao comerciante e vive-versa. Assim, é possível descrever alguns protocolos de segurança ou criptografia mais utilizados. Protocolo eletrônico, segundo Turban (2004), "[...] é um conjunto de regras e procedimentos que comanda a transferência de informações na internet. É também o software que ajuda na autenticação, na segurança e na privacidade". São estes: ? SSL (Secure Socket Layer) ? funciona criando a criptografia da mensagem. ? SET (Secure Eletronic Transaction Protocol) ? também é um software de criptografia, porém, segundo Turban (2004), incorpora assinatura e certificado digital. ? A criptografia oferece ainda uma maior vantagem, devido possibilitar o acesso das informações somente aos usuários autorizados, ou seja, aqueles que utilizam o software, pois a criptografia envolve o uso de algoritmos matemáticos especiais que transformam simples informações em códigos embaralhados antes que os dados sejam transmitidos, assim só consegue decodificá-los quem fizer uso do programa específico. Uma das maiores vantagens e ao mesmo tempo diferença do funcionamento do smart card em relação aos cartões com tarja magnética, é que a máquina do cartão com chip não emite comprovante para assinatura do usuário, nesse caso, o cartão é inserido em uma máquina e o titular digita uma senha para aprovação da transação comercial, onde em caso de compras o comprovante da operação é apenas para controle do usuário. A utilização do cartão com chip é parecida com a de um cartão convencional, ou seja, pode ser usado como meio de pagamento para comprar um bem ou contratar um serviço e, nesse sentido a funcionalidade acaba oferecendo maiores vantagens, considerando que esse tipo de cartão disponibiliza não apenas as opções de crédito e débito, pois uma instituição financeira pode, por exemplo, oferecer com o mesmo tipo de cartão, além destas opções, as funções destinadas aos clientes de poupança e que recebem do INSS, a certificação digital, ICP-Brasil (Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira), programa de fidelidade, vale pedágio, transações offline, dentre outros, o que o torna um cartão múltiplo ou de múltiplas funções. Em breve, essas formas de pagamento deverão fazer parte do nosso dia-a-dia, pois há alguns meses, cartões como estes estão sendo testados e ao invés de um, eles têm dois chips e uma anteninha embutida, que se comunica com o PDA ? ou a máquina utilizada pela loja. Para isso, basta que você aproxime os dois objetos. As aplicações são várias, por exemplo, o cartão de bilhete único agora pode ser substituído por cartão de crédito, o débito acontecerá automaticamente em sua fatura e você conseguirá estabelecer limites diários para gastos específicos. Dessa forma, minimizam-se os riscos de grandes rombos em sua fatura no caso de roubo. Algumas empresas também experimentam realizar pagamentos via celular, através da inserção de um chip, parecido com o do cartão, nos aparelhos telefônicos. E, de novo, basta aproximá-lo do PDA para que a transação seja efetuada. Estes sistemas já estão em uso na Ásia, Europa e Estados Unidos. No Brasil, segundo notícias em alguns sites de tecnologia está em fase de testes há a alguns meses e algumas lojas poderão no futuro disponibilizariam este sistema de pagamento para seus clientes. Isso prenuncia a utilização a curto prazo de um mesmo cartão para todas as necessidades do usuário, a exemplo do que já se fala em documentação pessoal (RG, CPF, título eleitoral, habilitação de motorista, entre outros) em um único cartão. O usuário não precisará ter um cartão para compra outro para saque, um para conta corrente e outro para conta poupança, pois um mesmo cartão passa a ser responsável por todas essas operações. Essa mobilidade das funções do cartão deve-se ao fato de que o cartão com chip tem maior utilidade que os antigos cartões com tarja magnética, para os quais cada um tinha uma funcionalidade específica. Os bancos objetivam que com a ampla troca dos cartões magnéticos para os cartões com chip ? o que já vem ocorrendo há algum tempo e, para o que os bancos vêm se preparando e investindo um número cada vez maior de recursos ? haja a possibilidade de gerir vários tipos de transações pois essas não necessitam ser autenticadas com conexão, o que as torna mais ágeis; maior eficiência nas operações entre sistemas bancários e circuitos de pagamento sem a vulnerabilidade da interrupção, pois não será necessária a utilização de um "tradutor" de determinado sistema de um banco, para o sistema utilizado por outro e; um padrão único para os cartões que eliminem a necessidade de terminais específicos para diferentes bandeiras, além das vantagens acima descritas que beneficiam não apenas o usuário como também a instituição credora, haja vista que haverá a comodidade de apenas um único terminal eletrônico, que servirá para todas as instituições. De uma forma abrangente, pode-se dizer que basicamente toda a sociedade faz uso dos smart card, porém esta informação não pode ser confirmada, considerando o grande número de pessoas que, mesmo na Era atual, continuam "alheias" às novidades tecnológicas. Dentre as muitas vantagens oferecidas pelos smart cards, podem ser destacadas as seguintes: Capacidade ? Como citado anteriormente o smart card torna-se um cartão múltiplo, e isso é possível devido à maior capacidade de armazenamento de informações. Como as tarjas magnéticas eram de pequena capacidade, as instituições financeiras forneciam um cartão para cada tipo de operação ou, no máximo aproximava uma ou outra funcionalidade, geralmente débito e crédito. Com a alta capacidade dos chips é possível armazenar dados como identidade, histórico médico, movimentação bancária e até dinheiro virtual, como já utilizado em alguns locais do País. Segurança ? Devido ao uso de sistema criptografado, fica mais difícil para que os cartões sejam clonados, reduzindo as fraudes e falsificações destes. Esse fato é uniforme na opinião das redes bancárias quando pesquisado sobre o assunto, pode-se verificar que tanto as detentoras das bandeiras de cartões, quanto as financeiras/credoras elevam a vantagem de que este sistema é mais seguro. Outro fator importante em segurança é que o usuário fica menos exposto aos perigos de andar com dinheiro em espécie, pois passa a utilizar para diferentes transações o "dinheiro de plástico". Mais comodidade ? Dispensam assinatura, o usuário só necessita digitar a senha e a operação será realizada, além disso, a autenticação da transação não precisa de conexão, como anteriormente onde se utilizava o telefone para efetuá-la, as informações contidas no chip são suficientes para garantir a segurança da operação, elimina tempo e não depende de autorização direta do banco. Praticidade ? A funcionalidade permite que as transações sejam efetuadas off-line, para determinados valores, mesmo com o sistema fora do ar, é possível aprovar a compra, pois não necessita obrigatoriamente estar conectado a um computador central. A utilização em massa do dinheiro de plástico, considerando que esta tecnologia agiliza o que era realizado manualmente ? o cambio, onde uma moeda era trocada por outra, isto é, a moeda de um país era trocada pela moeda de outro país. Com o uso dos cartões a instituição financeira realizará esta operação sem que o cliente necessite ir até a agência credora, pois a troca poderá ser feita ou realizada automaticamente em sua conta. Estratégia competitiva ? o fornecimento de um novo serviço por parte de uma rede bancária, "força" a concorrência a buscar a inovação também, assim, aquilo que antes parecia uma vantagem a favor da rede, acaba sendo a vantagem do cliente que vê uma vasta quantidade de produtos e serviços lhe sendo ofertado tendo assim a possibilidade de optar por aquele que melhor lhe convier. No entanto, a empresa que sair à frente e investir sempre em inovação e tecnologia, acaba se tornando líder em seu "nicho" de mercado, por incorporar em seu portfólio melhores serviços, considerando que as necessidades dos clientes são aprimoradas à medida que a tecnologia vai sendo desenvolvida. Um exemplo é o fato de que o usuário de smart card hoje, não precisa enfrentar filas nas agencias bancárias, porque com um simples acesso à internet é possível resolver seus problemas sem sair de casa. Pagar contas então, é só dá um click, e isso só se tornou possível devido ao aprimoramento das tecnologias utilizadas pelas empresas. Redução de custos ? ainda em relação ao exemplo anterior, as Instituições Financeiras, puderam reduzir custos com a implementação da tecnologia dos chips, pois os custos necessários para a fabricação de tantos cartões, tornaram-se dispensáveis com a utilização dos chips, que como se sabe assimilam uma quantidade inúmeras vezes maior de informações. As potencialidades dos cartões inteligentes são inúmeras. Podem ser utilizados em celulares para efetuar compras eletrônicas, como cartões de débito e de crédito, para identificação e controle de acesso, como suporte de documentos oficiais, para o armazenamento de dados e para assinar digitalmente documentos, como prova de sua autenticidade. 4.2 AS DESVANTAGENS Güentzel (2003) defende a idéia de que com a utilização da tecnologia dos smart cards: [...] a rede bancária repassa ao cliente a responsabilidade para realizar as mais diversas operações no auto-atendimento, tais como depósito em dinheiro e em cheques, saques, transferência de valores e pagamento de contas, agradando a muita gente, tendo em vista as facilidades oferecidas. Os principais objetivos das instituições financeiras com esta medida são: reduzir os custos operacionais com pessoal e diminuir as filas dentro das agências físicas e em conseqüência aumentar os lucros. Seu comentário demonstra uma grande vantagem para as instituições financeiras, porém por outro lado aponta uma desvantagem para o cliente que passa a ser o principal responsável pelas operações efetuadas. Fraudes virtuais - Mesmo com a crescente utilização de tecnologias para tornar o uso dos smart cards mais seguros, há uma preocupação de que quanto mais as tecnologias são reformuladas e reforçadas, mais os fabricantes devem estar atentos, a fim de ficarem sempre à frente dos fraudadores. Uma pesquisa feita pela Nokia Siemens com 9.2 mil pessoas de 14 países mostrou que usuários de internet são muito preocupados com o uso dos dados pessoais na rede. Nesse sentido a maior preocupação dos brasileiros na internet é com fraude em cartão de crédito ou de banco, sendo que no mundo, a maior preocupação é o roubo de identidade, seguido do acesso à conta bancária e fraude no cartão de crédito ou bancário. Por outro lado Terzian (2008), colunista do Jornal Valor Econômico, destaca que as fraudes aos cartões de crédito e de débito continuam a desafiar os especialistas, considerando dados da empresa Horus de São Paulo, empresa esta especializada em controle e prevenção de fraudes em meios eletrônicos de pagamento. A companhia tem um sistema de monitoramento que acompanha diariamente as notícias publicadas na imprensa sobre fraudes no segmento. O uso dos cartões com chip realmente tem dificultado em muito a violação dos dados, considerando que são criptografados. ARAÚJO JR(2006) nos relata que, Henrique Takaki, coordenador do Comitê de Segurança e Prevenção da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs), comenta em reportagem ao mesmo jornal que, essa tecnologia tem demonstrado sua eficácia tanto no Brasil como em outros países, "Até o momento, não há relatos confirmados de quebra dos protocolos de segurança desta ferramenta." diz ele. Porém, ele mesmo ressalta que ao mesmo tempo em que as novas tecnologias ajudam no combate ao crime, as técnicas utilizadas pelos fraudadores têm sido aprimoradas tanto no mundo real quanto no virtual. Tais observações devem-se ao fato de que se considera possível quebrar a segurança destes cartões, porém para isso, são necessários altos investimentos, por pessoas especializadas, desta forma os "carders", um tipo de hacker de cartões, estão valendo-se da vulnerabilidade deixada pelos usuários, concentrando-se cada vez mais em formas e meios de interceptar senhas, como por exemplo, com câmeras que colocadas em locais estratégicos captam a senha no momento em que o usuário a digita na máquina ou caixa eletrônico. Os próprios hackers continuam sendo uma ameaça, considerando que com o uso de softwares desenvolvidos por eles ou previamente criados, copiam dados saídos do teclado, ou seja, que em algum momento foram digitados pelo usuário e que permanecem na memória do computador, capturando desde pequenas e simples informações até senhas de bancos. Carmona (2007, p. 8), comenta que "[...] há um ano atrás, pessoas ou quadrilhas especializadas em roubos de senhas passaram a centralizar esforços no roubo de senhas eletrônicas ou de cartões de autoatendimento, utilizando a técnica de phishing scan ". O mesmo autor continua o comentário descrevendo que phishing scan é uma técnica que consiste em "[...] se passar por funcionário de um banco ou de uma instituição federal, como a Receita ou a Previdência Social, por meio de um e-mail, induzindo o usuário a entregar suas senhas [...]". Este tipo de técnica utiliza diversas formas de atrair a atenção do usuário, mas tem sempre o mesmo objetivo, desta forma os motivos podem ser desde um recadastramento até problemas com a conta ou com o governo e, oferece um link para que o usuário tenha acesso a essa pendência e resolva-a de forma mais rápida. Com a senha em mãos é só roubar o cartão e o acesso estará liberado. Segurança pessoal ? Algumas facilidades no uso dos cartões inteligentes, tais como: dispensa assinatura do usuário, limite financeiro disponível sem conexão a instituição bancária, ou de crédito, comodidade de uso somente para um cartão em todas as transações financeiras ou comerciais, nos fez refletir acerca dos seqüestros relâmpagos, que ocorrem e tem crescido nos últimos anos no Brasil, e podem vir a ser uma desvantagem pessoal a sua utilização crescente. Resumidamente, pode-se dizer que a tecnologia continua sendo utilizada pelos instituições financeiras a fim de desenvolver sistemas que produzam e aumentem a segurança das informações, mas também a especialidade dos golpistas vem aumentando, o que deverá de certa forma ser avaliada nesse contexto. 5 CONCLUSÃO Este artigo nos proporcionou melhor e maior compreensão sobre o tema estudado, pois buscou identificar a aplicabilidade da tecnologia no uso dos smart card, realizando para tal um breve estudo sobre os seus componentes, o histórico dos cartões e a evolução dos mesmos, bem como as vantagens e desvantagens referentes à sua utilização, observando a visão do usuário e também das instituições financeiras. Ao executarmos a pesquisa que nos levou à elaboração deste artigo, pudemos observar o quanto a tecnologia avança velozmente, considerando que as inovações são constantes, dessa forma é necessário que altos investimentos sejam efetuados a fim de que essas inovações sejam repassadas rapidamente para o consumidor final, porém o que se observa é que a velocidade da tecnologia não é a mesma de sua aplicabilidade. A evolução dos cartões demonstra de forma sucinta a transformação vivida em todas as áreas da tecnologia, assim, foi de grande importância apresentar ao leitor, em uma linguagem simples, as etapas ultrapassadas, que constituem o histórico da tecnologia e ainda apresentar-lhe a tendência desta evolução no que diz respeito às inovações em teste no mercado brasileiro, como é o caso do smart card sem contato aplicado em celular, relógios e chaveiros, que mesmo já sendo utilizado a algum tempo em outros países, vem sendo aprimorado, a fim de que a cada dia, as necessidades do cliente, sejam melhor satisfeitas. Considera-se que o objetivo foi alcançado, pois o estudo demonstra ao leitor que as vantagens do uso dos smart card são inúmeras, as quais foram citadas apenas algumas pois o estudo não tentou em nenhum momento eximir a verificação de outras, mas sim, demonstrar que mais uma vez a tecnologia é desenvolvida a favor da sociedade. Pode-se dizer que os autores pesquisados, tanto os mais antigos como os da atualidade, foram unânimes em disseminar as benesses, porém não eliminaram a questão da segurança por entenderem, assim como nós, que este é o foco de todos ? empresas e sociedade em geral. Para isso foi exposta neste estudo, a técnica de segurança mais utilizada pelos chips ? criptografia, o que demonstra a preocupação também dos fabricantes. É interessante observar que o objetivo inicial dos inventores dos cartões de crédito já era de promover um meio de pagamento que facilitasse as operações por parte de seus clientes, isso há várias décadas, imagine só se hoje eles pudessem ver a que nível seu invento chegou. É válido ressaltar que mesmo com os benefícios analisados ainda há lacunas no contexto social, pois a tecnologia por mais válida e bem vinda que seja, acaba por não ser absorvida por uma parte da sociedade, que devido à falta de oportunidade, instrução ou mesmo de recursos não a usufrui. Contudo, o melhor deste estudo é verificar que a tecnologia está e continuará em crescente desenvolvimento e que daqui a algum tempo, meses quem sabe, este assunto estará tão ultrapassado que fará parte apenas do histórico das sociedades, independente de quantos benefícios ofereceu ou mesmo de quantas pessoas alcançou, e esse, sem dúvida é o objetivo daqueles que trabalham por essa evolução que nada mais é do que o espelho do mundo. REFERÊNCIAS ARAUJO JR, José Tavares de. Progresso técnico e competição na indústria de cartões de pagamento. 2006. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2009. BANCO DE PORTUGAL. Cartão bancário. Caderno 6. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2009. CARMONA, Tadeu. Segurança e espionagem digital. 2. ed. São Paulo: Digerati Books, 2007. GÜNTZEL, José Blasio. Análise das dificuldades manifestadas pelo cliente na utilização do auto-atendimento bancário. 2003. 102 f. Dissertação (Mestrado em engenharia de produção) ? Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: . Acesso em: out. 2009. MASTERCARD CHIP. Chips. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2009. MATOS, Conrado Leiras. Smart Card. Disponível em: . Acesso em: out. 2009. O?BRIEN, James A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet. Trad. Célio Knipel Moreira e Cid Knipel Moreira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. PATENTES ONLINE. Cartão de chip e processo para o uso do cartão de chip. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2009a. PATENTES ONLINE. Chip para cartão eletrônico, e, cartão eletrônico. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2009b. TERZIAN, Françoise. Empresas tentam limitar prejuízos com as fraudes. Disponível em: . Acesso em: 12 nov. 2009. TURBAN, Efraim; MCLEAN, Ephraim; WETHERBE, James. Tecnologia da informação para gestão. Trad. Renate Schinke. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. WORCMAN, Nira. Um chip chamado dinheiro e carteira de identidade, habilitação de motorista, cheque, cartões de crédito... Revista Superinteressante. São Paulo, ed. 126, 1998. Disponível em: . Acesso em: out. 2009. ______. História e características dos cartões de crédito: cartões com chip e o padrãos EMV. Disponível em: . Acesso em: out. 2009. ______. HST fornece tecnologia para expandir smart cards no Brasil. 2006. Disponível em: . Acesso em: out. 2009.
Autor: Elanir Fernandes Cardoso


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