Argentina em três dias.



Era meu aniversário e de presente resolvi me dar uma viagem a Buenos Aires, bem paga com o meu suado mês de trabalho, e com a ajuda de desconto nas passagens, já que meu primo trabalha na Gol e ela gentilmente sede desconto a parentes de funcionários, e antes de mais nada, digo que a gol está de parabéns em sua aeronaves e seus sistemas de viagem a bordo, viagens internacionais bem roteirizada e organizada.
Não sou o tipo de pessoa que viaja com um roteiro, encontrei duas brasileiras que fizeram a viagem comigo, elas possuíam todas as informações do que fazer em Buenos Aires, restaurantes, lugares turísticos e grandes baladas, mas preferi seguir o instinto e a opinião da minha amiga que já estava morando lá, há três meses.
Sabia da Argentina toda a bagagem histórica da casa rosa e da era Perón, do panelaço da era Fernando Del La Rúa, em uma das crises mais agudas argentinas, um país com ares bem europeus e arquitetura semelhante, onde Ernesto Che Guevara nasceu. Um povo aguerrido no futebol, com traços indígenas, mas que também despontava alguns traços europeus e que ao lado do Brasil era a potencia da America Latina. Sabia do Caminito, onde o tango de rua se formava e Carlos Gardel que se dizia nascido em Buenos Aires com dois e meio de idade, mas como dizer que o próprio não é argentino, se sua imagem se confunde com a do país, e se ele é enraizado em sua cultura, El Morocho, como era conhecido, cantava pelos bares e cafés argentinos, com sua voz penetrante e sua sensualidade peculiar, Gardel que mais tarde faria dupla com Don José Razzano, seria o responsável por promover o tango e o tornar mundial conhecido.
É impossível não escutar "Mi Buenos Aires querido" e não querer ir para lá. "Mi Buenos Aires querido/ cuando yo te vulvar a ver/ no hablá más penas ni olvido". É impossível não lembrar essa musica passando pela praça 13 de maio, onde estão escrito os nomes dos presos políticos no chão.
O tango é favorável ao povo argentino, tem toda a intensidade e dramatização de um povo com sangue latino e lagrimas causada pela opressão política. Além dos dados históricos sabia que o Obelisco era o fim da nove de Julio, a avenida mais largada do mundo.
Ao chegar a Buenos Aires, já sentia a atmosfera do tango no ar, senti as semelhanças entre nossos países, os taxis saídos do aeroporto são caríssimos, então não se surpreenda ao se juntar a outro turista para dividir o preço do taxista, algo completamente normal em quase todos os países do mundo.
Cheguei sexta de tarde e o transito não me parecia caótico, sim tinha transito, mas nada comparado à paulista, ou as grandes avenidas de São Paulo. O centro não estava lotado, e uma rua de lá que parecia a 25 de março, mas sem ladeiras e carros passando no meio da multidão enfurecida por preços populares e produtos que não possuem reajuste de impostos. Era uma rua de comerciantes, existiam alguns produtos expostos no chão, artesanais, ou camisetas não oficiais, ou qualquer tecido, alguns pesos mais baratos. Não se iluda em achar que na Argentina, os brasileiros lucram com a valorização do real encima do peso, acabamos pagando o mesmo que pagaríamos no Brasil, cambiando os valores, saímos mais em vantagens nos free shops, onde pagamos produtos sem ajustes alfandegários e nem impostos, do que propriamente pelas ruas de Buenos Aires. A nove de Julio realmente é encantadora, dá vontade de percorrê-la a pé a observar a beleza de monumentos em suas praças e a arquitetura de seus teatros, o povo é bem receptivo aos brasileiros, a comida é um tanto sem sal, então reconhecemos brasileiros por colocar mais sal, afinal nossa culinária é mais temperada. As ruas ficam pouco movimentas nos finais de semana, pode-se passear livremente pelo centro, os restaurantes são charmosos, e os lugares noturnos bem parecidos com os bares e baladas de São Paulo, lá não a lei anti fumo, em Palermo se pode escutar boa musica eletrônica no Acrobar, mas se você quer se sentir perto do Brasil,vá ao Maluco Beleza, em Recoleta, onde a musica brasileira é bem valorizada, e o axé e o samba rock tomam conta dos dois ambientes. No centro de Buenos Aires existem varias casas de cambio, onde você pode estar sempre trocando seu dinheiro, mas o mais aconselhável são os aeroportos e bancos mesmo.
Ao andar pelas ruas da Nove de Julio, ou por Palermo, ou Recoleta, é fácil perceber o orgulho que os argentinos têm de sua história, vários monumentos de heróis nacionais, com gravuras de seus textos, e de como foram importantes para o país, há cinemas em vários lugares, aqui no Brasil não há mais muitas casas de cinemas, eles ficaram rotulados aos shoppings, em Buenos Aires eles estão pelo centro. Onde além de você poder assistir a um filme, também poderá comprar camisetas da seleção argentina, e cumbucas de chimarrão. Algo engraçado é que pelas lojas de esporte não havia camisetas do Brasil, a rivalidade é levada a serio lá, em quanto você encontra camisetas de todos os tipos aqui, lá só se vê as da Argentina estampadas para turistas ver e comprar.
Ainda a muito para conhecer em Buenos Aires, mas se você for ficar três dias, como eu, aconselho ver a casa rosada como um bom turista, a praça treze de maio. O caminito, tirar uma foto com o tango de rua, pois sem ser de rua é cobrado em dólar, comprar um cd de Carlos Gardel e andar pela nove de Julio inteira a observar com os olhos e o coração aberto.

Autor: Roberta Teixeira De Melo


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