O Trompete
Os trompetes de metal mais antigos não eram dotados de bocal; esta peça, que se inventou muito mais tarde, fundia-se com o tubo, do qual separou-se posteriormente. Hoje existem trompetes com o bocal acoplado ao cano principal, a exemplo de alguns modelos de trompetes da marca "Monette" e outros.
A maioria dos trompetes da antiguidade eram pequenos instrumentos retos, de madeira, bronze ou prata. Usado para exército e propósitos cerimoniais. No Egito, o trompete era um instrumento militar, também utilizado nos mistérios em honra do deus Osíris, considerado o seu inventor. Quando o túmulo do faraó Tutankhamon foi aberto, em 1922, foram descoberto dois trompetes retos datando aproximadamente de 1350 a. C.
No século XV, o trompete deixou de ser reto, pois os fabricantes descobriram um sistema para curvar o tubo, que teve primeiramente a forma de um S e, um século depois, adquiriu mais ou menos o formato atual, com tubo cilíndrico em dois terços de seu comprimento, que se alarga na parte final, para formar o pavilhão.
No mesmo período, e graças a uma série de modificações que formaram o seu som mais suave, o trompete começou a figurar nos conjuntos instrumentais. Dado que este trompete só podia produzir os harmônicos da sua nota fundamental, foi-lhe dado o nome de "natural". Por isso, tiveram de se construir instrumentos em diferentes tonalidades, dando-se origem a uma família de cinco membros: Clarino, Quinto, Alto, Vulgaro e Basso.
A história do trompete é bastante extensa, podendo até ser separada por período. Ao longo dos tempos houve um enorme avanço no que diz respeito à forma, ao som, ao peso, entre tantos outros pontos que foram trabalhados para enriquecer esse tão admirado instrumento, tanto por trompetistas populares como por trompetistas eruditos.
No mundo existem vários fabricantes de trompetes, cada um com sua particularidade de criar seus modelos de trompete em diversas tonalidades, tais como. 1. O mais usado entre eles, o trompete em Si bemol, muito utilizado no jazz, na música popular brasileira, na música clássica, no frevo, no maracatu e músicas latinas como o mambo e a salsa. Todo aprendizado é feito neste trompete. 2. Cornet em Si bemol é muito semelhante ao trompete em Si bemol. O Cornet foi muito utilizado no final do século XIX e começo do século XX. Foi utilizado em famosos temas e variações, cujo virtuosismo foi sua maior característica, foi utilizado em algumas obras sinfônicas para diferenciar seu timbre do trompete. A obra mais famosa para esse instrumento foi o tema e variação "Carnaval de Veneza" de J. B Areban. 3. Flugelhorn foi criado pelo Belga Adolphe Sax, com seu timbre muito aveludado e é utilizado em músicas muito melódicas, como a famosa música brasileira de Pixinguinha "Carinhoso", executada a décadas pelo trompetista brasileiro Marcio Montarroyos. 4. Trompete em Dó é o mais utilizado nas orquestras sinfônicas de todo o mundo. Ele facilita a freqüente transposição das partituras orquestrais, o trompete em Dó é muito utilizado em obras sinfônicas do período romântico em diante. O Concerto de Tomasi é um dos mais famosos do instrumento. 5. Trompete de Rotor é usado nas orquestras sinfônicas alemãs e austríacas, esse trompete é utilizado somente em obras do período clássico. Seu timbre é um pouco mais escuro do que o do trompete à piston. Quem gosta de tocar com esse instrumento é um dos grandes trompetista brasileiro Cláudio Roditi. 6. Trompete em Mi bemol é muito utilizado em grupos de metais e, em partituras de orquestra do período clássico. Sua característica é de facilitar a performance no registro agudo. O Concerto para trompete em Mi bemol de Haydn é o mais famoso. 7. Trompete Piccolo é muito utilizado nos concertos para trompete e obras orquestrais do período Barroco, sua afinação pode ser em Lá ou em Si bemol, seu timbre é muito brilhante e vivo. O Concerto Nº 2 de Brandemburgo é o mais famoso.
Os trompetes citados a cima são os mais utilizados, ficando entendido que existem outros tipos e modelos de trompetes, como o Trompete Triunfal, Trompete Poche (de bolso), Trompete de vara, entre outros.
Autor: José Roque Da Silva Neto
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