Um frágil tecido de tênues conjecturas



Um frágil tecido tênues conjecturas


Me amarrei nesta frase: "um frágil tecido de tênues conjecturas". Proferiu-a um renomado historiador inglês em aula inaugural da Universidade de Londres, em 1948. A aula intitulava-se História Econômica Antiga, cuja sustentação dependia da existência de dados numéricos. Não, é claro, exatamente dados estatísticos em sua acepção moderna (desvios padrão, análise fatorial, etc.), mas números, tabelas e gráficos.

Consternado, encheu-se o mestre de cautelas e declarou com honesta erudição aos discentes: "não existem estatísticas antigas", acrescentando que, por isso, projetos ambiciosos não conseguem ir além de "um frágil tecido de tênues conjecturas".

Se o leitor já assimilou o "me amarrei" com que abro esta nota, posso acrescentar que admirei a frase logo ao primeiro contato, atraído por sua fluência rítmica, e natural ajustamento desta ao conteúdo.

Por isso, a tenho repetido para mim mesmo, e insinuado vagamente em conversas, como a lhe pressentir entonações mais amplas: "um frágil tecido de tênues conjecturas".

Com a repetição, fui percebendo que a frase encerra verdades que vão muito além dos limites da aula inaugural de 1948, e da História Econômica Antiga. Dei-me conta de que se aplica com extraordinária justeza a tudo o que se tem dito da origem do mundo, da vida e do destino do homem.


Autor: Osorio De Vasconcellos


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